27/03/11

Selecção Nacional de Futebol: Portugal 1 vs Chile 1 - O Dragão Varela mostrou o seu bom momento de forma, apontando o golo de Portugal!

«Só tranquilidade e uma boa notícia

ANTÓNIO TADEIA

A melhor notícia que a Selecção Nacional teve ontem não se viu em Leiria, no jogo particular que empatou a uma bola com o Chile, mas sim em Oslo, onde a Dinamarca e a Noruega assinaram um resultado idêntico, deixando Portugal outra vez a depender apenas de si próprio para chegar à fase final do Europeu de 2012. Paulo Bento sabe que só precisa de ganhar os quatro jogos até final (um empate da Dinamarca pelo caminho até pode permitir empatar também no encerramento, em Copenhaga), mas a verdade é que se a equipa não jogar mais do que fez ontem, esse percurso sem erros torna-se altamente improvável. Contra o Chile, Portugal foi uma sombra do que já mostrou em jogos de mais alto nível motivacional, como as vitórias ante a Dinamarca e a Espanha. Faltou-lhe a habitual intensidade do trio de médios, a ligação entre sectores ficou comprometida e a reconciliação entre a equipa e o público terá que esperar.
O jogo deu para perceber que Varela é uma alternativa válida a quem falte no ataque, mas também para engrossar as dúvidas em torno da capacidade de Rui Patrício ser já titular. Os dois estiveram nos golos: o extremo mostrando oportunismo e qualidade na finalização, a abrir o activo para Portugal, num momento em que a Selecção mandava no relvado; o guarda-redes evidenciando desconcentração e uma preocupante propensão para sofrer golos de longa distância (Renan, Samuel...) no tiro com que Matías Fernández fez o empate que só na segunda parte o Chile justificou.
Porque, mesmo sem brilhantismo, a primeira parte foi portuguesa e apenas a ineficácia no capítulo do remate impediu a equipa nacional de alargar a vantagem. Carlos Martins, por exemplo, usualmente tão certeiro no remate à entrada da área, teve duas ocasiões, servido de bandeja por Nani e Varela, mas em nenhuma das duas meteu a bola nas redes. Entre os 15 e os 35 minutos, no período em que os avançados (aí, esteve bem Postiga) mostravam intensidade sem bola, as combinações iam saindo perfeitas até ao momento da finalização. E o Chile, montado por Borghi em 3x4x1x2, com Matías muito à frente, no apoio a dois avançados (Sanchez e Beausejour) abertos nas alas, nem saía da sua zona defensiva, porque via cortadas as linhas de alimentação ao meio-campo pela pressão portuguesa aos seus centrais. Daí que o primeiro remate chileno tenha ocorrido apenas aos 38', precisamente numa combinação entre os dois atacantes - e até podia ter dado golo.
O empate apareceu pouco depois, à segunda tentativa, e condicionou o resto da partida, porque o Portugal da segunda parte não foi igual ao da primeira. Se se esperava mais intensidade, o que se viu foi até alguma resignação, à espera que o jogo acabasse por se resolver. E Rui Patrício ainda teve que se empenhar a fundo para evitar o 1-2, redimindo-se do erro que valeu o golo do empate com uma mancha ante o isolado Beausejour. Portugal jogava agora aos repelões, sem ligação entre sectores, sobretudo porque foi no segundo tempo que mais se notou a falta de rendimento do meio-campo dos "três M". Percebe-se. Era um jogo particular e tanto Meireles, como Martins e Moutinho vêm de dois meses altamente desgastantes (e têm pela frente outros dois do mesmo nível). As substituições não resolveram o problema: apesar da boa entrada de Quaresma, esse foi o momento em que Nani e Postiga desapareceram do jogo e só num livre marcado pelo extremo do Besiktas para a cabeça de Rolando a Selecção ameaçou marcar um golo que, pelo controlo (estéril, é verdade) que já exercia na partida, o Chile não merecia.

Ficha de jogo

Portugal-Chile 1-1

Estádio Municipal Dr. Magalhães Pessoa
Relvado Bom
Espectadores 10694
Árbitro Kevin Blom (Holanda)
Golos
1-0 Varela 16'
1-1 Matías Fernández 41'

Portugal

Rui Patrício, João Pereira (Sílvio, 41), Rolando, Ricardo Carvalho (Pepe, 46), Fábio Coentrão, Raul Meireles, Carlos Martins (Paulo Machado, 72), João Moutinho, Nani (Danny, 85), Varela (Quaresma, 62) e Hélder Postiga (Hugo Almeida, 82).
Treinador Paulo Bento

Chile

Bravo, Waldo Ponce, Contreras, Jara, Maurício Isla (Orellana, 83), Vidal, Carmona, Medel, Matías Fernández, Alexis Sánchez e Jean Beausejour (Gonzalo Fierro, 67).
TreinadorCláudio Borghi
Ação disciplinar: cartão amarelo para Fábio Coentrão (56).» in http://www.ojogo.pt/27-86/artigo918747.asp

Highlights - MyVideo
Resumo de um jogo em que os Dragões Rolando, Moutinho e Varela estiveram em grande!

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