«FENPROF avança com modelo de avaliação alternativo
Lusa / EDUCARE| 2008-10-08
A Federação Nacional dos Professores está a elaborar um sistema alternativo de avaliação de docentes para apresentar à tutela, que deverá estar concluído no início do próximo ano, após três meses de debate público nas escolas.
A Federação Nacional dos Professores (FENPROF) apresenta esta proposta de avaliação como uma estrutura que será depois preenchida com sugestões válidas apresentadas por professores ao longo de cerca de três meses de discussão pública.
"Em Janeiro ou Fevereiro esperamos ter completa a proposta negocial de avaliação que apresentaremos ao Ministério, para que esta avaliação de desempenho completamente surrealista, que está a causar uma perturbação enorme dentro das escolas, seja posta fora e substituída", disse Mário Nogueira.
Segundo o dirigente sindical, esta proposta "tem fundamentalmente uma matriz formativa" e não "os objectivos economicista, de penalização dos professores para impedir ou dificultar a progressão na carreira e de reorganização da escola como sendo um espaço hierarquizado e não um espaço de pares" do processo de avaliação proposto pelo ministérios.
A proposta da FENPROF parte de instrumentos que permitam a auto-avaliação pelo próprio professor, seguida da avaliação cooperativa ou da co-avaliação envolvendo todas as estruturas intermédias das escolas, de um terceiro passo que prevê a aferição processual da avaliação de desempenho, com a criação de uma Comissão de Avaliação do Conselho Pedagógico, que analisará as propostas de menção e a sua fundamentação.
Segundo o secretário-geral da Fenprof, Mário Nogueira, esta proposta, assente em períodos de quatro anos, aceita a classificação dos professores em 'insuficiente', que implica a permanência do docente no escalão onde se encontra sendo-lhe prestado apoio sobre os problemas identificados, de 'Bom', que será o mínimo para progressão na carreira, ou de 'Muito Bom'.
O sistema de avaliação da Fenprof prevê ainda uma avaliação externa "dirigida à escola e não ao professor", para "superar obstáculos e valorizar os resultados obtidos".
"É uma proposta de cariz formativo, orientada para a detecção de dificuldades e de problemas que os professores tenham no seu desempenho e, a partir dessa detecção, elaborar um diagnóstico que depois oriente para a aprovação de estratégias que permitam a superação desses problemas", acrescentou Mário Nogueira, salientando que é uma proposta sem quotas, "em que todos os professores podem ter acesso às mesmas classificações".
A avaliação de desempenho desenhada pelo ministério ocorre de dois em dois anos e passa a ser decisiva para a progressão na carreira.
O regime simplificado do modelo de avaliação definido no memorando de entendimento que Governo e sindicatos e ministério assinaram em Abril passado prevê que a avaliação seja aplicada tendo em conta quatro critérios: ficha de auto-avaliação, assiduidade, cumprimento do serviço distribuído e participação em acções de formação contínua.
A classificação obtida pelos docentes depende de critérios como a observação de aulas e as taxas de insucesso e abandono escolar dos alunos, já que a comparação das notas dos alunos de cada docente com os resultados médios dos estudantes da mesma escola constituem um dos factores determinantes da avaliação dos professores.
Mário Nogueira recusou existir uma quebra de confiança por contestar o modelo de avaliação depois de ter assinado este memorando de entendimento com o ministério da educação, por considerar que o importante na altura "era fazer com que o processo não avançasse". "O que nós conseguimos foi parar o disparate naquela altura e transferir para um momento em que os professores estão com disponibilidade a luta dos professores", disse.
Mário Nogueira sublinha que "as escolas actualmente estão envolvidas em papeladas e burocracias e reuniões intermináveis, além de tudo o resto", um clima que considerou "de terror", que está a fazer "estalar conflitos".
"A avaliação com implementação do novo modelo de gestão nas escolas, com os horários de trabalho completamente absurdos que os professores actualmente têm e com as condições de trabalho que em muitos casos existem, tudo isso é uma mistura explosiva e, neste momento, o ambiente das escolas e o sentimento dos professores já não é só o da indignação do ano passado, em muitos casos é até já de revolta", sublinhou.
Neste sentido, o dirigente admite um novo protesto nacional, que poderá ser anunciado após a reunião do Secretariado Nacional da Fenprof, quinta e sexta-feira.
Na próxima terça-feira, a estrutura sindical vai reunir-se com a Ministra da Educação, onde irá "confrontar a senhora ministra com as responsabilidades políticas que tem quem tem de perceber que há um processo, neste caso a aplicação da avaliação, que pode estar a pôr em causa o normal funcionamento das escolas".» in http://www.educare.pt/educare/Actualidade.Noticia.aspx?contentid=5719A4DCEE406E9BE0400A0AB8002222&schemaid=&opsel=1
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A este propósito acho muita piada a amigos e colegas meus que agora dizem que tudo o que está mal se deve aos Sindicatos; sim, os Sindicatos é que tem a culpa do actual estado de coisas, nunca o Governo Socialista, coitadinhos, esses são inocentes, casos do Eng. Sócrates e da Dra. Maria de Lurdes Rodrigues. Parece que se esquecem que eu os conheço de outras vindimas, quando outros estavam no poder e eles eram fortemente contestatários e pró-sindicatos. Num tempo em que este governo tanto mexeu nos direitos dos trabalhadores, criando inclusive um clima de intimidação de que só há memória no antes de Abril, é extraordinário que pessoas que eu considero inteligentes e de esquerda, venham dizer que está tudo mal por causa dos sindicatos. Aliás muito ao estilo do Eng. Sócrates que é muito lesto a alijar responsabilidades, senão atente-se na sua declaração na Assembleia da República, referindo que a culpa da crise é exclusiva dos Americanos e do seu capitalismo selvagem, quando nós sabemos o que aconteceu nos últimos anos em Portugal, com um governo que se diz de esquerda, mas que governou bem à direita, com ligações pouco claras com o grande capital. Vide como passaram antigos ministros para as grandes empresas e como agora despudoradamente fazem negócios com o estado e como houve enriquecimentos em flecha de uns quantos privilegiados. Sindicatos que, para este Governo, constituíram um bom respaldo ao mitigarem o furacão que se podia ter criado com Movimento dos 100 mil Professores na Rua. Cabe aos Sindicatos, isso sim, defender tanto professor insatisfeito, como nunca antes se viu. Note-se que se reformam antecipadamente 400 professores por dia nos últimos tempos, os números não são meus! E sabe-se bem qual é o partido Português com o maior peso nos Sindicatos... sim, é o partido que suporta este governo! Deixem de ser hipócritas e sejam intelectualmente honestos, por favor! Sejamos sérios!
Lusa / EDUCARE| 2008-10-08
A Federação Nacional dos Professores está a elaborar um sistema alternativo de avaliação de docentes para apresentar à tutela, que deverá estar concluído no início do próximo ano, após três meses de debate público nas escolas.
A Federação Nacional dos Professores (FENPROF) apresenta esta proposta de avaliação como uma estrutura que será depois preenchida com sugestões válidas apresentadas por professores ao longo de cerca de três meses de discussão pública.
"Em Janeiro ou Fevereiro esperamos ter completa a proposta negocial de avaliação que apresentaremos ao Ministério, para que esta avaliação de desempenho completamente surrealista, que está a causar uma perturbação enorme dentro das escolas, seja posta fora e substituída", disse Mário Nogueira.
Segundo o dirigente sindical, esta proposta "tem fundamentalmente uma matriz formativa" e não "os objectivos economicista, de penalização dos professores para impedir ou dificultar a progressão na carreira e de reorganização da escola como sendo um espaço hierarquizado e não um espaço de pares" do processo de avaliação proposto pelo ministérios.
A proposta da FENPROF parte de instrumentos que permitam a auto-avaliação pelo próprio professor, seguida da avaliação cooperativa ou da co-avaliação envolvendo todas as estruturas intermédias das escolas, de um terceiro passo que prevê a aferição processual da avaliação de desempenho, com a criação de uma Comissão de Avaliação do Conselho Pedagógico, que analisará as propostas de menção e a sua fundamentação.
Segundo o secretário-geral da Fenprof, Mário Nogueira, esta proposta, assente em períodos de quatro anos, aceita a classificação dos professores em 'insuficiente', que implica a permanência do docente no escalão onde se encontra sendo-lhe prestado apoio sobre os problemas identificados, de 'Bom', que será o mínimo para progressão na carreira, ou de 'Muito Bom'.
O sistema de avaliação da Fenprof prevê ainda uma avaliação externa "dirigida à escola e não ao professor", para "superar obstáculos e valorizar os resultados obtidos".
"É uma proposta de cariz formativo, orientada para a detecção de dificuldades e de problemas que os professores tenham no seu desempenho e, a partir dessa detecção, elaborar um diagnóstico que depois oriente para a aprovação de estratégias que permitam a superação desses problemas", acrescentou Mário Nogueira, salientando que é uma proposta sem quotas, "em que todos os professores podem ter acesso às mesmas classificações".
A avaliação de desempenho desenhada pelo ministério ocorre de dois em dois anos e passa a ser decisiva para a progressão na carreira.
O regime simplificado do modelo de avaliação definido no memorando de entendimento que Governo e sindicatos e ministério assinaram em Abril passado prevê que a avaliação seja aplicada tendo em conta quatro critérios: ficha de auto-avaliação, assiduidade, cumprimento do serviço distribuído e participação em acções de formação contínua.
A classificação obtida pelos docentes depende de critérios como a observação de aulas e as taxas de insucesso e abandono escolar dos alunos, já que a comparação das notas dos alunos de cada docente com os resultados médios dos estudantes da mesma escola constituem um dos factores determinantes da avaliação dos professores.
Mário Nogueira recusou existir uma quebra de confiança por contestar o modelo de avaliação depois de ter assinado este memorando de entendimento com o ministério da educação, por considerar que o importante na altura "era fazer com que o processo não avançasse". "O que nós conseguimos foi parar o disparate naquela altura e transferir para um momento em que os professores estão com disponibilidade a luta dos professores", disse.
Mário Nogueira sublinha que "as escolas actualmente estão envolvidas em papeladas e burocracias e reuniões intermináveis, além de tudo o resto", um clima que considerou "de terror", que está a fazer "estalar conflitos".
"A avaliação com implementação do novo modelo de gestão nas escolas, com os horários de trabalho completamente absurdos que os professores actualmente têm e com as condições de trabalho que em muitos casos existem, tudo isso é uma mistura explosiva e, neste momento, o ambiente das escolas e o sentimento dos professores já não é só o da indignação do ano passado, em muitos casos é até já de revolta", sublinhou.
Neste sentido, o dirigente admite um novo protesto nacional, que poderá ser anunciado após a reunião do Secretariado Nacional da Fenprof, quinta e sexta-feira.
Na próxima terça-feira, a estrutura sindical vai reunir-se com a Ministra da Educação, onde irá "confrontar a senhora ministra com as responsabilidades políticas que tem quem tem de perceber que há um processo, neste caso a aplicação da avaliação, que pode estar a pôr em causa o normal funcionamento das escolas".» in http://www.educare.pt/educare/Actualidade.Noticia.aspx?contentid=5719A4DCEE406E9BE0400A0AB8002222&schemaid=&opsel=1
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A este propósito acho muita piada a amigos e colegas meus que agora dizem que tudo o que está mal se deve aos Sindicatos; sim, os Sindicatos é que tem a culpa do actual estado de coisas, nunca o Governo Socialista, coitadinhos, esses são inocentes, casos do Eng. Sócrates e da Dra. Maria de Lurdes Rodrigues. Parece que se esquecem que eu os conheço de outras vindimas, quando outros estavam no poder e eles eram fortemente contestatários e pró-sindicatos. Num tempo em que este governo tanto mexeu nos direitos dos trabalhadores, criando inclusive um clima de intimidação de que só há memória no antes de Abril, é extraordinário que pessoas que eu considero inteligentes e de esquerda, venham dizer que está tudo mal por causa dos sindicatos. Aliás muito ao estilo do Eng. Sócrates que é muito lesto a alijar responsabilidades, senão atente-se na sua declaração na Assembleia da República, referindo que a culpa da crise é exclusiva dos Americanos e do seu capitalismo selvagem, quando nós sabemos o que aconteceu nos últimos anos em Portugal, com um governo que se diz de esquerda, mas que governou bem à direita, com ligações pouco claras com o grande capital. Vide como passaram antigos ministros para as grandes empresas e como agora despudoradamente fazem negócios com o estado e como houve enriquecimentos em flecha de uns quantos privilegiados. Sindicatos que, para este Governo, constituíram um bom respaldo ao mitigarem o furacão que se podia ter criado com Movimento dos 100 mil Professores na Rua. Cabe aos Sindicatos, isso sim, defender tanto professor insatisfeito, como nunca antes se viu. Note-se que se reformam antecipadamente 400 professores por dia nos últimos tempos, os números não são meus! E sabe-se bem qual é o partido Português com o maior peso nos Sindicatos... sim, é o partido que suporta este governo! Deixem de ser hipócritas e sejam intelectualmente honestos, por favor! Sejamos sérios!
Há pouca gente na política interessada em ser séria.
ResponderEliminarJá disse. É a minha opinião. Os políticos tornaram-se exímios na utilização da mentira mais ou menos disfarçada, mais ou menos despudorada.
Para onde ir? Para onde fugir?
O mundo tornou-se um local bem pequeno e asfixiante.
A procissão ainda vai no adro, Helder. Vem aí um terramoto.
Palavras da optimista.
Eu sei Anabela e concordo contigo!
ResponderEliminarCabe-nos de todas as formas possíveis, lutar contra isso, nem que ninguém nos ligue, quais Quixotes contra Moínhos de Vento!