F.C. do Porto 2 vs Naval 0 - Dragões reforçam a liderança com mais uma vitória justa e tranquila!

«Controlo total, poderio explícito

Vitória inquestionável, que tem tanto de justa como de escassa, a supremacia evidente do Tricampeão não teve nos números do resultado a mesma expressão que, ao longo dos 90 minutos, a sua exibição patenteou em campo. Com papel de destaque de Mariano, presente nos dois golos enquanto autor e na pele de assistente, o triunfo consolida, a oito rondas do fim, a cadência portista no comando do campeonato.Pode o desfecho de um jogo ser justo e, ao mesmo tempo, completamente desajustado às incidências do duelo dentro de campo? Pode, e o encontro entre o F.C. Porto e a Naval serve como exemplo acabado dessa contradição. O Dragão foi por demais superior, avassalador em largos períodos do jogo, mas não conseguiu atribuir aos números finais os contornos que fez por merecer ao longo da partida. A essência do duelo entre o líder do campeonato e a formação da Figueira da Foz ficou patente desde os instantes iniciais, expondo por inteiro duas vontades distintas em confronto: o Dragão determinado em resolver cedo, e sem hesitações, mais uma etapa da caminhada na Liga, e a formação visitante, que procurou, sem nunca correr riscos, aproveitar qualquer erro dispensado pelo anfitrião.A verdade é que as jogadas protagonizados por Rodríguez, que rematou ligeiramente por cima logo no arranque da partida, por Lisandro, com lance de muito perigo salvo em cima da linha por Paulão, ou por Mariano, que viu dois remates seus esbarrarem no guarda-redes visitante ou no atrás referido, e sempre presente, defesa contrário, mais não fizeram do que confirmar a tendência de sentido único que a história da partida deve guardar. Pelo meio, fica o registo de dois lances de falta sobre Lisandro dentro da área da Naval, ambos indevidamente sem efeitos no desenrolar do encontro, penalizando, para cúmulo, o avançado argentino com um cartão amarelo por alegada simulação que nunca existiu. Sem se encolher perante desajustadas decisões de terceiros, foi em cima da meia hora da partida que o permanente assédio azul e branco à zona recuada dos visitantes teve efeitos práticos, depois de uma abertura longa de Rolando solicitar Mariano que, na área contrária, trabalhou sobre dois defesas adversários antes de disparar para o fundo das redes de Peiser. Quebrado o enguiço, o controlo de jogo portista voltou a ter novos capítulos supremos junto da baliza da Naval, mas Lucho, no mais evidente de todos, após um entendimento perfeito com Rodríguez, não foi capaz de encostar para golo o préstimo imaculado que o colega uruguaio lhe colocou ao dispor. Posto isto, apenas faltava à incontestada supremacia da equipa de Jesualdo Ferreira, a correspondente manifestação no resultado, que poderia estar fechado bem antes do descanso. A fluidez de processos demonstrada pelos Dragões voltou a aparecer em campo na etapa complementar, dando azo a um novo conjunto de grandes ocasiões para o avolumar do resultado a favor do Tricampeão, desta vez com Meireles e Lisandro como principais protagonistas nas mais claras, ambos errando o alvo pretendido para as intenções demonstradas. A tardia sentença no encontro chegou com 68 minutos decorridos, através de uma combinação simultaneamente pragmática e eficaz de Mariano e Lucho, que o capitão portista, com subtileza, encaminhou para o segundo golo e o definitivo desenlace do triunfo azul e branco.Completando uma volta inteira de campeonato sem qualquer registo de derrota, a última havia sido precisamente frente à Naval, na Figueira da Foz, a 4 de Novembro, o F.C. Porto fortifica a liderança da Liga com uma vitória que jamais escapou ao seu controlo e que pacientemente soube construir, sem nunca perder a habitual orientação rumo ao êxito.

FICHA DE JOGO
Liga Portuguesa 2008/09 – 22ª jornada
15 de Março 2009
Estádio do Dragão, no Porto
Assistência: 34.211 espectadores
Árbitro: Cosme Machado (AF Braga)
Árbitros Assistentes: Alfredo Braga e Henrique Parente
4º Árbitro: Albano Correia
F.C. PORTO: Helton; Sapunaru, Rolando, Bruno Alves e Cissokho; Andrés Madrid, Raul Meireles e Lucho «cap.»; Mariano, Lisandro e Rodríguez
Substituições: Andrés Madrid por Tomás Costa (59 min), Rodríguez por Tarik (79 min) e Lisandro por Farías (79 min)
Não utilizados: Nuno, Stepanov, Rabiola e Ivo Pinto
Treinador: Jesualdo Ferreira
NAVAL: Peiser; Carlitos, Paulão «cap.», Diego Ângelo e Daniel Cruz; Bruno Lazaroni, Godemeche, Alex Hauw e Davide; Marinho e Marcelinho
Substituições: Daniel Cruz por Baradji (46 min), Alex Hauw por Dudu (46 min) e Davide por Bolívia (72 min)
Não utilizados: Jorge Baptista, Gilmar, Michel Simplício e Real
Treinador: Ulisses Morais
Ao intervalo: 1-0
Marcadores: Mariano (29 min) e Lucho (68 min),
Disciplina: cartão amarelo a Lisandro (29 min) e Dudu (90 min)

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1.º Golo do F.C. do Porto, num bom lance de Mariano Gonzalez!

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2.º Golo do F.C. do Porto apontado por Lucho Gonzalez, depois de bom trabalho de Mariano Gonzalez, mais um tango no Dragão!