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30/09/11

Rio Tâmega - Muita história, muitas estórias, o Tâmega e o seu vale que se arrasta até ao Douro, em Penafiel, é uma Região lindíssima!



«Região do Tâmega

Os rios Tâmega e Douro e as serras do Marão, Alvão, Aboboreira e Cabreira podem ser considerados os elementos definidores desta região. O Rio Tâmega nasce na Galiza, na serra de Monterrey, entrando em Portugal próximo de Chaves. De resto, dos 165 km do seu curso, só 25 km são feitos em território espanhol.

A jusante de Chaves começa a correr para sudoeste, orientação que manterá até à Ponte de Cavez (concelho de Ribeira de Pena).

Esta ponte marcava tradicionalmente uma fronteira entre Minho e Trás-os-Montes. Na margem direita existia, anexa ao solar nobre da Casa da Ponte uma capelinha dedicada a São Bartolomeu. Na margem contrária brotava uma fonte de águas termais com fama de santidade. Quando, por ocasião do 24 de Agosto, dia de São Bartolomeu, se realizava a romaria em honra do santo, inevitavelmente a rivalidade entre minhotos e transmontanos originava movimentadas rixas. Postados de um lado e doutro da ponte, desafiavam-se mutuamente dizendo uns «vinde à fonte» e respondendo os outros «vinde ao santo». O assunto era resolvido ao murro, à paulada e mesmo ao tiro, para desespero das autoridades.

Dado que, no panteão católico, São Bartolomeu tem os atributos de taumaturgo e exorcista, outro ponto forte da romaria era o exorcismo dos possessos. De resto, o santo é habitualmente representado com uma espada na mão e o demónio acorrentado aos pés, como sucede na imagem de madeira ainda hoje existente no interior da capela.

Não era, no entanto, esta a imagem utilizada pelo sacerdote exorcista, mas sim uma outra, em pedra, hoje colocada por cima do portal. E quando as palavras do ritual não pareciam surtir efeito, o padre dava com a estátua na cabeça dos endemoninhados e resolvia o assunto de vez.

Nas Novelas do Minho, Camilo descreve a procissão das endemoninhadas, comentando com uma ponta de cinismo que, perante a visão daquelas mulheres bonitas e bem constituídas, «o demo não escolhe um corpo qualquer» para se instalar…

A partir da Ponte de Cavez (destruída para dar lugar a um viaduto moderno) o Tâmega inflete para sul até à confluência com o Douro em Entre-os-Rios. É também a zona preferida pelos adeptos dos desportos náuticos, nomeadamente da canoagem de águas bravas e do «rafting».

Em termos de relevo, esta zona é limitada a norte pela serra da Cabreira (entre Vieira do Minho e Fafe), sendo a fronteira com Trás-os-Montes definida pelas cumeadas das serras do Marão (1415 m) e do Alvão (parte da qual classificada como Parque Natural).

A marcar a transição para o Douro, a serra da Aboboreira, limitada por um triângulo cujos vértices são Amarante, Marco de Canavezes e Baião. O Parque Natural do Alvão situa-se, parte no concelho de Mondim de Basto e parte no de Vila Real (já na região transmontana).
Aí se encontram aldeias onde os modos de vida tradicionais têm ainda expressão, como sejam os casos de Ermelo e Lamas d’Olo. Marcando a transição do granito para o xisto, as altas quedas de água das Fisgas do Ermelo, no rio Olo, ponto de visita obrigatória.

A pecuária é, nesta zona, uma atividade económica importante, criando-se um tipo especial de gado bovino, o maronês. A grande feira dos produtores desta raça é em Bilhó, perto de Mondim de Basto, pelo São Bartolomeu (24 de Agosto).

Do ponto de vista das técnicas de construção, aldeias como as descritas mostram soluções curiosas. Como se tratou sempre de uma região com maus acessos, havia que construir com os materiais que estavam mais à mão. E assim, em Lamas d’Olo as paredes eram em granito e as coberturas em colmo. Já em Ermelo, o material usado era o xisto.

Nos concelhos de Baião, Resende e Cinfães há já belos panoramas sobre o Douro, com as encostas da margem esquerda a subirem para as alturas da serra de Montemuro.

Há dois pontos fundamentais para observar esta região: os miradouros da Senhora do Viso (Celorico de Basto) e da Senhora da Graça (Mondim de Basto). Do primeiro, observa-se o anfiteatro de campos cultivados que desce para a margem direita do Tâmega com o Marão, o Alvão e a Senhora da Graça no horizonte, enquanto do segundo se tem uma vista já mais próxima do Parque do Alvão.

As condições particulares do Marão, com os seus ventos fortes, fizeram com que na cumeada perto da Pousada de São Gonçalo fosse instalado um parque eólico, cujos gigantescos hélices são bem visíveis para quem circula no IP4.

Não é apenas na serra do Alvão que é patente a transição do Minho para Trás-os-Montes. Esse quase virar de página na paisagem, passando dos campos de milho, dos socalcos verdejantes e da vinha de enforcado para as montanhas e os bosques dá-se na estrada de Mondim de Basto para Ribeira de Pena (a EN312), poucos quilómetros após a primeira destas localidades. Para montante da Ponte de Cavez, na estrada para Vila Pouca de Aguiar, idêntica transição.


Um olhar


Memórias de água doce


Transformava água em vinho. Era santa, legou ao futuro extenso rol de milagres. Um deles ainda me espanta. Como o rio não se avista daqui (é de trutas que desejo falar), descrevo o maravilhoso episódio. Senhorinha, a santa, durante a viagem de Vieira do Minho para Terras de Basto faz breve paragem junto a um regato. Aí inicia as orações; de súbito, um coro de coaxos quase lhe sufoca as preces. Calai-vos, pede voz mansa. Voz de religiosa. E as rãs emudeceram! Silenciar rãs, mesmo para comum mortal, é tarefa simples: basta ruído de gente, um gesto brusco. Milagre? Sim, milagre. Desde esse fatídico dia, aquelas rãs e as vindouras guardaram voto de silêncio. Poderes como este são raros. Dissolvem-se no tempo, é certo, mas vicejam na lenda. O regato onde a religiosa terá exercido os supremos dons, conheço-o bem. As rãs: ou renegaram o castigo de Senhorinha, ou, o mais provável, diluíram a memória na água. Coaxam de novo. Voltam agora a soltar na acalmia essa alegria líquida, quando a Primavera, em aluviões de verdura, adorna as margens do regato.

Vou falar de trutas, já o disse. E as antigas Terras de Basto – onde Senhorinha, a santa, aperfeiçoou a «sublime ciência de agradar ao esposo celestial» – é a geografia certa. Todos os rios aqui trazem à tona o rótulo de truteiros. O tempo do verbo, enfim, não parece fiável. De todo o modo, fica no presente. Se o leitor tiver paciência para acompanhar a jornada, talvez aprenda algo da arte de seduzir o mais nobre peixe da água doce. Reparou? Enquanto falava, calcei as galochas, apetrechei a cana. Os pescadores de truta ao pressentirem rumor de água limpa ficam impacientes. Volvidos dois lanços regressa a serenidade – predador sôfrego erra a investida.

Rio Douro fica a dois quilómetros da vila de Cabeceiras de Basto, na direcção de Montalegre. Neste rio, que o homem tornou dócil com os açudes, enganei e vi a iludir muitas trutas. Outros tempos, não longínquos. Agora imagine-se no final de Maio: o rio sacudiu o pesadelo do Inverno; a aluvião de verdura, que nos apareceu atrás, desagua nestas margens. É manhã cedo, nem um afago de sol. Verifico se há pegadas frescas na erva: é meu, é nosso, o rio. A amostra «pena de gaio», número 2, tomba no desfazer da corrente. Giro a manivela do carreto, devagar: o rio viaja ainda em abundante caudal. A amostra (também se chama colher) rodopia na correnteza: o seu brilho transgride nos domínios da truta. Provoca. Os mesmos gestos (armar o carreto, marcar de relance o sítio onde vai mergulhar a colher, lançar, rodar a manivela…) serão repetidos centenas de vezes ao longo do dia. Não se pescam trutas a bragas enxutas.

Ouve coaxos pungentes? São rãs e sapos. Em pleno delírio do cio. Paixão violenta, digo-lhe. Durante a cópula um dos parceiros morrerá; lenta morte, por asfixia, pasto de trutas e enguias depois. Esqueça-se o perturbador ritual amoroso, o trágico destino da vítima é remoto. Inútil, portanto, a humana compaixão. O primeiro açude. Está vazio. Sinais de abandono também nos campos. O fim da agricultura vê-se nos rios, na fauna escassa dos rios, na paisagem.

Meia centena de lançamentos e nem um «toque». Nenhuma truta perdeu a cabeça com o brilho e o movimento da amostra. De pouco vale a porfia. Outro rio, generoso, espera por nós. O Beça. Rio de montanha, margens temíveis. Nasce em Montalegre, desagua, como todos os rios de Basto, no Tâmega. Permita-me um desvio. Dê-se uma trégua à pesca. O rio faz fome, e as margens do Bessa, já o avisei, são de acesso rude. Vamos a Moscoso. Só pelo topónimo a aldeia serrana, na freguesia de Riodouro, merece a visita. Vamos a Moscoso saborear o melhor presunto do Minho. No Nariz do Mundo, café que adotou o nome de um desfiladeiro rochoso, áspero, existente na zona. Em Moscoso, quando arribam os frios do Inverno, fazem o «casamento do porco»; aqui o rito de sangue e guinchos transforma-se em festa comunitária. Ainda é manhã: mas este presunto sem vinho verde perde qualidade. Verde tinto da região brasonada, onde ecoaram anacrónicos vivas à Monarquia. Obra de um ex-padre, devoto de Paiva Couceiro: armou camponeses, mas o levantamento mirrou em breves dias. Lembro este episódio de sangue azul porque aqui, nos montes ao redor, renderam-se os últimos paivantes. E as trutas? As trutas esperam-nos no Beça. Dentro de uma hora, a amostra voltará a sulcar águas límpidas, frias, impetuosas. Descemos de Moscoso para Cabeceiras de Basto. Sem paragem na vila nem, poucos quilómetros adiante, na Igreja de Santa Senhorinha – à margem da estrada (na direcção de Arco de Baúlhe) e de um rio. Nos rios mansos, pescar à colher só mesmo para engano do vício. Mas, na pesca, há dias mágicos: a amostra até nos açudes mais calmos ilude trutas que entram na história. É nos dias de trovoada primaveril, anunciada pelos melros no alto das cerejeiras. Aguaceiros súbitos, tépidos, remexem os segredos do rio; as trutas grandes saem dos esconderijos, percorrem o açude à procura de alimento que a enxurrada arrasta. Com a chuva forte sobre o rio, tornam-se vulneráveis: não vêem o outro predador. O que está algures na margem, entre arbustos, e lança a amostra… e espalha o desassossego. A truta é voraz, zelosa do seu território. Eis o Beça, rio de pedra e água. Chegamos tarde! Para fazer pescaria, deveríamos estar aqui ao cantar do pisco e aguardar pela primeira luz da manhã.

Veja as pegadas na erva, na lama?! Não adianta, perda de tempo bater rio assombrado. Queria, pelo menos, mostrar-lhe as esculturas nas rochas, obra de invisível e paciente cinzel. Essas nenhum predador assombra. Encontram-se nos sítios mais agrestes, quase inacessíveis, onde o leito do rio é amarfanhado pelas margens. Quantos anos, milénios, demorou a água a esculpir, na escorregadia rudeza pétrea, essas obras ? Arte eternamente inacabada… E as trutas? As trutas… Sabe, o predador de água doce gosta de exibir os troféus, mas esconde a arte. Uma arte feita de anos de observação e experiência. É segredo, portanto. Enfim, ainda estamos a tempo de visitar outro rio. O Ôlo. Nasce na Parque Natural do Alvão, desagua em terras de Amarante. Agrada-lhe a ideia? Estará, com certeza, batido como todos os outros, mas é bonito de ver: corre num leito de seixos cor de ouro; nas margens – onde há pequenas courelas, outrora lavradas – podemos colher morangos silvestres e violetas… A pesca também é isto: uma colheita de rumores, de sabores e cheiros. E quem está no Ôlo, sobe, por estrada estreita e sinuosa, ao Parque Natural do Alvão: o fogo repastou-lhe a manta vegetal. Lá, lá no alto, paramos a marcha. O nosso destino é a memória da água doce: vamos contemplar as Fisgas do Ermelo. Espetáculo único: água a jorrar do ventre rochoso da montanha. Gritos de espuma. Os rios, afinal, não nascem no paraíso.


Turismo de Habitação


É nas Terras de Basto, designadamente em Cabeceiras e Celorico que se encontram alguns dos mais notáveis solares adaptados ao Turismo no Espaço Rural. Ao valor arquitetónico e patrimonial destas casas junta-se um outro trunfo: a envolvente paisagística, já que em quase todas se manteve a tradição dos jardins com plantas exóticas, como é o caso das japoneiras (camélias). Desta lista de casas a não perder destaquem-se a Casa de Campo, o Solar do Souto e a Casa de Canedo (Celorico) bem como a Casa da Tojeira (Cabeceiras).

O único ponto negativo destas casas são os acessos já que as vias rápidas acabam às portas de Fafe e as estradas, quer de Amarante para Celorico, quer de Fafe para Cabeceiras, estão longe de ser brilhantes.

A estada nesta zona possibilita uma série de passeios, como sejam ao Parque Natural do Alvão (via Mondim de Basto), às margens do Tâmega ou à Serra da Cabreira.
Descendo para o Douro e nomeadamente nos arredores de Amarante há também opções interessantes, umas pelo requinte da casa e pelas memórias que lhe estão associadas (Casa de Pascoaes onde viveu o autor de «Marânus»), outras pela sua rusticidade e pela sua situação no meio da serra (Casa da Levada em Travanca do Monte).

Ainda que os panoramas sobre o Douro não atinjam a espetacularidade do país vinhateiro, como sucede entre a Régua e o Pocinho, a estada nalgumas destas casas possibilita, apesar de tudo, o contacto com paisagens interessantes, nomeadamente na zona de Cinfães ou de Resende. Para além disso, não se percam as paisagens agrestes da Serra da Aboboreira, limitada pelo triângulo Amarante, Baião e Marco de Canavezes.


Paisagens e Património


Desde a confluência com o Douro, o Tâmega rasga um longo vale passando por Amarante, Mondim de Basto e pela parte ocidental do concelho de Ribeira de Pena, já na transição para Trás-os-Montes.

São terras de bom vinho verde branco e com socalcos cultivados trepando pelas faldas das serras do Marão e do Alvão.

Das paisagens não se percam as alturas da serra da Cabreira ou do Marão e as margens do Tâmega, onde a febre da ocupação, que é tipicamente urbana, ainda não chegou.


Amarante

Apesar da sua antiguidade, é só a partir de 1540 que a vila se desenvolve à volta do Convento de S. Gonçalo e da ponte medieval sobre o Tâmega.

Impõe-se, por isso, uma observação atenta do Convento e da Ponte que foi fronteira com direitos medievais de portagem e que em 1809, durante a II Invasão Francesa foi palco de aceso combate entre as tropas do general Silveira e as do marechal Soult. Desesperados pela resistência portuguesa que os fez perder um tempo precioso, os franceses viriam a incendiar e saquear boa parte da cidade.

O convento deve começar por ser visto do exterior, focando a atenção no portal e na Varanda dos Reis. No interior, atenção às capelas, a que guarda a estátua jacente de S. Gonçalo, a dos Votos e a de Santa Rita de Cássia.

Nos antigos alojamentos monacais funciona o Museu Sousa-Cardoso, com numerosos quadros deste grande pintor do século XX. Na parte antiga do museu, uma interessante coleção de arte sacra e etnográfica, incluindo as estátuas do Diabo e da Diaba de Amarante, testemunho dos ritos de fertilidade ligados ao culto de São Gonçalo.

Por cima do convento, ao cimo de umas escadas, está a pequena Igreja de Nossa Senhora dos Aflitos, com uma sala onde se guarda um conjunto de imaginário sacro.

Subindo pela Rua Teixeira de Vasconcelos, encontrará sucessivamente o Solar dos Macedos e dos Vasconcelos, a Igreja de S. Pedro, com teto em talha de madeira, a antiga Casa da Câmara e a Casa dos Peixotos.

Na Rua 31 de Janeiro pode comprar doces, enchidos e vinhos verdes da região.
Contudo, é nos arredores da cidade que se encontra o melhor do património concelhio: as igrejas e mosteiros românicos.

Destes, destaquem-se o mosteiro de Travanca, a igreja de Mancelos, com a sua torre fortificada anexa (na EN15, depois do cruzamento da Lixa), a igreja de Telões (na mesma estrada logo à saída de Amarante) e o mosteiro de Freixo de Baixo (próximo do templo anterior mas do lado contrário da estrada) e a Igreja de Gatão (na EN210, para Celorico de Basto).

Notável do ponto de vista paisagístico é a serra da Aboboreira, com as suas construções megalíticas e panoramas espetaculares, como sejam os da localidade de Castelo Velho, entre a típica aldeia de Travanca do Monte e Jazente (cuja igreja românica é igualmente merecedora de visita).

A uma altitude de 350 m, não faltam panoramas, como sejam os terrenos de socalcos com as vides, quintas aninhando-se monte acima ou os do vale da ribeira de Ovil que desagua no Douro perto de Ancede (onde se situam as ruínas do Convento de S. João Baptista). A barragem do Carrapatelo, no Douro, não fica longe.

À volta da vila há pequenos povoados serranos, e se subir ao miradouro da Serrinha abarca o vale do Douro.

Cabeceiras de Basto 


A praça principal da vila é um antigo terreiro conventual onde se localiza o Mosteiro de Refojos. Este vale sobretudo pela igreja com rica talha dourada do séc. XVIII, muitas imagens antigas, o cadeiral do coro e um zimbório de complexa arquitectura, ornamentado pelas figuras dos doze apóstolos.

A partir de Cabeceiras vários passeios são possíveis. Na vizinha localidade de Arco de Baúlhe não perca o pequeno museu ferroviário, memória da linha do Tâmega, hoje desativada no seu troço mais bonito (por correr paralelo ao rio), entre Amarante, Mondim de Basto e Arco.

Outra possibilidade é o antigo estradão dos Serviços Florestais que parte de Abadim e Moinhos de Rei e segue pela Serra da Cabreira até Vieira do Minho. Pelo caminho, cascatas, matas e aldeias antigas como Busteliberne.

Se tomar a estrada para Fafe, via Gandarela (EN206), pode nesta localidade, cortar para Celorico e depois para as aldeias de Caçarilhe e Ourilhe para subir à Capela do Viso, miradouro que disputa com o da Senhora da Graça o título de mais bonito da região.
Da Gandarela pode tomar a rede de estradas secundárias que atravessam a serra na direcção de Várzea Cova e, desta última aldeia, subir à EN311 (Cabeceiras-Fafe via Moreira de Rei) para ver a descida do Confurco.

A dois passos de Arco de Baúlhe, já na estrada para Vila Pouca de Aguiar (EN206), há uma pequena praia fluvial com açude.


Celorico de Basto


A cerca de 3 km de Celorico situa-se o Castelo da Arnóia, com torre quadrangular ligada a um recinto muralhado poligonal.

Se vier de Cabeceiras por Arco de Baulhe pela EN210 acompanha em ziguezague o traçado da desactivada linha do Tâmega e descobre de quando em vez o rio e uma bela paisagem com bouças e os corgos. Por este percurso encontra um conjunto notável de solares, alguns dos quais adaptados ao Turismo de Habitação: a Casa do Canedo em Barreiro, a Casa do Campo, em Molares, a Casa da Boa Vista e a Casa do Outeiro, perto de Fermil e, ainda, as do Prado e da Igreja, no Corgo.

A serra do Alvão perfila-se um pouco mais longe, na direcção da vizinha vila de Mondim de Basto, destacando-se ao longe o pico dominado pelo santuário e miradouro da Senhora da Graça.


Castelo de Paiva


Para além das rotas indicadas a seguir na vizinha Cinfães há, por perto, locais que pode visitar: a 4 km fica a Quinta da Fisga com um solar do séc. XVII o que lhe dá azo a debruçar-se sobre um precipício e a apreciar outras vistas sobre vertiginosas paisagens no Alto dos Carvalhões e no Alto do Facho e, por estradas difíceis, a Fontela de Midões, Raiva e Vista Alegre.

Para além disso tenha presente que o Paiva é um dos mais belos e menos poluídos rios portugueses e justamente por isso preferido pelos amantes dos desportos radicais. Vale, por isso, a pena tomar a chamada «marginal do Paiva» a sinuosa e degradada EN225 até Alvarenga e Castro Daire.


Cinfães


Na direcção de Castelo de Paiva aproveite uma bela rota junto ao rio Douro com vertentes de farta vegetação, passando por S. Cristovão de Nogueira, com igreja românica e Casal. Antes de Tarouquela (igreja românica), pode desviar para Tapados ou para o Outeiro das Carneiras ou, ainda, para o marco geodésico de Monte de Gateiras. Todos eles são pontos de esplendorosa vista sobre o vale do rio Douro. Adiante de Tarouquela estão Escamarão e a igreja de S. Miguel, de estilo românico, bem conservada.


Marco de Canaveses


Por esta zona, o Douro continua a dominar. Às portas do Marão é terra de solares e casas de lavoura espalhados pelas aldeias limítrofes, como S. Nicolau ou Vila Boa de Quires. Pode excursionar por Tabuado observando a sua igreja românica, ou seguindo por Tuias, Avessadas, Lamoso e Alpendurada, que é uma varanda sobre o Douro, para além de conservar o Mosteiro Beneditino de S. João Baptista, com igreja espaçosa e uma estrutura conventual que é propriedade privada.

Na sede do concelho veja a igreja moderna projectada por Siza Vieira e, já na direcção do Porto, em Vila Boa de Quires, a enigmática Obra do Fidalgo, a fachada barroca de um gigantesco palácio que, devido a um conjunto de acontecimentos nefastos nunca passou disso mesmo, de uma gigantesca fachada com as suas dezenas de janelas vazias dando um ar de cenário de teatro.

Igualmente notável, mas já na direcção do Douro, a cidade romana do Freixo, ou Tongóbriga. Começou por ser um acampamento militar romano no século I, quando as legiões dos césares ocuparam a Península Ibérica.

A localização era estratégica, já que representava o meio caminho exacto entre Braga e Aregos onde se transpunha o Douro. A cidade que aos poucos foi nascendo teria chegado a ocupar 30 hectares e aqui terão vivido muitos milhares de pessoas.


Mondim de Basto


Esta vila de fronteira entre Minho e Trás-os-Montes olha de longe a serra do Alvão e tem ao lado os rios Tâmega e Cabril.

Na povoação, a Igreja Matriz e a Capela do Senhor não são grandes peças; ao lado dos Paços do Concelho observe a Casa de Eiró. Uma primeira rota por estrada florestal leva-o à Ermida da Senhora da Graça, uma ascensão deslumbrante que oferece panorâmicas para todos os pontos cardeais.

Pela EN 304, na direcção de Vila Real, vai até Ponte do Olo em Ermelo e daqui ao alto do Fojo com os monumentais rochedos e a queda de água das Fisgas do Ermelo.


Resende

À Beira Douro, e já perto de Lamego, tornou-se famosa pela sua doçaria regional, as cavacas e pelo seu património construído.

Algumas pequenas rotas: a Barrô com igreja românica e torre; às Caldas de Aregos; a S. Romão de Aregos, bonita aldeia envolvida pelo Douro; à aldeia de Boassas, perto de Oliveira do Douro e a S. Martinho de Mouros com elegante igreja românica e à sua congénete de Cárquere.

Ribeira de Pena


Às portas de Trás-os-Montes está plantada numa encosta da serra do Alvão. Como rotas são aconselháveis, a sul, uma ida a Lamas de’Olo por estrada florestal e ao posto de vigia do Minheu a 1200 m, um miradouro excecional.

Com foral desde 1331é do séc. XVIII que se conservam algumas memórias edificadas, como o templo de N. S. da Guia e a Igreja de S. Salvador.

Em Santa Marinha são dignos de nota, a igreja, um santuário rupestre e o Solar de S. Marinho. Não perca o passeio até à Ponte de Cavez, no Tâmega, local de afamada romaria dedicada a São Bartolomeu a 24 de Agosto e durante a qual os endemoinhados eram exorcizados e minhotos e transmontanos se afrontavam em intermináveis rixas, narradas por Camilo. in http://www.fotosantesedepois.net/regiao-do-tamega/
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E Amarante é e continuará a ser a Princesa do Tâmega, mesmo que emparedado entre barragens artificiais, que quebram bastante a sua beleza selvagem...

 

30/01/11

Amarante - Municipios do Tâmega e Sousa recebem apoios do PRODER!

«Tâmega e Sousa recebe apoios do PRODER

Trinta e sete projectos agrícolas e turísticos na região do Tâmega e Sousa receberam um envelope de financiamento de 5,1 milhões de euros do Programa de Desenvolvimento Rural (PRODER).
Os projectos agora comparticipados a fundo perdido em 2,9 milhões de euros prevêem a criação, a curto prazo, de cerca de 80 postos de trabalho. “Estes apoios financeiros vão ter um efeito reprodutivo, porque ajudarão a dinamizar a economia da região, fixando a sua população rural”, explicou, Gabriela Ventura, gestora do PRODER.
Os projectos agora financiados disseminados pelos concelhos de Amarante, Baião, Marco de Canaveses, Resende, Cinfães e Penafiel, estão incluídos na 1ª fase da candidatura apresentada pela cooperativa Dolmen ao PRODER.
Há de tudo um pouco: desde a criação de novos pólos de turismo em espaço rural, passando pelo comércio de produtos hortícolas de pequenos agricultores, abertura de loja produtos locais e respectiva ampliação com dois pólos, um no Marco e outro em Amarante, até à área de tradução com a empresa “Globalang” que tem como clientes finais a Microsoft, a Fuji, a Medica ou a Sonae.
Há igualmente um projecto de televisão na internet, a “Douro Verde TV”, mas também a assistência técnica na produção de kwivis. Neste caso, em particular, a empresária, Martinha Vieira, apercebendo-se da existência, no Marco de Canaveses, do entreposto e produção de kwivis “Prosa” da Sonae, criou a sociedade unipessoal “Martinha, Serviços Agrícolas” para prestar ajuda técnica aos pequenos produtores de kwivi.

“O nosso território é mais dinâmico do que se julga, nomeadamente associado às micro e pequenas empresas. Áreas como turismo em espaço rural, produção de vinhos e carne, mas também ligadas aos factores de inovação e diferenciação no mercado das novas tecnologias, em áreas de ponta com muito conhecimento incorporado ”, explicou ao RCP, José Luís Carneiro, presidente cessante da Dolmen e que liderou politicamente o processo de candidatura ao PRODER.
A segunda fase de candidaturas irá completar um pacote total de financiamento a fundo perdido à região de 17 milhões de euros a investir num território onde vivem 160 mil pessoas.
António Orlando» in http://www.radioclube-penafiel.pt/_tamega_e_sousa_recebe_apoios_do_proder
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Amarante bem precisa de mais projectos aprovados e concretizados, pois continua a definhar a nível económico e a perder preponderância estratégica nesta região, das mais pobres de Portugal!

17/10/08

Região do Baixo Tâmega - Vale do Tâmega é a Região mais Pobre da Europa!














«Ao longo de um ano, a Rede Europeia Anti-pobreza estudou a situação no Vale do Tâmega e concluiu que é a região mais pobre da Europa. O anúncio foi revelado, esta sexta-feira, no dia em que se comemora o Dia Mundial para a Erradicação da Pobreza.

Presidente da rede europeia anti-pobreza, Jardim Moreira, considera que Vale do Tâmega
é a região mais pobre de toda a Europa devido ao desinvestimento.
Portugal tem actualmente um milhão e 800 mil cidadãos que vivem com um salário mensal de 360 euros, ou seja, no limiar da pobreza.
Desde que a União Europeia assumiu o compromisso de lutar contra a pobreza, no ano 2000, a Comissão Europeia revelou que Portugal foi o país em que a pobreza mais caiu, apesar de se manter dois pontos acima da média dos restantes Estados-membros.
A Rede Europeia Anti-pobreza estudou, ao longo de um ano, a situação no Vale do Tâmega e concluiu que é a região mais pobre de toda a Europa e que Baião é o concelho, no distrito do Porto, onde o nível de pobreza é mais grave.
O presidente desta rede explicou que se trata de «uma zona agrícola onde não houve investimento industrial, [o que] provocou um êxodo muito grande dos homens, tendo ficado uma proporção enorme de mulheres em casa com as crianças e sem grandes recursos económicos».
«Depois o envelhecimento dos idosos e a sua dispersão pelas montanhas, e pelas aldeias que impossibilitam um apoio razoável à integração social das pessoas», concluiu Jardim Moreira.» in http://tsf.sapo.pt/PaginaInicial/Vida/Interior.aspx?content_id=1030422
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Mas há alguns Presidentes de Municípios desta Região a quem podem ser apontadas culpas, de não quererem Desenvolvimento Industrial, de fazerem do Turismo o Principal Vetor Estratégico de Desenvolvimento. De não quererem Desenvolvimento Industrial, de não o atraírem, mais, de mandarem grandes e boas empresas para outros Municípios que aproveitaram, todos contentes. Esses Senhores deveriam refletir, mas não podem, o poder ofusca!


02/09/08

Ora cá está uma boa notícia para o Baixo Tâmega!




«Baixo Tâmega com serviços autárquicos ligados em banda larga


A instalação das redes autárquicas em banda larga nos cinco municípios do Baixo Tâmega, que integram o projecto Tâmega Digital, arrancou hoje em Amarante, anunciou a equipa gestora do projecto.
A empreitada, que foi adjudicada recentemente à empresa Wavecom - Soluções Rádio, Lda, por 496 mil euros, consiste na execução «de um sistema que vai ligar edifícios e equipamentos municipais por fibra óptica ou através de frequências de rádio (wireless)».
A instalação, que decorre no âmbito do Projecto Tâmega Digital, promovido pela Comunidade Urbana do Tâmega, contempla também a instalação de idêntico serviço nos municípios de Baião, Celorico de Basto, Marco de Canaveses e Mondim de Basto.
O contrato da execução das cinco redes municipais no Baixo Tâmega foi assinado a 22 de Agosto e o prazo de execução dos trabalhos é de 56 dias. Além deste programa, o de maior envergadura financeira, o Tâmega Digital anunciou que está concluída a instalação de 100 pontos de acesso à Internet, distribuídos pelos cinco municípios.» in http://diariodigital.sapo.pt/news.asp?section_id=9&id_news=347484
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Penso que ao nível tecnológico esta comunidade do Baixo Tâmega está a trabalhar muito bem. Vamos agora ver se conseguimos potenciar este avanço tecnológico, no sentido de reduzir o atraso estrutural desta região relativamente ao desenvolvimento económico. Necessitamos de fortalecer a estratégia de dssenvolvimento inter-municípios, pois só assim conseguiremos sair deste marasmo em que toda esta vasta zona caiu.



(BAIXO TÂMEGA)

17/07/08

Cavaco Silva e Marcelo Rebelo de Sousa, tentam ajudar a Zona Deprimida do Baixo-Tâmega!




«Cavaco Silva inicia visita aos "deprimidos" vales do Ave, Tâmega e Sousa


Porto, 17 Jul (Lusa) - O Presidente da República inicia hoje em Celorico de Basto uma visita de dois dias para "ouvir" autarcas, sindicatos e empresários sobre a "situação social" deprimida aos vales do Ave, Sousa e Tâmega.
A visita de Cavaco Silva tem início ao final da manhã, com um almoço com presidentes dos nove municípios da região do Vale do Tâmega.
Depois do almoço, o chefe de Estado terá uma reunião de trabalho com os autarcas e irá inaugurar o Parque Urbano do Rio Freixieiro, após uma passagem pela Biblioteca Municipal de Celorico de Basto, para uma visita guiada por Marcelo Rebelo de Sousa.
Sexta-feira, o Presidente da República tem reuniões de trabalho com organizações sindicais regionais em Fafe e com especialistas e investigadores com estudos feitos sobre o Vale do Ave em Guimarães.
À tarde, Cavaco Silva parte para o concelho de Famalicão, para uma reunião com associações empresariais regionais, em S. Miguel de Ceide, e uma visita à fábrica Salsa Jeans, em Ribeirão.
O programa não inclui visita a nenhum dos seis concelhos do Vale do Sousa, questão que foi desvalorizada pelo presidente da associação de municípios desta sub-região, Alberto Santos.
"Acredito que seja um primeiro passo de visitas às três sub-regiões", disse à agência Lusa Alberto Santos, presidente social-democrata da Câmara de Penafiel, recordando que a preocupação relativamente à situação social nos três vales foi realçada por Cavaco Silva "precisamente numa visita recente a Penafiel".
Fonte da Presidência da República disse à Lusa que, apesar de o programa não incluir paragens no Vale do Sousa, sindicalistas e empresários destas duas regiões vão participar nas reuniões de Fafe e S. Miguel de Ceide.
Já fora do programa dos três vales, o chefe de Estado parte a meio da tarde de sexta-feira para Ponte de Lima, onde irá inaugurar a reabertura do Museu de Arte Sacra dos Terceiros e assistir à representação da ópera "As Bodas de Fígaro", integrada no Festival de Ópera e Música Clássica do concelho.» in http://noticias.sapo.pt/lusa/artigo/dbafdc814eeaf2dc965db4.html
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Haja alguém que se vire para o Baixo-Tâmega deprimido, com tantas potencialidades e tão abandonado está. Dizem muitos que Portugal não é só Lisboa, mormente no pós-Abril. Até pode ser verdade, mas olhemos para o pacote de investimentos que estão previstos para a Capital e na sua envolvente e comparemos com todo o Norte e como dizia o outro da mesma cor: é fazer as contas... Espero que quer o Excelentíssimo Presidente da República Dr. Cavaco Silva, quer o Dr. Marcelo de Sousa, filho desta zona, saibam influenciar quem de direito de forma a tentar reverter a sangria de jovens que colocaram a emigração em níveis de 80, que consigam atrair investimentos, enfim, que nos ajudem, por favor!

08/02/08

Baixo Tâmega - Zona altamente deprimida no panorama sócio-económico português!



«Há indicadores que traduzem a profunda crise que afeta a base económica da região
Armindo Mendes/Lusa

O acentuado aumento do desemprego no interior do distrito do Porto tem-se traduzido numa “situação de carência e risco de pobreza em segmentos consideráveis da população”, conclui um estudo mandado realizar pela Comunidade Urbana do Vale do Sousa.

Segundo as conclusões daquele trabalho, prevalecem em concelhos industriais como Felgueiras, Paços de Ferreira e Paredes inúmeras “situações de desemprego camuflado”, que se refletem em números anormalmente altos de pessoas a beneficiarem do subsídio de doença.

O estudo abrange a denominada região do Tâmega, que compreende 12 municípios, a maioria do Porto (Lousada, Paços de Ferreira, Paredes, Penafiel e Felgueiras), mas incluindo dois de Viseu (Cinfães e Resende), um de Braga (Celorico de Basto) e um de Aveiro (Castelo de Paiva), que perfazem mais de meio milhão de habitantes.

Também associado ao desemprego está o crescimento do número de beneficiários do Rendimento de Inserção Social por mil habitantes (32,2), o que é bastante superior à média nacional (19,1) e até da região Norte (7,2).

“”, evidencia-se nas conclusões do estudo, que sugere a adoção de “medidas urgentes para inverter a tendência”, lê-se no estudo, que acrescenta: “um segmento considerável da população encontra-se numa situação de carência e risco de pobreza”.

Note-se que o tecido económico da região é dominado pelas indústrias transformadoras - cerca de 10 mil empresas -, com destaque para o mobiliário, o calçado e os têxteis. Os concelhos mais industrializados, através sobretudo das pequenas e médias empresas, são Paços de Ferreira, Paredes e Felgueiras, empregando quase três quartos da população ativa.

Após a análise a diferentes indicadores estatísticos, o estudo confirmou, por outro lado, os elevados indicadores de abandono escolar, mais acentuados nos concelhos industrializados, nos quais continua a prevalecer uma mão-de-obra pouco qualificada, um número de licenciados três vezes inferior à média nacional e um poder de compra muito inferior ao resto do país (apenas 62 por cento da média nacional). Em Resende, concelho neste estudo com o mais baixo poder de compra, cada habitante ganhava apenas, em 2003, pouco mais de 500 euros, enquanto que a média nacional é superior a 800 euros. Amarante e Penafiel, onde prevalecem os serviços, eram os concelhos, ao nível dos trabalhadores por conta e outrem, com ganho médio mensal mais elevado, mas inferior à média da região Norte. Já o rendimento per capita por habitante é mais elevado nos concelhos industrializados, com Felgueiras à frente, seguidos de Paredes e Paços de Ferreira.

Mas este estudo não aponta apenas dados desfavoráveis, evidenciando como nota mais positiva o facto de o Tâmega ser uma das regiões mais jovens do país, com quase 19 por cento da população (a média nacional é de 15,5 por cento), havendo até concelhos como Felgueiras, Lousada e Paços de Ferreira onde esse indicador é ainda mais favorável. Frequentam as escolas da região mais de 100.000 alunos, mas é nos concelhos com maior dinamismo económico, como Felgueiras, onde a taxa de frequência escolar é mais baixa, situação que tem paralelo em concelhos ditos periféricos como Castelo de Paiva e Marco de Canaveses.

Ainda em termos demográficos, o Tâmega é um espaço regional com muitas assimetrias, havendo concelhos com densidades elevadas e um forte crescimento populacional, com destaque para Paços de Ferreira, Lousada e Felgueiras, e outros, situados nas zonas mais periféricas e rurais, com perdas acentuadas de habitantes nas últimas décadas, sobretudo os dois municípios do distrito de Viseu - Cinfães e Resende -, Celorico de Basto e Baião. Estes são, aliás, os únicos concelhos que têm perdido habitantes desde 2001, um indicador em que Resende é o mais penalizado, com uma redução de quase 14 por cento nos últimos 15 anos, seguido de Cinfães com quase 11,5 por cento. No plano inverso, Paços de Ferreira é o campeão do crescimento, com 26 por cento, seguido de Lousada (23 por cento) e Felgueiras (20 por cento). Genericamente, a região cresceu 10,1 por cento desde 2001, o que é superior aos indicadores nacionais (7,42 por cento) e da região Norte (7,4 por cento).» in http://www.tamegaonline.info/v2/noticia.asp?cod=234
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O futuro dos jovens de Amarante afigura-se como, muito negro. Enquanto professor nesta bela terra, vislumbro umas nuvens muito cinzentas no horizonte do futuro, dos jovens amarantinos... Vivo nesta comunidade, tenho cá as minhas raízes e as minhas relações, desde muito novo. Sei por exemplo que, neste momento, o fator que está a contribuir para a nossa situação não ser pior é a forte emigração dos jovens desta região para a vizinha Espanha e não só, com níveis semelhantes aos do início dos anos oitenta. Mas claro, é uma mão-de-obra não especializada, altamente descriminada, com muito sofrimento à mistura, horas de trabalho em excesso, acidentes de trabalhos por precariedade, acidentes nas deslocações semanais entre Portugal e Espanha e vice-versa. Por exemplo, falando de Fregim e Louredo, freguesias por onde dividi a minha juventude, mete dó, durante a semana a falta de gente, o deserto humano, transformando-as em aldeias fantasmas, onde florescem os ladrões e toxicodependentes. Os jovens migram e emigram porque não reúnem condições para viver na sua terra natal. Fico arrepiado quando ouço rumores, como os que ouvi há dias de fonte credível, que segundo a mesma, a empresa ENERCOM que muito movimento deu à freguesia de Fregim e a Amarante, está a deslocar todos os seus operacionais para Viana do Castelo, porque em Amarante não conseguiu construir uma fábrica, por várias motivos. A ser verdade, é um facto de alguma gravidade em termos sociais para a nossa gente, dado que afastar o investimento das empresas de Amarante, em nada nos favorece. É que por muito que queiram, Amarante não pode viver só de Turismo e da Agricultura, atividade não rentável. Isso pode ser uma boa utopia, mas é também uma triste realidade, para a nossa juventude! E para agravar, como fazemos parte do Distrito do Porto, os últimos dados conhecidos sobre a evolução socioeconómica, também não são animadores, como pode verificar em: http://www.tamegaonline.info/v2/noticia.asp?cod=232

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