«Anabela Borges (excerto de um CONTO, a publicar em breve)
Perguntaram-me meus filhos se os anjos são de pedra.
À medida que percorro os carreiros que serpenteiam os lagos juncados, detenho-me a contemplar as gárgulas de feições assustadoras e os anjos querubins, pensativos, empoleirados em balaústres e nas fontes corredias.
Detenho-me na figura de um anjo, a coroar um pequeno lago, numa sombra de mármore esverdeado, que deita um brilho acutilante sobre a água que escorre dele, e, apesar do ar misericordioso que me deita como se fosse feito da matéria que faz os anjos verdadeiros, a sua mão emerge da água com um dedo acusador a apontar para mim. Podem ser assustadoras as coisas de pedra, como certos anjos, as gárgulas, ou o próprio tempo, que me parece já também estar entalhado em pedra.
Olhei aos céus e recolhi-me, assustada.» in https://www.facebook.com/photo.php?fbid=447190955375284&set=a.186361621458220.43721.100002531506939&type=1&theater¬if_t=photo_comment_tagged
Escritora Anabela Borges [breve apresentação biobibliográfica]
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