26/03/09

Ainda o encerramento da Linha do Tâmega, visto pelas gentes de Vilarinho, Vila Caiz, Amarante!

«"Aqui não temos nada, isto é uma ilha"


População servida pela linha do Tâmega lamenta suspensão de um serviço que sustenta economia local
00h30m
FERNANDO BASTO


"Eu estou toda a tremer com a notícia. Tirar daqui a linha é levar a minha identidade". Há 57 anos, a linha do Tâmega viu Conceição Almeida nascer mesmo junto aos trilhos, em Vilarinho, numa casa vizinha da estação de Vila Caíz. Hoje, aquela reformada teme estar a assistir à morte anunciada e temida de um serviço público que, em escassos 10 minutos, assegura a ligação a tudo o que por ali não existe.
"Aqui não temos nada, isto é uma ilha. Não há farmácia, nem médicos, nem correio. A caixa multibanco mais perta fica a cinco quilómetros! Na automotora, chega-se em 10 minutos a Amarante. Mas de camioneta, é sempre uma meia hora", afirmou.
Conceição Almeida está indignada. Além da revolta por ninguém ter sido informado, com antecedência, da suspensão do serviço ferroviário, lamenta que o brilho e a pompa da festa do centenário, organizada no sábado passado, com a presença de elementos do Governo, tenha tido "tão triste fim" apenas três dias depois.
Luís Magalhães, 71 anos, engenheiro, morador no lugar de Passinhos, Vila Caíz, mostra-se igualmente atónito com a suspensão do serviço. "Têm feito tantas obras na linha, gastaram milhares de euros a eliminar passagens-de-nível e a pintar apeadeiros e estações e agora suspendem o serviço!". Recordou que o troço de Amarante até Arcos de Baúlhe foi suspenso pelas mesmas razões. "Nunca mais abriu. Será que eles [os decisores] não compreendem que esta linha garante a sustentabilidade das pequenas economias que há aqui?", interrogou.
É o que acontece com Joaquim Moreira, 63 anos, residente em Fregim. A automotora tem permitido levar os frutos da lavoura até à Livração, onde comercializa tudo o que os seus quintais dão.
Maria do Carmo Queirós, 72 anos, moradora em Vilarinho, assusta-se ao ver chegar a camioneta que passou a substituir a automotora. "As pessoas chegaram enjoadas, a vomitar", revelou. "As estradas são muitos estreitas e com muitas curvas. Não foram feitas para estas camionetas", explicou.» in http://jn.sapo.pt/PaginaInicial/Nacional/Interior.aspx?content_id=1181658
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Voz ao Povo, essa entidade que nunca é ouvida por aqueles que governam, com os votos da mesma.

2 comentários:

  1. Esta notícia, logo após as comemorações do centenário da chegada do comboio a Amarante, parece mesmo uma anedota de mau gosto!

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  2. Tens razão, Anabela! Parece mesmo uma anedota de mau gosto, pena é serem mais uma vez os amarantinos a pagar a factura...

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