São 20 vitórias. Consecutivas e intervaladas, precisamente ao meio, na passagem de uma época para a outra. No Dragão, a melhor defesa do campeonato, incapaz de resistir ao jogo fulminante do líder, deixou, simplesmente, de o ser. Como uma locomotiva pulverizadora, o FC Porto decompôs, com distinção, novo obstáculo e juntou mais três pontos à vantagem. À sexta jornada, o segundo classificado surge a sete pontos de distância.
Por detrás de cada estratégia, para lá da mais discreta nuance, há, em qualquer exibição portista, uma técnica de asfixia que persiste. Especialmente veloz, o líder não deixa respirar o opositor. Investe, sucessivamente, em doses de ataque massivo; da direita, à esquerda, congeminado ao meio, numa multiplicidade de soluções, numa sequência de cortar a respiração.
O brilho, que parece obedecer a uma lógica de intensidade crescente, salta de pé para pé. De Moutinho para Varela, de Hulk para Falcao, num processo que rapidamente fermenta e até permite marcar a centrais em noite de estreia. Foi assim com Otamendi, convidado a tornar o seu primeiro jogo no Dragão ainda mais cor-de-rosa do que as chuteiras que calçava.
Antes mesmo de o génio de toda uma equipa começar a levantar fervura, Hulk já havia marcado, num lance que, prontamente anulado, serviria apenas de prenúncio do sufoco olhanense. Na origem do primeiro golo sancionado, o brasileiro apontou o segundo, depois de uma súbita intercepção de bola e de uma fuga ainda mais rápida, que só terminou com o violento balançar das redes defendidas por Moretto, mesmo antes do intervalo.
A defesa menos batida da Liga era já a do FC Porto. A custo, o Olhanense reerguia-se, revelando sinais de vida, mas a engenhosa máquina de André Villas-Boas prosseguia, segura, o processo de trituração, bem para lá do instante em que Hulk saiu de cena. Do fino método de moagem, em que todos assumem a condição de intérpretes decisivos, não resultariam mais golos, apesar de merecidos e justificados a cada movimento de ataque que vaporizava a oposição, numa mescla rara em que genialidade e simplicidade se confundem.
FICHA DE JOGO
Liga 2010/11, 6ª jornada
25 de Setembro de 2010
Estádio do Dragão, no Porto
Assistência: 35.430 espectadores
Árbitro: Marco Ferreira (Madeira)
Assistentes: Sérgio Serrão e Álvaro Mesquita
4º Árbitro: Rui Fernandes
FC PORTO: Helton «cap.»; Fucile, Rolando, Otamendi e Alvaro; Fernando, Belluschi e João Moutinho; Hulk, Falcao e Varela
Substituições: Hulk por Rúben Micael (68m), Falcao por Walter (76m) e Belluschi por Souza (82m)
Não utilizados: Beto, Maicon, Rafa e Ukra
Treinador: André Villas-Boas
SC OLHANENSE: Moretto; João Gonçalves, Maurício, Jardel e Carlos Fernandes; Fernando Alexandre e Delson; Jorge Gonçalves, Vinicius e Paulo Sérgio; Djalmir «cap.»
Substituições: Delson por Lulinha (46m), Djalmir por Adilson (77m) e Vinicius por Ismaily (77m)
Não utilizados: Ricardo Batista, Toy, Rui Duarte e Mexer
Treinador: Daúto Faquirá
Ao intervalo: 2-0
Marcadores: Otamendi (23m), Hulk (45m)
Disciplina: cartão amarelo a Delson (26m), Vinicius (50m), Alvaro (64m), Hulk (67m), Djalmir (73m), Carlos Fernandes (81m)» in site F.C. do Porto.
«Alguém pára este Dragão?
Décimo triunfo consecutivo do FC Porto ao bater o Olhanense por 2-0, em jogo da sexta jornada da I Liga. Otamendi inaugurou o marcador e Hulk ampliou, ambos no primeiro tempo.
Seis vitórias na I Liga, três na Liga Europa e uma na Supertaça. Para já, este é o histórico da equipa comandada por André Villas-Boas.
Uma grande noite para Otamendi, que além de se estrear a titular abriu o marcador no Estádio do Dragão. O defesa central roubou o lugar de Maicon e, aos 23 minutos, viu-se a marcar o primeiro golo da equipa azul e branca. Depois de um remate cruzado da direita de Hulk, Moretto não segurou a bola e Otamendi, sozinho, só teve de encostar e ouvir os gritos dos adeptos no Estádio do Dragão.
O FC Porto já tinha colocado a bola dentro da baliza de Moretto, logo aos 3 minutos, numa boa combinação entre Hulk e Falcao, mas o árbitro assinalou posição irregular ao brasileiro.
Durante toda a primeira parte, a equipa azul e branca “arrendou” a área algarvia, dominando completamente o desafio. Aos algarvios restava-lhes defender com muitos jogadores.
A um minuto de terminar o primeiro tempo, Hulk, num grande arranque, percorreu meio relvado em excesso de velocidade, deixando a concorrência para trás, e marcou tranquilamente o segundo golo para os líderes do campeonato.
O brasileiro fez o quinto golo no campeonato, ostentando o título de melhor marcador da I Liga.
Na segunda parte, o jogo ficou mais equilibrado mas com a balança a pesar ligeiramente para a equipa da casa no que toca a oportunidades de golo.
O Olhanense teve ainda duas boas oportunidades para mexer o marcador mas a eficácia algarvia teimava em não aparecer.
Por falar em ineficácia, Falcao, um “matador” nato, esteve claramente em "dia não". O colombiano desperdiçou inúmeras oportunidades, o que levou o técnico Villas-Boas substituir o número 9 por Walter.
Mais três pontos para o Dragão, que já amealha 18 pontos em seis jogos, continuando invicto na I Liga.» in http://desporto.sapo.pt/futebol/primeira_liga/artigo/2010/09/25/algu_m_p_ra_este_drag_o_.html
FC Porto 1-0 Olhanense - (Golo de Otamendi)
FC Porto 2-0 Olhanense - (Golão de Hulk)
FC PORTO 2 - OLHANENSE 0 - Liga 2010/11, 6ª jornada.
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