«Só o resultado não foi Franco
O nulo serve, mas o F.C. Porto quis mais. E mereceu-o. Se as diferenças qualitativas de jogo não bastassem para explicar por quê, o conteúdo de cada uma das abordagens, inversamente proporcional às necessidades impostas pelo desfecho de Madrid, fá-lo-ia, dispensando, inclusive, o recurso a argumentos estatísticos, à distinção de Leo Franco entre os melhores ou aos golos que não aconteceram porque encontraram o poste. Cinco anos depois da caminhada para Gelsenkirchen, o Dragão volta a integrar o lote das oito melhores equipas da Europa.Porque o jogo da expectativa não é, decididamente, o do F.C. Porto, não lhe servindo o fato de cuidados em circunstância alguma, mesmo entre os previsíveis desejos e temores de Abel Resino, o campeão português não deu tempo ao tempo para demonstrar o quão erradas estavam as previsões do treinador do Atlético.
Em menos de dois minutos, pela cabeça de Rolando, mais do que a ameaça formulada, ficava expressa a intenção portista. Sem ligações profundas à vantagem trazida de Madrid, mas indissociável de um estilo que se confunde com a génese da própria equipa, dominadora e determinada.Ao contrário, o Atlético, dependente da vitória, gastou um quarto de hora para encurtar distâncias e conseguir ligar uma equipa inteira a Aguero, absolutamente só entre os centrais, assistindo aos esboços de golo que ameaçavam as redes no outro extremo do relvado, onde a baliza parecera encolher-se a livre de Bruno Alves, na fracção de segundo em que o esgar do guarda-redes Leo Franco já se conformara com a inevitabilidade, que, afinal, não aconteceria. Nunca. O acesso aos quartos-de-final ficara decidido em Madrid. Para lá de breves períodos de equilíbrio, em que os espanhóis pareciam renascer para a eliminatória, o Dragão, empertigado, voltava a crescer, revelando maior disponibilidade do que o opositor para traçar a sentença num arranque, num cabeceamento, num remate. Só Franco, o melhor do Atlético, adiaria repetidamente a questão. Ele e a cumplicidade dos postes, em particular no momento em que, ultrapassado por Lisandro, viu o argentino acertar no ferro, de ângulo apertado, um único minuto depois de falhar a emenda a trabalho fantástico de Hulk. Como em Madrid, o F.C. Porto merecia vencer o adversário, que, à estratégia da primeira mão, acrescentou apenas a soberba, gerada pela vitória sobre o Barcelona e pelo empate frente ao Real, e as marcações impiedosas a Hulk e Rodríguez como estratagema defensivo. Juntos, sofreram 12 faltas assinaladas. Porque outras houve por assinalar. O primeiro não resistiu ao tratamento de choque e foi substituído a um minuto do final. Em comum têm ainda o facto de terem visto o cartão amarelo, mesmo não chegando a justificar a amostragem tanto quanto Paulo Assunção e Pablo Ibáñez, por exemplo, cujo nome não consta do registo disciplinar do encontro.
FICHA DE JOGO
UEFA Champions League, oitavos-de-final, 2ª mão
11 de Março de 2009
Estádio do Dragão, no Porto
Assistência: 46.509 espectadores
Árbitro: Pieter Vink (Holanda)
Assistentes: Arie Brink e Wilco Lobbert
4º Árbitro: Hendrikus Nijhuis
F.C. PORTO: Helton; Sapunaru, Rolando, Bruno Alves e Cissokho; Lucho «cap», Fernando e Raul Meireles; Lisandro, Hulk e Rodríguez
Substituições: Sapunaru por Tomás Costa (83m), Hulk por Mariano (89m) e Lisandro por Farías (90m)
Não utilizados: Nuno, Stepanov, Sektioui e Andrés Madrid
Treinador: Jesualdo Ferreira
ATLÉTICO DE MADRID: Leo Franco; Perea, Pablo Ibáñez, Ujfalusi e Antonio López; Maxi Rodríguez «cap», Paulo Assunção, Raul Garcia e Simão; Pongolle e Aguero
Substituições: Maxi Rodríguez por Diego Forlán (54m), Raúl García por Maniche (72m) e Pongolle por De las Cuevas (79m)
Não utilizados: Coupet, Pernía, Heitinga e Camacho
Treinador: Abel Resino
Disciplina: cartão amarelo a Rodríguez (25m), Hulk (67m), Perea (71m), Ujfalusi (75m)» in site F.C. do Porto.
Imagens de um jogo em que só faltou o golo ao F.C. do Porto, para haver mais justiça!
Imagens do Dragão que se engalanou para esta partida Europeia!
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