19/11/12

Política Nacional - Acho muito bem que quem amarrou Portugal ao memorando da Troika, nos tente desamarrar do mesmo; mas não é fácil... e é preciso muita lata!



«Deputados do PS subscrevem texto contra país “amarrado à troika”

Socialistas juntam-se a Carvalho da Silva e a bloquistas em defesa da denúncia do Memorando e da reestruturação da dívida pública

Um conjunto alargado de deputados e destacados militantes do PS vai participar no Congresso Democrático das Alternativas, que tem como principal objectivo unir e criar uma alternativa de esquerda num país que “continua amarrado a um Memorando da troika que não é do seu interesse”.

Pedro Nuno Santos, Isabel Moreira, Mário Ruivo, Maria Antónia Almeida Santos, Duarte Cordeiro, Pedro Alves, Ana Catarina Mendes, Sérgio Sousa Pinto e João Galamba subscreveram o documento “Resgatar Portugal para um futuro decente”, que hoje é apresentado em Lisboa.

A iniciativa – que contraria a posição oficial do PS, ao pretender denunciar o acordo com a troika e negociar a reestruturação da dívida – conta ainda com o apoio de ex-dirigentes socialistas como Ana Benavente ou António Arnaut. “É uma iniciativa plural, que convoca para uma reflexão alargada e nesta altura é necessário alargar o campo da discussão”, diz ao i o líder da JS e deputado Pedro Alves.

A intenção dos promotores do congresso – um grupo que reúne mais de 250 personalidades de esquerda e tem no seu núcleo dinamizador o ex-secretário-geral da CGTP, Carvalho da Silva e o deputado do BE João Semedo – é criar uma “plataforma de entendimento o mais clara e ampla possível em torno de objectivos, prioridades e formas de intervenção”.

Um desses objectivos – de acordo com o documento a que o i teve acesso – é “denunciar o Memorando da troika e as suas revisões e abrir uma negociação com todos os credores para a reestruturação da dívida pública”. “Uma negociação que não pode deixar de ser dura, mas que é imprescindível para evitar o afundamento do país”, lê-se no documento.

Sem quererem ferir “a autonomia dos partidos”, os promotores desta iniciativa querem “construir em conjunto uma alternativa à política de desastre nacional consagrada no Memorando da troika”.

O combate ao desemprego e à pobreza, a defesa do Estado Social e da dignidade do trabalho com direitos são outras das causas defendidas na convocatória para o congresso de 5 de Outubro – a última vez em que se comemora a implantação da República como feriado nacional.

Para além de destacados deputados do PS e do BE, a iniciativa conta ainda com a participação de figuras de esquerda como Vasco Lourenço, António Pedro Vasconcelos, José Castro Caldas e Boaventura Sousa Santos.

“Têm faltado alternativas, porque o Memorando foi assinado pelo próprio PS e os dois maiores partidos ficaram reféns do acordo com a troika”, defende, em declarações ao i, o sociólogo Boaventura Sousa Santos, justificando a necessidade de “congregar num mesmo espaço as diferentes tendências daquilo a que podemos chamar esquerda”. Sobre o que pode resultar desta iniciativa, o sociólogo diz que o “congresso é soberano e ninguém pode ainda prever o que vai resultar daí”.

Já a ex-dirigente e deputada do PS, Ana Benavente, começa por destacar que a iniciativa “não é contra os partidos”, mas surge em resposta ao facto destes “não terem conseguido encontrar uma alternativa à actual situação”. “O Memorando não tem futuro. Isso foi visto na Grécia”, defende a ex-secretária de Estado da Educação, convicta de que “muita gente no PS apoia esta iniciativa”.

Os líderes dos partidos de esquerda, segundo o semanário “Expresso”, foram avisados da realização deste congresso, que está a ser preparado há três meses. Mário Soares e Manuel Alegre também foram informados. A 1 de Julho realiza-se em Lisboa a primeira reunião geral de subscritores, que tem na ordem de trabalhos “debater a organização e a orientação do projecto e a preparação do congresso”.» in http://www.ionline.pt/portugal/deputados-ps-subscrevem-texto-contra-pais-amarrado-troika


(Sei o que assinaste em maio passado - O memorando da troika e as declarações do PS)

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