«Alexandre Babo
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Alexandre Feio dos Santos Babo (Lisboa, 30 de Julho de 1916 - Cascais, 2 de Novembro de 2007) foi um dramaturgo, jornalista e escritor português.
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[editar] Biografia
Alexandre Babo ingressou em 1933 na Faculdade de Direito da Universidade de Lisboa, licenciando-se em 1939. Foi desde muito novo militante anti-fascista e democrata. Em 1936 entrou para a Maçonaria, fazendo parte da Acção Anticlerical e Antifascista e do Bloco Académico Antifascista, onde lutou contra o salazarismo. Em 1941 fundou com Amaral Guimarães e Abílio Mendes as Edições Sirius que tiveram uma importante contribuição cultural. Após a Segunda Guerra Mundial, vai para Paris como delegado da revista Mundo Literário. Em Londres foi bolseiro da Fundação Calouste Gulbenkian e, posteriormente, em 1960, foi correspondente do Jornal de Notícias e cronista da BBC.
Em 1943 ingressou no Partido Comunista Português. Como advogado interveio nos julgamentos do Tribunal Plenário do Porto e no Supremo Tribunal de Justiça em defesa de acusados políticos. Fez parte do Conselho do Porto do Movimento de Unidade Democrática e da Comissão Distrital da Campanha do General Norton de Matos.
Enquanto exercia advocacia no Porto fundou, junto com António Pedro e Egito Gonçalves, o Teatro Experimental do Porto. Separou-se deste para, em 1960, contribuir para a fundação do Teatro Moderno do Clube Fenianos Portuenses junto com Luís de Lima e Fernando Gaspar. Foi director do Círculo de Cultura Teatral e em 1964, de volta a Lisboa, fundou O Palco, Clube de Teatro. Fez crítica de teatro durante dez anos.
Entre 1961 e 1965 foi colaborador permanente do Jornal de Notícias, com uma crónica às segundas-feiras. Desde 1965 exerceu advocacia em Lisboa. No campo das letras dedicou-se ao teatro, à ficção, à crítica, ao jornalismo e à tradução. Foi um dos fundadores da Associação Portuguesa de Escritores, em 1973, tendo sido sócio honorário daquela associação e cooperante da Sociedade Portuguesa de Autores desde 1977. Foi co-fundador da Liga Para o Intercâmbio Cultural Social Científico com os Povos Socialistas, da Associação Portugal-URSS. Com outros, ajudou a fundar a Associação Portugal-RDA, sendo seu secretário-geral até à unificação das Alemanhas.
Várias das suas obras foram proibidas pela censura da PIDE. Recebeu a medalha de mérito cultural da Câmara Municipal de Cascais, vila onde vivia. Faleceu aos 91 anos, no dia 2 de Novembro de 2007, no Hospital de Cascais.
[editar] Algumas obras publicadas
1951 - Há uma Luz que se Apaga
1955 - Encontro
1961 - Estrela para um Epitáfio
1972 - Jardim Público
1977 - A Reunião
1957 - Autobiografia e Alguns Contos
1972 - Sem Vento de Feição
[editar] Ensaio
1958 - Problemas de Teatro» in Wikipédia.
«Morreu Alexandre Babo Fundador do TEP faleceu aos 91 anos O dramaturgo Alexandre Babo, 91 anos, um dos fundadores do Teatro Experimental do Porto, faleceu sexta-feira à noite, no Hospital de Cascais, disse à Lusa fonte familiar
Lusa
O velório decorre este domingo, de manhã, na Igreja Paroquial da Parede (arredores de Lisboa), efectuando-se o funeral segunda-feira. A cremação não tem ainda hora e local definidos, disse a mesma fonte. Natural de Lisboa, Babo licenciou-se em Direito pela Universidade de Lisboa, em 1933, exerceu a advocacia, fundou com o poeta Egito Gonçalves e o jornalista João Maio o Teatro Experimental do Porto, convidando para encenador o pintor António Pedro. Daquele grupo separou-se em 1960 para dirigir, com Luís de Lima e João Apolinário, o Grupo de Teatro Moderno, também no Porto, no Clube dos Fenianos. Desde muito novo foi anti-fascista, tendo em 1936 entrado para a Maçonaria e em 1943 para o Partido Comunista Português. Entre as suas peças refira-se "Há uma luz que se apaga" e "Estrela para um epitáfio". Com o jornalista e escritor Orlando Neves escreveu "O mundo dos porquês" para jovens. Editou ainda dois livros de contos, o ensaio "Problemas de teatro" e uma autobiografia em dois volumes intitulada "Recordações de um caminheiro - entre duas guerras" (1984) e "Recordações de um caminheiro - a longa espera" (1993). » in SIC Online
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A família da minha Mãe, os Babo's, estão a desaparecer de forma acelerada. Agora foi o seu primo, Alexandre Babo, que só conheci pessoalmente, por duas vezes, a primeira, há cerca de 12 anos, em que ele foi recebido na Câmara Municipal de Amarante, no sentido de criar uma Fundação, em Figueiró, em honra do seu pai, o escritor, Carlos Babo. A segunda vez, foi no dia do meu casamento, em que ele já muito debilitado, fez questão de se descolar de Lisboa a Amarante, para assistir à cerimónia e me dar a honra da sua presença. Com a minha mãe, mantinha um ritual, de trocar correspondência mensalmente, pois ele sempre dizia que eram já poucos os Babo's, por isso queria perpetuar esse contacto familiar. Como presente, no meu casamento, ofereceu-me um quadro que coloquei na minha sala de estar e o seu excelente livro, "Memórias de um caminheiro". Que melhor prenda eu poderia receber de um homem das artes: obras de arte, que era o que ele mais estimava; a arte, sob qualquer forma de expressão. O Mundo fica infinitamente mais pobre sem pessoas assim, sem esta sensibilidade estética. Até sempre primo Alexandre Babo, paz à sua alma!
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