«Chegou esta semana às lojas «Rua da Saudade», disco que recorda a obra de Ary dos Santos 25 anos após a sua morte.
O poeta é celebrado através de 11 canções compostas por Fernando Tordo, Nuno Nazareth Fernandes e Tózé Brito. Mafalda Arnauth, Susana Félix, Viviane e Luanda Cozetti cantam as letras originais de Ary dos Santos.
«Estrela da Tarde», «Cavalo à Solta», «Canção de Madrugar» e «Retalhos» são alguns dos temas incluídos num trabalho produzido por Renato Jr.
Ouve aqui algumas das canções de «Rua da Saudade»» in http://diario.iol.pt/musica/rua-da-saudade-ary-dos-santos-mafalda-arnauth-susana-felix-viviane-luanda-cozetti/1102555-4060.html
Luanda Cozetti - Retalhos - (Rua da Saudade)
Viviane - "Cavalo à Solta" - (Rua da Saudade)
Mafalda Arnauth - "Estrela da Tarde" - (Rua da Saudade)
Susana Félix - "Rua da Saudade" - (Canção de Madrugar)
(Rua da Saudade)
ARY DOS SANTOS (Homenagem )
Ary dos Santos - "Muitos Homens na Prisão" - (1977)
Ary dos Santos - "Tomar Partido"
Ary dos Santos - "A António Saunier"
Ary dos Santos - "A Um Célebre Mulato"
Ary dos Santos - "Poeta Castrado"
Ary dos Santos - "Poeta Castrado"
"Espectáculo de Homenagem a ARY DOS SANTOS - POETA DE CANÇÕES"
OT2 - Gala 16 - (Meedley Ary dos Santos)
(Funeral de Ary dos Santos)
"Poeta Castrado, Não!
Serei tudo o que disserem
por inveja ou negação:
cabeçudo dromedário
fogueira de exibição
teorema corolário
poema de mão em mão
lãzudo publicitário
malabarista cabrão.
Serei tudo o que disserem:
Poeta castrado não!
Os que entendem como eu
as linhas com que me escrevo
reconhecem o que é meu
em tudo quanto lhes devo:
ternura como já disse
sempre que faço um poema;
saudade que se partisse
me alagaria de pena;
e também uma alegria
uma coragem serena
em renegar a poesia
quando ela nos envenena.
Os que entendem como eu
a força que tem um verso
reconhecem o que é seu
quando lhes mostro o reverso:
Da fome já não se fala
é tão vulgar que nos cansa
mas que dizer de uma bala
num esqueleto de criança?
Do frio não reza a história
a morte é branda e letal
mas que dizer da memória
de uma bomba de napalm?
E o resto que pode ser
o poema dia a dia?
Um bisturi a crescer
nas coxas de uma judia;
um filho que vai nascer
parido por asfixia?!
Ah não me venham dizer
que é fonética a poesia!
Serei tudo o que disserem
por temor ou negação:
Demagogo mau profeta
falso médico ladrão
prostituta proxeneta
espoleta televisão.
Serei tudo o que disserem:
Poeta castrado não!"
José Carlos Ary dos Santos"
Helder Amigo d' Alma:
ResponderEliminarTive a felicidade de estar com Ary quando Abril era 'um sonho lindo', uma noite no Pavilhão do Naval Setubalense, onde ele foi com o Zeca da 'cidade sem muros nem ameias' dizer o inesquecível 'poeta castrado, não...'
Povoava-nos então um desejo intenso e vivido de solidariedade e de fraternidade.
Ary, que ainda revejo, da Tv, com fraque e laço(?), era assumido homossexual e -- só por isso -- consta -- não integrava o pcp com cujo ideário se identificava.
sEU POST, hELDER, PESEM EMBORA BAFIENTAS CARTILHAS E IDEÁRIOS, NOS DÁ HOJE A DIMENSÃO DE UM HOMEM PARA A ETERNIDADE.
O resto é treta.
Abração do costume Helder amigo!
Viva a Poesia!
ResponderEliminarDe Ôchoa, Ary dos Santos e de Pascoaes!
Verdadeiros Poetas Humanistas!
Abraço, Amigo Manuel Ôchoa!