«Julgamento de rede de notas falsas
Dois dos seis arguidos da rede de notas falsas, desmantelada o ano passado pela PJ, que apanhou 67 mil euros em notas falsas de 50 euros (mais de 1300 notas), decidiram falar na primeira audiência de julgamento, que começou nesta terça-feira em Lousada. Ambos implicam um outro arguido, entretanto, falecido.
O grupo de sete homens operou até abril do ano passado, fabricando e colocando no mercado notas falsas de 50 euros, vendidas a oito euros, cada uma. A rede operava a partir de Lousada, Paços de Ferreia e Vila Meã, com extensão no Grande Porto.
Segundo a Acusação, Jorge O., 41 anos, Jorge F., 41 anos, de Lousada, e Alberto B., 40 anos, de Amarante, tinham a tarefa de produzir as notas, enquanto Sérgio B., 32 anos, mecânico, de Amarante, e Paulo M., que entretanto morreu na cadeia, angariavam clientes e vendiam as falsificações.
Perante o coletivo, um dos detidos, filho do proprietário de uma tipografia de Lousada, onde foram apreendidas uma máquina e os moldes, negou o envolvimento. Disse que conhecia há muitos anos Paulo M. e que foi este que lhe levou a máquina, desafiando-o a melhorar a qualidade das notas, mas recusou.
Só que, explicou, Paulo deixou-lhe a máquina na tipografia durante duas ou três semanas, vindo a ser surpreendido pelos inspetores da Polícia Judiciária do Porto na posse do equipamento de fitas holográficas adquiridas por ele, para um amigo ligado à indústria do calçado.
Um outro arguido, que na altura trabalhava numa oficina de Vila Meã, contou que pediu boleia a Paulo M. e, em abril do ano passado, foi com ele ao Porto, num Renault Clio, procurar amortecedores para um Fiat.
A caminho, Paulo fez um desvio e foi falar com um indivíduo a Alfena, acabando ambos por pararem no parque do MaiaShopping, na Maia, sendo intercetados por dois inspetores da PJ. No tablier do Clio estava um envelope com 1300 notas falsas de 50 euros (65 mil euros).
Os restantes arguidos, incluindo o dono de um BMW onde foram encontradas 57 notas falsas de 50 euros, remeteram-se ao silêncio.
Durante a tarde, o coordenador da investigação policial, esclareceu o Tribunal sobre o modo como decorreu a investigação e ligou todos os arguidos ao crime de contrafação e passagem de moeda falsa.
O inspetor explicou que a investigação começou com uma denúncia anónima que os levou a um arguido de Vila Meã. Com recurso a escutas telefónicas foram identificados dois elementos tidos como pontas do “icebergue” (acabando um deles por não ser constituído arguido) e rapidamente “caíram” os restantes elementos do grupo.
Quatro arguidos estão detidos preventivamente.» in http://www.jornalaberto.com/index.php?option=com_content&task=view&id=2532&Itemid=1
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