«Estado português cessou hoje relação com Cahora Bassa
O Estado português cessou hoje ligações com a Hidroeléctrica de Cahora Bassa, barragem construída nos anos 1960, com o pagamento por Moçambique de 42 milhões de dólares pela compra de 7,5% que Lisboa ainda detinha na empresa.
O ato foi assinalado em Maputo pelos ministros moçambicano da Energia e português da Economia, que foram unânimes em declarar que se trata de "um dia feliz para Moçambique e para Portugal".
Salvador Namburete, ministro da Energia de Moçambique, admitiu que este pagamento deveria ter ocorrido durante o mês de setembro, o que não aconteceu "por condicionalismos técnicos".
Namburete revelou ainda que o financiamento da operação foi totalmente assegurado por bancos moçambicanos, mas não os nomeou.
"Todos este processo correu bastante bem, houve sintonia entre os dois governos", declarou Álvaro Santos Pereira.
"Com a sua conclusão, estamos a viver uma nova era nas relações entre os dois países", acrescentou o ministro, que expressou o desejo de ver aumentadas "as parcerias estratégicas que unem o dois povos".
Recordando que Moçambique "tem tido um crescimento assinalável nos últimos 20 anos", o ministro português disse haver "todo o interesse em fomentar as relações comerciais entre os dois países e as parecerias entre as empresas", em qualquer lugar do mundo.
Com este pagamento, o Estado português desaparece dos acionistas da HCB mas na sua estrutura continua a portuguesa REN que, com 7,5%, é a única 'intrusa' no capital da empresa que, no restante, pertence ao Estado de Moçambique.
O acordo entre os dois países, assinado no início deste ano, prevê que a REN venda essa parte à HCB e, em contrapartida, participe na futura empresa Cesul, um dos maiores projetos africanos de eletrificação.
Salvador Namburete não quis adiantar quando ficará concluído o processo de criação desta empresa nem a sua futura estrutura acionista.
Segundo informações recolhidas pela Lusa, mas não confirmadas oficialmente, o Estado moçambicano deverá ser o principal acionista da Cesul, seguido da sul-africana Eskom, e, com menos participação, da REN.
Na empresa, conhecida também como "espinha dorsal", deverão participar ainda a brasileira Electrobrás e a francesa EDF, segundo as mesmas fontes.
Desde que este acordo foi assinado, a REN passou, entretanto, para a gestão da empresa chinesa State Grid of China, que detém 25% do capital, enquanto Parpública, EDP e CGD têm, no total, 16%.
Em declarações à Lusa, Álvaro Santos Pereira disse que continua a fazer sentido falar numa "presença portuguesa" na HCB e, no futuro, na Cesul: "A REN é uma empresa portuguesa com uma composição variada. As empresas internacionais são mesmo assim, com capital de variada origem", disse o ministro da Economia.
Lusa» in http://sicnoticias.sapo.pt/economia/2012/11/20/estado-portugues-cessou-hoje-relacao-com-cahora-bassa1
Portuguese version of image clip for Hidroelectrico Cahora Bassa (HCB)
(Guerra Colonial - Construção Cabora Bassa)
Hidroeléctrica Cahora Bassa - ( Songo)
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