«TORRE DE VIGIA “Um olhar atento sobre a Região-Transmontano/Duriense e o País”
O ETERNAMENTE ADIADO IC 26 – RÉGUA – AMARANTE (CONSTRUAM-ME, PORRA!)
Já perdi a conta às vezes em que sobre este importante tema aqui me venho referindo nas páginas do nosso prestimoso “Notícias do Douro”.
Sendo o troço de estrada acima referido uma crucial via estruturante para a nossa vinhateira Região, curioso é notar que poucos são os durienses que verdadeiramente com tal assunto se preocupem e que por ele veementemente reclamem! Este estranho “kafkiano” caso do IC 26 a implantar no Douro, faz-nos até em grande monta lembrar um outro com algumas semelhanças salazarístico/socráticas, e passou-se há já longos anos exactamente no Alentejo, terra que, por óbvias razões, parecia ser então pouco amada pelo ex-homem forte de Santa Comba Dão!
Falo-vos, concretamente, daqueles sucessivos adiamentos da construção da famosa barragem de Alqueva, obra situada no coração do rio Guadiana, entre Moura e Portel. Germinou a ideia da construção deste grandioso empreendimento, salvo erro, nos princípios do séc. XX. Considerando que a obra principal desta infra-estrutura (barragem, central e linhas de transporte de energia) viria a ser inaugurada no início de 2004, daqui se pode concluir que levou mais de cem anos a respectiva construção!
Não pretendendo ser agora ave-de-mau-agouro, antes pelo contrário, mas atendendo que algumas vezes certas cenas da história se repetem, e considerando aqui neste caso o tal paralelismo de que acima falei, temo bem que só teremos o IC 26 lá para o ano de 2070, visto que a origem deste projecto remonta aos anos do pós 25 de Abril/74! Uma grande diferença há que notar em termos do longo período de indefinição para construção destes dois empreendimentos: - “No específico caso de Alqueva nunca governou Portugal qualquer primeiro-ministro alentejano. Enquanto no assunto que agora nos toca – o IC 26 leva já dois PM’s transmontanos, ou seja: Durão Barroso e o engenheiro relativo, mais conhecido pelo senhor Pinto de Sousa (vulgo Sócrates)”!
Se quanto ao primeiro se podem atribuir algumas atenuantes, visto que governou apenas cerca de dois anos, o mesmo não se pode dizer do segundo, pois já por cá nos inferniza a vida há quase seis anos ao leme do executivo português! Mas o que é ainda pior em tudo isto é que este PM fala-nos constantemente de obras megalómanas, cujos orçamentos excessivamente escandalosos dariam para fazer para cima de mil obras como este exíguo projecto do IC 26! Será que este senhor PM não poderia retirar algumas verbas dos sumptuários gastos com o lunático TGV; com a terceira escandalosa auto-estrada rumo a Lisboa; com a terceira travessia do Tejo ou, quiçá, com um novo aeroporto?
Será que tal como sucedeu com a demorada construção de Alqueva, também os durienses irão ficar condenados a circular (ad aeternum) por aquela velhinha, sinuosa e desajustada estrada mandada romper no Marão há mais de 250 anos pelo então visionário Marquês de Pombal?
Talvez por razões políticas ou outras que se desconhecem, sabe-se que o projecto de construção da barragem de Alqueva foi sendo sempre adiado e ultrapassado por obras como Bemposta, Miranda, Picote, Castelo de Bode, Venda Nova, etc.
Com a chegada ao poder de Eanes e Sã Carneiro e com a constituição daquela que é hoje a grande EDP, começou nova era para os alentejanos, pois com as obras da chamada Derivação Provisória, que incluíam largos Quilómetros de novas acessibilidades; as ensecadeiras de montante e jusante; um túnel de cerca de trezentos metros de comprimento escavado na margem direita para restituição das respectivas águas a jusante; uma ponte metálica sobre o Guadiana e algumas instalações sociais parecia então ter aí sido dado o tiro de partida para a concretização daquele mesmo sonho. Porém, com a instabilidade governativa posteriormente instalada em Lisboa e com a chegada dos governos de iniciativa presidencial, foi com Nobre da Costa que tudo regressaria ao anterior marasmo, visto que este PM resolveu suspender as referidas obras ao assinar um famigerado Despacho governativo de má memória!
Foram precisos mais cerca de quinze anos de longa espera! Foi então que no intervalo deste desesperante período que, ao arrepio do ancestral conceito de lentidão atribuído aos alentejanos em geral, que a um valente grupo de jovens desta tórrida província acabaria por surgir esta simples mas eficaz ideia: “Aproveitando a majestosa vista concedida pelo alto e comprido paredão de cimento e aço então erguido a toda a largura do rio Guadiana – (a tal ensecadeira de montante) -, tiveram o engenho e arte de ali colocar um pano de enormes dimensões, exibindo a seguinte frase: “Construam-me, porra”! Alguns anos depois, por volta do ano de 1996, em fim de mandato do então primeiro-ministro Cavaco Silva, seria dada luz verde à retoma da construção do referido empreendimento, emblemática obra Nacional que posteriormente António Guterres e Durão Barroso haveriam de concretizar!
Em face de todo este ostracismo e das lacunas e injustiças a que este incompetente executivo socialista tem votado a nossa Região, apetece-nos perguntar o seguinte: “O que é que então aproveita ao distrito de Vila Real e, concretamente, ao nosso vinhateiro Douro ter deputados na Assembleia da República do estilo de Jorge Almeida? Por incrível que isso pareça, ao invés de defender mais e melhores infra-estruturas e o bem-estar social da região que representa, este médico/deputado vai perdendo tempo a escrever uns folclóricos artigos de opinião jornalística para “inglês ver”, pois neles quase nunca se esquece de desculpabilizar os lamentáveis e grosseiros erros governativos cometidos pela sua estimada “dama” – o governo que emana do seu próprio partido!
Será que no Douro, à semelhança dos tais irreverentes alentejanos, não haverá um punhado de jovens corajosos que trepem às alturas da freguesia de Loureiro, para também eles ali colocarem um idêntico painel com a seguinte legenda:
…… “IC 26 RÉGUA - AMARANTE: - CONSTRUAM-ME, PORRA!”
Autoria: ALFREDO MARTINS GUEDES» in http://www.dodouro.com/noticia.asp?idEdicao=324&id=20994&idSeccao=3670&Action=noticia
O ETERNAMENTE ADIADO IC 26 – RÉGUA – AMARANTE (CONSTRUAM-ME, PORRA!)
Já perdi a conta às vezes em que sobre este importante tema aqui me venho referindo nas páginas do nosso prestimoso “Notícias do Douro”.
Falo-vos, concretamente, daqueles sucessivos adiamentos da construção da famosa barragem de Alqueva, obra situada no coração do rio Guadiana, entre Moura e Portel. Germinou a ideia da construção deste grandioso empreendimento, salvo erro, nos princípios do séc. XX. Considerando que a obra principal desta infra-estrutura (barragem, central e linhas de transporte de energia) viria a ser inaugurada no início de 2004, daqui se pode concluir que levou mais de cem anos a respectiva construção!
Não pretendendo ser agora ave-de-mau-agouro, antes pelo contrário, mas atendendo que algumas vezes certas cenas da história se repetem, e considerando aqui neste caso o tal paralelismo de que acima falei, temo bem que só teremos o IC 26 lá para o ano de 2070, visto que a origem deste projecto remonta aos anos do pós 25 de Abril/74! Uma grande diferença há que notar em termos do longo período de indefinição para construção destes dois empreendimentos: - “No específico caso de Alqueva nunca governou Portugal qualquer primeiro-ministro alentejano. Enquanto no assunto que agora nos toca – o IC 26 leva já dois PM’s transmontanos, ou seja: Durão Barroso e o engenheiro relativo, mais conhecido pelo senhor Pinto de Sousa (vulgo Sócrates)”!
Se quanto ao primeiro se podem atribuir algumas atenuantes, visto que governou apenas cerca de dois anos, o mesmo não se pode dizer do segundo, pois já por cá nos inferniza a vida há quase seis anos ao leme do executivo português! Mas o que é ainda pior em tudo isto é que este PM fala-nos constantemente de obras megalómanas, cujos orçamentos excessivamente escandalosos dariam para fazer para cima de mil obras como este exíguo projecto do IC 26! Será que este senhor PM não poderia retirar algumas verbas dos sumptuários gastos com o lunático TGV; com a terceira escandalosa auto-estrada rumo a Lisboa; com a terceira travessia do Tejo ou, quiçá, com um novo aeroporto?
Será que tal como sucedeu com a demorada construção de Alqueva, também os durienses irão ficar condenados a circular (ad aeternum) por aquela velhinha, sinuosa e desajustada estrada mandada romper no Marão há mais de 250 anos pelo então visionário Marquês de Pombal?
Talvez por razões políticas ou outras que se desconhecem, sabe-se que o projecto de construção da barragem de Alqueva foi sendo sempre adiado e ultrapassado por obras como Bemposta, Miranda, Picote, Castelo de Bode, Venda Nova, etc.
Com a chegada ao poder de Eanes e Sã Carneiro e com a constituição daquela que é hoje a grande EDP, começou nova era para os alentejanos, pois com as obras da chamada Derivação Provisória, que incluíam largos Quilómetros de novas acessibilidades; as ensecadeiras de montante e jusante; um túnel de cerca de trezentos metros de comprimento escavado na margem direita para restituição das respectivas águas a jusante; uma ponte metálica sobre o Guadiana e algumas instalações sociais parecia então ter aí sido dado o tiro de partida para a concretização daquele mesmo sonho. Porém, com a instabilidade governativa posteriormente instalada em Lisboa e com a chegada dos governos de iniciativa presidencial, foi com Nobre da Costa que tudo regressaria ao anterior marasmo, visto que este PM resolveu suspender as referidas obras ao assinar um famigerado Despacho governativo de má memória!
Foram precisos mais cerca de quinze anos de longa espera! Foi então que no intervalo deste desesperante período que, ao arrepio do ancestral conceito de lentidão atribuído aos alentejanos em geral, que a um valente grupo de jovens desta tórrida província acabaria por surgir esta simples mas eficaz ideia: “Aproveitando a majestosa vista concedida pelo alto e comprido paredão de cimento e aço então erguido a toda a largura do rio Guadiana – (a tal ensecadeira de montante) -, tiveram o engenho e arte de ali colocar um pano de enormes dimensões, exibindo a seguinte frase: “Construam-me, porra”! Alguns anos depois, por volta do ano de 1996, em fim de mandato do então primeiro-ministro Cavaco Silva, seria dada luz verde à retoma da construção do referido empreendimento, emblemática obra Nacional que posteriormente António Guterres e Durão Barroso haveriam de concretizar!
Em face de todo este ostracismo e das lacunas e injustiças a que este incompetente executivo socialista tem votado a nossa Região, apetece-nos perguntar o seguinte: “O que é que então aproveita ao distrito de Vila Real e, concretamente, ao nosso vinhateiro Douro ter deputados na Assembleia da República do estilo de Jorge Almeida? Por incrível que isso pareça, ao invés de defender mais e melhores infra-estruturas e o bem-estar social da região que representa, este médico/deputado vai perdendo tempo a escrever uns folclóricos artigos de opinião jornalística para “inglês ver”, pois neles quase nunca se esquece de desculpabilizar os lamentáveis e grosseiros erros governativos cometidos pela sua estimada “dama” – o governo que emana do seu próprio partido!
Será que no Douro, à semelhança dos tais irreverentes alentejanos, não haverá um punhado de jovens corajosos que trepem às alturas da freguesia de Loureiro, para também eles ali colocarem um idêntico painel com a seguinte legenda:
…… “IC 26 RÉGUA - AMARANTE: - CONSTRUAM-ME, PORRA!”
Autoria: ALFREDO MARTINS GUEDES» in http://www.dodouro.com/noticia.asp?idEdicao=324&id=20994&idSeccao=3670&Action=noticia
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