«“QUARTOS” ESCAPARAM A DRAGÃO COM PERSONALIDADE
O FC Porto não foi capaz de garantir o acesso aos quartos-de-final da Liga dos Campeões, ao perder por 2-0 no terreno do Málaga CF. Num encontro em que mostraram sempre personalidade – em vantagem e em desvantagem, em igualdade e em inferioridade numérica, dominando ou sofrendo –, os portistas não foram felizes nos momentos cruciais da partida.
A vantagem mínima obtida na primeira mão – em que o domínio esmagador merecia outra expressão no resultado –, acabou por ser ultrapassada por um golo de Santa Cruz, a 13 minutos do final, quando os Dragões já levavam quase meia hora em inferioridade numérica.
A expulsão de Defour ocorreu nos primeiros instantes do segundo tempo, enquanto o tento inaugural do Málaga foi obtido a dois minutos do intervalo. Ou seja, as contrariedades acabaram por “cirurgicamente” anular os óptimos primeiros 30 minutos azuis e brancos e a resistência organizada da segunda parte, com apenas 10 jogadores.
No “onze” do FC Porto foram notados os regressos de Mangala e João Moutinho à titularidade, após lesões. O ambiente no estádio do Málaga foi efervescente desde o primeiro minuto. Nas bancadas lia-se uma tarja que dizia “Vencer o morir” e um cavaleiro azul e branco golpeava um dragão… vermelho. Indiferente a este ambiente, a equipa portista entrou em campo com personalidade, trocando a bola e exercendo uma pressão asfixiante sobre a posse de bola espanhola.
A estratégia inicial do FC Porto teve como surpresa a inclusão de Defour numa das alas, mas com a dupla função de criar superioridade a meio-campo quando necessário. E a verdade é que só aos 12 minutos os malaguenhos chegaram à área contrária, num livre bombeado que não causou perigo. Durante a primeira meia hora, remates de Danilo (aos nove minutos), Lucho (24) e Defour (27) foram os lances de maior perigo.
Antunes, aos 35 minutos, num remate de fora da área, obrigou pela primeira vez Helton a uma grande intervenção. A equipa da casa passou a aproveitar mais a velocidade dos seus alas e a praticar um futebol mais directo. Como corolário desse período, Isco inaugurou o marcador, aos 43 minutos, num remate colocado que não deu hipóteses a Helton. Ao intervalo, o 1-0 era um resultado demasiado penalizador para quem tinha controlado quase todo o primeiro tempo.
A expulsão de Defour, aos 49 minutos (por falta sobre Joaquín), alterou as “regras” do jogo e juntou-se a outra má notícia: a saída de João Moutinho. O FC Porto não poderia mais praticar o seu futebol de posse e seria inevitavelmente pressionado e empurrado para zonas mais recuadas. Os Dragões estavam obrigados a praticar um estilo de jogo que não lhes agrada, cedendo o controlo ao adversário e fechando os espaços, mas que era a melhor hipótese de sobrevivência no “vulcão” da Romareda.
Numa primeira fase, os azuis e brancos até reagiram bem à expulsão, mas o desequilíbrio defensivo tornou-se mais tarde notório e foi resolvido com a entrada em campo de Maicon; Alex Sandro avançou no terreno e fechava à esquerda quando necessário. Os andaluzes não conseguiram manter a mesma intensidade de jogo e o FC Porto ganhou espaço para respirar. Surgiu então uma oportunidade de golo flagrante, aos 75 minutos, quando Jackson por pouco não desvia para a baliza um livre de James.
A velha lenda que diz que quem não marca sofre repetiu-se dois minutos depois pela enésima vez: Santa Cruz, de cabeça, na sequência de um pontapé de canto, pôs pela primeira vez o Málaga em vantagem na eliminatória. Até ao apito final, o FC Porto fez tudo para marcar o golo que lhe daria a passagem aos quartos-de-final e a bola até chegou a entrar na baliza, num cabeceamento de Maicon, mas havia fora de jogo.
Resta um consolo: o FC Porto voltará certamente no próximo ano à Champions, mais forte e com mais uma lição na bagagem do seu extenso historial europeu.
FICHA DE JOGO
Málaga CF-FC Porto, 2-0
Liga dos Campeões, oitavos-de-final, segunda mão
13 de Março de 2013
Estádio La Rosaleda, em Málaga
Árbitro: Nicola Rizzoli (Itália)
Assistentes: Andrea Stefani e Renato Faverani
Quarto árbitro: Riccardo di Fiore
Assistentes adicionais: Luca Banti e Paolo Silvio Mazzoleni
MÁLAGA CF: Willy; Jesús Gámez, Demichelis, Weligton (cap.) e Antunes; Iturra, Toulalan e Júlio Baptista; Joaquín, Saviola e Isco
Substituições: Júlio Baptista por Santa Cruz (74m), Saviola por Piazón (78m) e Joaquín por Ignacio Camacho (89m)
Não utilizados: Kameni, Lugano, Seba e Sergio Sánchez
Treinador: Manuel Pellegrini
FC PORTO: Helton; Danilo, Otamendi, Mangala e Alex Sandro; Fernando, João Moutinho e Lucho (cap.); Varela, Jackson Martínez e Defour
Substituições: João Moutinho por James Rodríguez (intervalo), Varela por Maicon (58m) e Alex Sandro por Atsu (70m)
Não utilizados: Fabiano, Castro, Izmaylov e Liedson
Treinador: Vítor Pereira
Ao intervalo: 1-0
Marcadores: Isco (43m) e Santa Cruz (77m)
Cartões amarelos: Otamendi (17m), Defour (24m e 49), Demichelis (28m), Alex Sandro (30m), Jesús Gámez (33m), Toulalan (64m) e Mangala (83m)
Cartões vermelhos: Defour (49m, por acumulação de amarelos)» in http://www.fcporto.pt/Noticias/Futebol/noticiafutebol_futmalagafcpcro_130313_74302.asp
(2013.03.13 (19h45) - Malaga 2-0 FC Porto)
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