«"Aqui não temos nada, isto é uma ilha"
População servida pela linha do Tâmega lamenta suspensão de um serviço que sustenta economia local
00h30m
FERNANDO BASTO
"Eu estou toda a tremer com a notícia. Tirar daqui a linha é levar a minha identidade". Há 57 anos, a linha do Tâmega viu Conceição Almeida nascer mesmo junto aos trilhos, em Vilarinho, numa casa vizinha da estação de Vila Caíz. Hoje, aquela reformada teme estar a assistir à morte anunciada e temida de um serviço público que, em escassos 10 minutos, assegura a ligação a tudo o que por ali não existe.
"Aqui não temos nada, isto é uma ilha. Não há farmácia, nem médicos, nem correio. A caixa multibanco mais perta fica a cinco quilómetros! Na automotora, chega-se em 10 minutos a Amarante. Mas de camioneta, é sempre uma meia hora", afirmou.
Conceição Almeida está indignada. Além da revolta por ninguém ter sido informado, com antecedência, da suspensão do serviço ferroviário, lamenta que o brilho e a pompa da festa do centenário, organizada no sábado passado, com a presença de elementos do Governo, tenha tido "tão triste fim" apenas três dias depois.
Luís Magalhães, 71 anos, engenheiro, morador no lugar de Passinhos, Vila Caíz, mostra-se igualmente atónito com a suspensão do serviço. "Têm feito tantas obras na linha, gastaram milhares de euros a eliminar passagens-de-nível e a pintar apeadeiros e estações e agora suspendem o serviço!". Recordou que o troço de Amarante até Arcos de Baúlhe foi suspenso pelas mesmas razões. "Nunca mais abriu. Será que eles [os decisores] não compreendem que esta linha garante a sustentabilidade das pequenas economias que há aqui?", interrogou.
É o que acontece com Joaquim Moreira, 63 anos, residente em Fregim. A automotora tem permitido levar os frutos da lavoura até à Livração, onde comercializa tudo o que os seus quintais dão.
Maria do Carmo Queirós, 72 anos, moradora em Vilarinho, assusta-se ao ver chegar a camioneta que passou a substituir a automotora. "As pessoas chegaram enjoadas, a vomitar", revelou. "As estradas são muitos estreitas e com muitas curvas. Não foram feitas para estas camionetas", explicou.» in http://jn.sapo.pt/PaginaInicial/Nacional/Interior.aspx?content_id=1181658
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Voz ao Povo, essa entidade que nunca é ouvida por aqueles que governam, com os votos da mesma.
População servida pela linha do Tâmega lamenta suspensão de um serviço que sustenta economia local
00h30m
FERNANDO BASTO
"Eu estou toda a tremer com a notícia. Tirar daqui a linha é levar a minha identidade". Há 57 anos, a linha do Tâmega viu Conceição Almeida nascer mesmo junto aos trilhos, em Vilarinho, numa casa vizinha da estação de Vila Caíz. Hoje, aquela reformada teme estar a assistir à morte anunciada e temida de um serviço público que, em escassos 10 minutos, assegura a ligação a tudo o que por ali não existe.
"Aqui não temos nada, isto é uma ilha. Não há farmácia, nem médicos, nem correio. A caixa multibanco mais perta fica a cinco quilómetros! Na automotora, chega-se em 10 minutos a Amarante. Mas de camioneta, é sempre uma meia hora", afirmou.
Conceição Almeida está indignada. Além da revolta por ninguém ter sido informado, com antecedência, da suspensão do serviço ferroviário, lamenta que o brilho e a pompa da festa do centenário, organizada no sábado passado, com a presença de elementos do Governo, tenha tido "tão triste fim" apenas três dias depois.
Luís Magalhães, 71 anos, engenheiro, morador no lugar de Passinhos, Vila Caíz, mostra-se igualmente atónito com a suspensão do serviço. "Têm feito tantas obras na linha, gastaram milhares de euros a eliminar passagens-de-nível e a pintar apeadeiros e estações e agora suspendem o serviço!". Recordou que o troço de Amarante até Arcos de Baúlhe foi suspenso pelas mesmas razões. "Nunca mais abriu. Será que eles [os decisores] não compreendem que esta linha garante a sustentabilidade das pequenas economias que há aqui?", interrogou.
É o que acontece com Joaquim Moreira, 63 anos, residente em Fregim. A automotora tem permitido levar os frutos da lavoura até à Livração, onde comercializa tudo o que os seus quintais dão.
Maria do Carmo Queirós, 72 anos, moradora em Vilarinho, assusta-se ao ver chegar a camioneta que passou a substituir a automotora. "As pessoas chegaram enjoadas, a vomitar", revelou. "As estradas são muitos estreitas e com muitas curvas. Não foram feitas para estas camionetas", explicou.» in http://jn.sapo.pt/PaginaInicial/Nacional/Interior.aspx?content_id=1181658
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Voz ao Povo, essa entidade que nunca é ouvida por aqueles que governam, com os votos da mesma.
Esta notícia, logo após as comemorações do centenário da chegada do comboio a Amarante, parece mesmo uma anedota de mau gosto!
ResponderEliminarTens razão, Anabela! Parece mesmo uma anedota de mau gosto, pena é serem mais uma vez os amarantinos a pagar a factura...
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