14/02/18

F.C. do Porto História - O histórico de confrontos não é propriamente animador, mas o FC Porto já venceu o Liverpool.



«SABIA QUE SÉRGIO CONCEIÇÃO JÁ VENCEU O LIVERPOOL?

Foi titular contra os reds na estreia como jogador do FC Porto, mas foi Domingos, o pai de Gonçalo, quem resolveu.

O histórico de confrontos não é propriamente animador, mas o FC Porto já venceu o Liverpool. Se pesquisou por “competições oficiais”, azar, não encontrou o jogo que o brasileiro Carlos Alberto resolveu a cinco minutos do fim no SkyDome, no Canadá, nos tempos de Steven Gerrard, Djibril Cissé e Michael Owen. Sim, sensivelmente dois meses depois de vencer a Champions em Gelsenkirchen e dez meses antes de o Liverpool lhe suceder em Istambul. E essa foi só a última de três vitórias contra os reds, todas em particulares ou provas não oficiais.

A relação de amigáveis entre FC Porto e Liverpool começou muito antes, em maio de 1968, quando Atraca resolveu o primeiro jogo para os azuis e brancos num particular disputado no Estádio das Antas. E antes da vitória no SkyDome, em julho de 2004, ainda há a estreia absoluta de Sérgio Conceição em 1996, quando o FC Porto foi a Anfield e Domingos fez o resultado (2-0), encerrando a questão depois de assistido por Sérgio, hoje treinador de Gonçalo, o filho do ponta de lança.

Não se sabe se por coincidência ou por simples capricho do destino, o mesmo Carlos Alberto do SkyDome festejou o 33.º aniversário a 11 de dezembro, dia do sorteio dos oitavos de final da Liga dos Campeões que colocou o Liverpool no caminho dos Dragões, o que não deixa de ser curioso. Já agora, tome nota: na única vez em que o FC Porto superou uma equipa inglesa nos “oitavos” da Champions, Carlos Alberto estava lá. Foi Costinha que marcou, mas o brasileiro estava lá. Depois só marcou e parou na final.

Se não acredita em coincidências, se abomina talismãs e tem por hábito rir dos episódios do acaso, então divirta-se com esta série de números criteriosamente retirados desta e de outras edições da Liga dos Campeões. A seleção foi feita para que possa recuperar o que já passou e se prepare para o que está para vir. A 13.ª qualificação do FC Porto para a fase a eliminar em 22 participações serve só de ponto de partida.


Entre os sete potenciais adversários, quatro falavam inglês, dado que inflacionava as probabilidades de o FC Porto regressar à Grã-Bretanha. O sorteio tratou de as confirmar, colocou o Liverpool no caminho dos Dragões e promoveu o reencontro entre azuis e reds mais de dez anos depois. A última vez em que se cruzaram no mesmo relvado foi na época de 2007/08, na fase de grupos da Champions, com um empate no Dragão (1-1), que começou a ser escrito por Lucho González, e vitória dos ingleses em Anfield (4-1). Antes, em 2000/01, nos “quartos” da Taça UEFA, verificaram-se os mesmos resultados, embora por outros números: nas Antas não houve golos (0- 0) e os ingleses resolveram a eliminatória em casa (2-0).


O Liverpool é um dos clubes históricos e com mais êxitos do futebol inglês: venceu a Premier League por 18 ocasiões, levantou sete Taças de Inglaterra, oito Taças da Liga e 15 Supertaças. A nível internacional, foi cinco vezes campeão europeu, ganhou três edições entre Liga Europa e Taça UEFA, e mais três Supertaças Europeias. Regressou a uma final internacional em maio de 2016, tendo perdido a Liga Europa para o Sevilha, tal como tinha acontecido nove anos antes, em maio de 2007, na Liga dos Campeões, então frente ao Milan.

1996 
A estreia oficial de Sérgio Conceição com a camisola do FC Porto aconteceu aos 66 minutos de uma Supertaça que ficou célebre, não exatamente pelo que se passou naquela tarde de 18 de agosto de 1996, mas pelo que se passaria um mês mais tarde na Luz, onde os Dragões venceram por 5-0. A estreia absoluta, no entanto, estava gravada desde julho, precisamente frente ao Liverpool e no torneio daquela cidade, em que também participaram o Everton e o Borussia Mönchengladbach. Ganhou o FC Porto, com dois golos de Domingos, e Sérgio alinhou de início, na companhia de mais cinco debutantes: Wozniak, Lula, Fernando Mendes, Wetl e Artur.

2004

É certo que o histórico é favorável à equipa da cidade dos Beatles, mas a verdade é que, na primeira vez que defrontaram uma equipa inglesa nos “oitavos” da Champions, os azuis e brancos levaram a melhor. O adversário foi o Manchester United, que foi derrotado no Dragão (2-1) e depois não foi além de um empate em casa no segundo jogo (1-1). Estávamos em 2004 e o FC Porto caminhava em direção a Gelsenkirchen e à conquista do segundo título de campeão europeu do seu palmarés.

23

O Liverpool foi quarto classificado na anterior edição da Premier League e por isso chegou à Liga dos Campeões por via do play-off, em que teve de suar para afastar os alemães do Hoffenheim. A campanha no Grupo E, que disputou com Sevilla, Spartak Moscovo e Maribor, foi bem mais tranquila. Ganhou três jogos, empatou três e ficou no primeiro lugar. Marcou 23 golos e sofreu seis.


Os reds foram o segundo ataque mais concretizador da fase de grupos, apenas atrás do Paris-Saint Germain (25). O egípcio Mohamed Salah integra, ao lado de Messi e Ronaldo, o pódio dos que mais remataram, mas os mais eficazes da equipa de Jürgen Klopp foram os brasileiros Roberto Firmino e Philippe Coutinho (agora jogador do Barcelona) - o primeiro marcou seis golos e o segundo cinco, tantos quantos fez Aboubakar. Nas assistências quem se destaca é o inglês James Milner que, com seis, foi o jogador da fase de grupos que realizou mais passes para golo.

15

O FC Porto terminou a fase de grupos da Champions com 15 golos marcados e o quinto melhor ataque da prova. Com uma média de dois golos e meio por jogo, os Dragões marcaram a cada 36 minutos e tiveram em Aboubakar o melhor marcador. O internacional camaronês fez cinco golos, o equivalente a um terço dos golos da equipa, influência que reforçou com o acréscimo de duas assistências. Entre as 32 equipas envolvidas na primeira fase da prova, só o Paris Saint-Germain, o Liverpool, o Real Madrid e o Chelsea marcaram mais do que os azuis e brancos.


Com primeiras partes mais produtivas do que as segundas, o FC Porto marcou em quase todas as fases do jogo, com especial destaque para o último quarto de hora da primeira metade, período em que apontou quatro. Os 15 minutos seguintes, pelo contrário, foram absolutamente inférteis e deles não resultou qualquer golo. Aos nove minutos do jogo com o Mónaco, no Estádio do Dragão, Aboubakar fez o golo mais rápido dos azuis e brancos na fase de grupos; Maxi Pereira fez o mais tardio aos 93 da vitória sobre o Leipzig, também no Porto.

5
Antes dos jogos de ontem à noite, eram apenas cinco os jogadores com mais golos marcados do que Aboubakar na atual edição da Liga dos Camepões, e a verdade é que Cristiano Ronaldo (9), Neymar (6), Roberto Firmino (6), Harry Cane (6) e Cavani (6), todos eles com mais tempo de utilização, não são cinco jogadores quaisquer. Com os cinco golos marcados, o internacional camaronês fecha o top 5 da lista dos melhores marcadores do FC Porto na Liga dos Campeões, com um total de 11 golos, ainda longe dos 19 de Jardel, mas apenas a um de igualar Jackson Martínez e a dois de ascender ao segundo lugar partilhado pelos argentinos Lucho González e Lisandro López.

7
O FC Porto-Mónaco foi o segundo jogo com mais golos marcados da fase de grupos da Champions, sendo superado nesta matéria apenas pelo PSG-Celtic, que terminou com a vitória dos parisienses por 7-1 e com mais um golo marcado do que os sete registados 15 dias mais tarde, na partida do Dragão (5-2). As goleadas do Liverpool ao Maribor e ao Spartak de Moscovo, ambas por 7-0, surgem também na segunda posição.

540
Sérgio Conceição utilizou 21 jogadores, mas só dois disputaram todos os minutos da fase de grupos: Marcano e Alex Telles completaram as nove horas (540 minutos) do acumulado dos seis jogos. A expulsão de Felipe contra o Mónaco, na última jornada, retirou-lhe a condição de totalista e atirou-o para o quinto lugar do ranking dos mais utilizados, atrás de Danilo e Brahimi. Só os quatro primeiros têm mais de 500 minutos em campo.

54
Danilo Pereira não foi o mais utilizado, mas foi o que maior distância percorreu na soma dos seis jogos, ficando a menos de 700 metros de atingir os 55 quilómetros. Dos zero aos 54 quilómetros (mais 310 metros), o internacional português gastou 532 minutos, correndo mais de 102 metros por cada minuto de utilização. Não satisfeito, foi também o portista com maior índice de eficácia no passe, completando 85 por cento dos passes tentados.

Este texto é uma adaptação do trabalho assinado por Alberto Barbosa e João Queiroz na edição de dezembro de 2017 da Dragões, a revista oficial do FC Porto, a que pode aceder e subscrever aqui.

O FC Porto-Liverpool desta quarta-feira, jogo da primeira mão dos oitavos de final da Liga dos Campeões, tem início às 19h45 (RTP1 e Sport.TV1), será antecipado pelo Porto Canal a partir das 17h00, acompanhado no Facebook e seguido em tempo real no Twitter e na App oficial do FC Porto. No fim, far-se-á toda a análise no Porto Canal e em www.fcporto.pt, com a crónica e as declarações do treinador e de outros intervenientes.» in http://www.fcporto.pt/pt/noticias/Pages/Lancamento-FC-Porto-Liverpool-1a-mao-oitavos-Champions-1718.aspx


(Porto 0 Liverpool 0 08/03/2001)

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