«Investigação sobre motilidade dos espermatozóides distinguida
Cientistas do IGC vencem o Prémio Pfizer em Investigação Básica
2012-11-28
56ª edição dos Prémios Pfizer em Investigação Básica e Clínica vai para equipa do IGC.
A equipa de investigação liderada por Mónica Bettencourt‐Dias, do Instituto Gulbenkian de Ciência (IGC), venceu a edição de 2012 do Prémio Pfizer de Investigação Básica, no valor de 20 mil Euros, atribuído pela Sociedade das Ciências Médicas de Lisboa (SCML) e os Laboratórios Pfizer. A entrega decorre hoje na Faculdade de Ciências Médicas da Universidade Nova de Lisboa. O trabalho premiado foi coordenado por Zita Carvalho‐Santos e Mónica Bettencourt‐Dias, envolvendo vários outros investigadores deste grupo do IGC, e colaboradores do Instituto de Tecnologia Química e Biológica (ITQB) e European Molecular Biology Laboratory, Alemanha (EMBL).
Esta investigação permitiu descobrir como a célula constrói o flagelo – essencial para o movimento de células (por exemplo, os espermatozóides) ou para a movimentação de fluido, garantindo que este fluido e o que ele transporta (poeiras, óvulos, etc.) se desloquem numa única direcção. Alterações nestas estruturas estão na base de uma variedade de doenças humanas, tal como disfunção pulmonar, hidrocefalias e esterilidade.
Pedro Machado, da equipa do IGC, recorreu a técnicas de microscopia electrónica, que permitem estudar estruturas cerca de 3500 vezes mais pequenas do que a ponta de um cabelo humano, para descrever os passos microscópicos que levam à formação do flagelo do espermatozóide da mosca da fruta, Drosophila melanogaster.
“Os flagelos são máquinas altamente complexas. São como rodas com um eixo que coordena o seu movimento. Nós caracterizamos a formação da estrutura equivalente ao eixo das rodas. Sem esta estrutura proteica chamada par central de microtúbulos, o flagelo não se move correctamente", diz Zita Carvalho‐Santos.
A investigadora descobriu uma proteína essencial para formar o “eixo das rodas”, chamada BLD10. Na sua ausência formam‐se espermatozóides com flagelos imóveis, resultando em moscas estéreis. Os seres humanos têm uma proteína semelhante a esta que foi já associada em estudos anteriores a infertilidade masculina.
“É a segunda vez que o nosso trabalho é reconhecido com o Prémio Pfizer. Desta vez vai ajudar à compra de equipamento para vermos ao vivo estruturas muito pequenas como os flagelos poupando‐nos muito tempo. Precisamos de mais prémios e investimento privado na investigação em Portugal”, diz Mónica Bettencourt‐Dias.
Esta é a quinta vez que grupos do IGC vêem os seus trabalhos distinguidos com este galardão.» in http://www.cienciahoje.pt/index.php?oid=56339&op=all
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