«Há 757 escolas do 1.º ciclo que podem fechar |
Sara R. Oliveira | 2011-03-29 |
A ministra da Educação falou em 420 escolas com menos de 21 alunos, mas há uma lista a circular com mais 337 estabelecimentos de ensino. Em Vila Real, Guarda, Celorico da Beira, Odemira, Tarouca e Tomar podem encerrar 10 ou mais escolas em setembro. Viseu é a região mais afetada com 20 espaços que podem não reabrir no próximo ano letivo. |
A ministra da Educação, Isabel Alçada, garantiu na Comissão Parlamentar de Educação que, neste momento, 420 escolas do 1.º ciclo do Ensino Básico estão a funcionar com menos de 21 alunos. E, portanto, seria esse o número de estabelecimentos de ensino a encerrar em setembro. "Estamos a trabalhar com as autarquias para que o encerramento seja feito de forma que as crianças possam no próximo ano letivo ir para centros escolares ou escolas com melhores condições", garantiu. No início de março, a Federação Nacional dos Professores (FENPROF) fez as contas e adiantou que seriam mais de 600 escolas que poderiam fechar as portas. Neste momento, há uma lista a circular na Internet - não oficial, portanto - com 757 escolas do 1.º ciclo do Ensino Básico, embora possa haver alguns estabelecimentos que já não têm código atribuído e estejam a funcionar como salas de apoio. Sem indicações oficiais até ao momento, os diretores dos agrupamentos escolares recusam-se, por enquanto, tecer comentários sobre as EB1 que podem encerrar nos seus territórios, embora tenham consciência de que os edifícios com menos de 21 alunos não deverão reabrir no próximo ano letivo. Na lista que circula, Viseu é a região do país mais afetada. Ao todo, poderão fechar 20 escolas. Ou seja, as EB1 de V. Chã do Monte, Passos, Travassôs (Barreiros), Bassim, Paraduça, Prime, Vila Corça, Carragoso, Pindelo, Teivas, Couto de Baixo, Gumiei, Lustosa, Várzea, Rebordinho, Boaldeia, Nogueira de Cota, Madalena, Folgosa, Queirela. José Dinis, do Agrupamento de Escolas do Viso, em Viseu, explica que as EB1 de Vila Corça, de Prime e de Carragoso, que aparecem na lista, já não existem como estabelecimentos de ensino, não têm sequer código atribuídos. "São escolas que foram extintas há alguns anos e que sistematicamente surgem na lista", refere. São estabelecimentos que agora funcionam como salas de apoio às escolas de acolhimento. E, portanto, no agrupamento do Viso não há, neste momento, fechos previstos, esperando-se que as autoridades competentes comuniquem o que acontecerá no terreno. Vila Real tem 15 escolas que poderão não reabrir no próximo ano letivo, a de Guiães, Benagouro, Goutães, Pousada, Couto, Borbela n.º 1, Samardã, Vila Meã, Tuizendes, São Cibrão, Vila Seca n.º 2, Sabroso, Nogueira, Vendas de Cima e de Vila Nova. Nove destas estruturas fazem parte do Agrupamento de Escolas Diogo Cão, em Vila Real, e todas têm menos de 21 alunos, segundo Mário Salgueiro, adjunto do diretor do agrupamento. Mas ainda não há dados oficiais. "Estamos a aguardar para ver o que vai acontecer", sustenta o responsável. Na Guarda há 12 escolas na lista. São elas as EB1 de Vale de Estrela, Carvalheira, Cubo, Castanheira, Arrifana, Rapoula, Vila Fernando, Rochoso, Videmonte, Maçainhas, Pera do Moço e Casa de Trabalho Jesus Maria José. Lucília Monteiro, do Agrupamento de Escolas São Miguel, na Guarda, garante que ainda não há qualquer indicação da tutela quanto às escolas do 1.º ciclo a fechar. Na lista de que se fala estão dois estabelecimentos sob a alçada desse agrupamento, mas a responsável adianta que a EB1 de Carvalheira tem mais de 21 alunos e não funciona como sala de apoio e, portanto, tem sérias dúvidas quanto ao seu encerramento. A de Vila Fernando tem menos de 21 alunos e, nesse caso, poderá ter de fechar as portas. Há outras regiões que têm duas mãos cheias de estabelecimentos de ensino para encerrar. Dez escolas poderão não voltar a receber alunos em Celorico da Beira. As EB1 de Casas de Soeiro, Cortiçô da Serra, Estação, Forno Telheiro, Mesquitela, Ratoeira, Açores, Baraçal, Aldeia Rica e Vale de Azares. Em Odemira, são também dez os estabelecimentos a deixar de funcionar: de Luzianes-Gare, Pereiras-Gare, Stª Clara-a-Velha, Brejão, Cavaleiro, Amoreiras-Gare, S. Martinhos das Amoreiras, Vale de Santiago, Almograve e Bicos. O mesmo cenário poderá repetir-se em Tomar, mais concretamente nas escolas de Fetal de Cima, Serra de Cima, Olalhas, Charneca da Peralva, Roda Grande, Paialvo, Santa Cita, Carregueiros, Porto da Lage e Asseiceira. Porto, Braga e Faro não aparecem na lista, ou seja, não há escolas para encerrar. Lisboa tem duas, a do Bairro de Belém e a de Penha de França. Coimbra é, das grandes cidades, a mais "sacrificada" com nove escolas para encerrar: a de Rocha Nova, Paço, Vil de Matos, Botão, Vila Verde, Ardazubre, Castelo Viegas, Casal do Lobo e de Cidreira. As EB1 de Rocha Nova, Paço, Vil de Matos e Botão fazem parte do Agrupamento de Escolas de Pedrulha, em Coimbra. Paulo Costa, diretor do agrupamento, adianta que ainda não tem qualquer informação superior do que irá acontecer, mas adianta que as quatro escolas têm menos de 21 alunos - algumas claramente abaixo desse número e outras próximas desse valor. "É possível que haja alterações do número de escolas pertencentes a este agrupamento no próximo ano letivo", refere. » in |
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Se calhar a Excelentíssima Ministra das Historinhas, vai dizer que será para ir de encontro a uma melhor pedagogia, que nada tem a ver com o orçamento...
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