«Federação Académica do Porto criticada por não fechar queimódromo após morte de estudante
A Faculdade de Desporto da Universidade do Porto, onde estudava o jovem morto sábado no recinto da Queima das Fitas, criticou a Federação Académica (FAP) e a associação de estudantes da faculdade, defendendo que o "Queimódromo" devia ter encerrado.
"A direção da Faculdade de Deporto da Universidade do Porto 1/8FADEUP 3/8 confessa-se deveras triste e desiludida com a reação da Federação Académica do Porto 1/8FAP 3/8 e da associação de estudantes desta faculdade, em relação ao assassinato do nosso estudante Marlon Correia", pode ler-se num comunicado a que a agência Lusa teve hoje acesso, assinado pelo diretor Jorge Bento.
Segundo Jorge Bento "a gravidade do acontecimento exigia uma reação correspondente, drástica e radical", mas as duas entidades, com destaque para a FAP, "reagiram de uma maneira que tende a banalizar o brutal, o trágico e o horror".
"A FAP podia e devia ter feito outra escolha, pelo menos no concernente ao queimódromo. Este devia ter sido encerrado, nem que fosse uma noite, o que seria simbolicamente eloquente. Mas não, a festa (?!) e o negócio prosseguiram indiferentes ao facto de nele ter sido ceifada a vida de um jovem carregado de sonhos", condena o diretor da FADEUP.
Na opinião do diretor da faculdade, as duas estruturas podiam "ter escolhido o luto, o recolhimento e a urbanidade", mas "não tiveram coragem para contrariar a diversão, o efémero e a mundanidade".
"Esta chocante opção reflete o mal profundo que afeta o país. Diz-se que temos a juventude com melhor nível de formação de sempre; todavia a afirmação vê-se desmentida pelos factos", continua o comunicado divulgado hoje.
Jorge Bento afirma, ainda, que a direção tinha a "expectativa" de que a FAP e a associação de estudantes "estivessem à altura desta hora e adotassem uma postura de grandeza, conforme à matriz da instituição universitária e à idiossincrasia dos seus estudantes".
"Porém uma e outra ficaram aquém das causas e ideais que é suposto representarem", lamenta.
A agência Lusa tentou obter, sem sucesso, uma reação da FAP ao comunicado do diretor da faculdade.
Em declarações à agência Lusa no sábado, o presidente da FAP, Rúben Alves, relatou que durante a madrugada "houve uma tentativa de assalto à tesouraria onde recolhem as bilheteiras da Queima das Fitas do Porto" e que, "apesar dos esforços que foram envidados pela segurança privada contratada para o evento, deste assalto resultou uma vítima mortal, que é estudante da Academia do Porto, bem como dois feridos da referida empresa de segurança".
Rúben Alves adiantou então que será feita "memória" e prestado "o devido respeito ao colega e amigo com uma recordação em todas as atividades académicas da Queima das Fitas de 2013", não tendo sido decidida qualquer suspensão ou alteração do programa.
Ainda sábado, o reitor da Universidade do Porto (UP) considerou que o assassinato de um estudante daquela academia foi um ato de "violência injustificável" e revelou sentimentos de "revolta" e "indignação" pelas circunstâncias em que o jovem foi baleado.
A investigação é agora da competência da Polícia Judiciária, a quem a PSP já transmitiu toda a informação recolhida no local.
Lusa» in http://sicnoticias.sapo.pt/pais/2013/05/05/federacao-academica-do-porto-criticada-por-nao-fechar-queimodromoapos-morte-de-estudante
(Estudante abatido a tiro no recinto da Queima das Fitas do Porto)
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