«O regresso a casa de quem sobreviveu a 60 horas à deriva no mar
Mestre da embarcação “Virgem do Sameiro” vai explicar o que aconteceu na próxima terça-feira.
Os relógios marcavam dez da noite quando o autocarro com três dos pescadores e alguns familiares chegou ao bairro das Caxinas, em Vila do Conde.
Os pescadores chegaram à sua terra num ambiente de profunda emoção. À sua espera estavam centenas de pessoas que aguardaram durante várias horas ao frio na rua para celebrar um final feliz pouco comum numa situação de naufrágio.
À saída do autocarro numa atmosfera de grande euforia, um dos sobreviventes, agora em casa, demonstrava a sua felicidade:
“Estou feliz, muito feliz!”
Antes, cerca das 20h30 haviam regressado em viatura particular o mestre da embarcação “Virgem do Sameiro” e outro dos sobreviventes.
O mestre da embarcação remeteu-se naturalmente ao silêncio, retomando o contacto com a família. No entanto o presidente da “Associação Pró Maior Segurança dos Homens do Mar”, José Festas, garantiu ser favorável o seu estado de saúde.
Em declarações à Renascença, José Festas, que reivindica a rápida introdução de dispositivos de localização nas embarcações de pesca artesanal, garante para breve contactos com as autoridades nesse sentido.
Por outro lado elogia e agradece o papel das forças armadas no resgate dos seis pescadores.
Na recepção aos sobreviventes, esteve nas ruas das Caxinas o presidente da Câmara de Vila do Conde, Mário Almeida, que também fez um apelo às autoridades para a rápida adopção de medidas para garantir segurança deste tipo de embarcações.
O autarca garante acompanhamento específico para os seis pescadores e, em declarações à Renascença, revelou as informações recolhidas sobre as circunstancias do naufrágio.
Está marcada para a próxima terça-feira uma conferência de imprensa onde o mestre da embarcação vai explicar o que aconteceu. O presidente da Câmara de Vila do Conde já esteve reunido com o mestre da embarcação e revela que ele “está muito bem, foi um homem de grande coragem”. Segundo o autarca “as últimas 12 horas foram de facto terríveis. Ele (o mestre da embarcação) diz que não sobreviviam mais uma noite”.
Já sobre o único pescador que ainda ficou internado, o mestre de embarcação relatou ao presidente da Câmara de Vila do Conde que estava “mesmo mal, teve uma descompensação mental” e um outro “que tinha estado doente 15 dias também esteve mal”.
Sobre o que aconteceu, o autarca Mário Almeida relata que o mestre de embarcação era o único que estava acordado, “estava de vigia e que, quando reparou, tinha a casa de máquinas já alagada, viu que não havia nada a fazer, lançou a balsa e dez minutos depois o barco estava a mergulhar definitivamente”.» in http://rr.sapo.pt/informacao_detalhe.aspx?fid=25&did=41379
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