«Uma grande mentira
Um minuto. Uma ligeira viagem de 60 segundos, uma poeira numa existência de sucessos. Instantes decisivos. Daqueles que marcam. Quaresma e Lisandro isolados na cara de Reina, dois golos por gritar, o infortúnio a cancelar aquilo que a crença de um Dragão poderoso podia alcançar. Estes foram os traços coloridos da noite gelada de Anfield. O que se seguiu foi a preto e branco, uma manipulação divina. Uma enorme mentira.
O Liverpool, como se esperava, forçou a entrada neste desafio. Pressentia-se nervosismo, uma estranha vontade de mostrar confiança no treinador. Anfield parecia berrar sem a convicção tradicional. De bola parada, todavia, soltou a goela. Tinham passado 19 minutos de equilíbrio, de aferições mútuas. Nada mais que isso.
À meia hora, todavia, a revolta portista. Kaz rasgou a esquerda, superou dois oponentes e cruzou. O voo perfeito da bola encontrou a testa de Lisandro. O gesto, em queda, dificílimo, resultou em golo. E que golo! O F.C. Porto estava lançado para uma aventura que seria sublime. Foram minutos diabólicos, culminados com uma arrancada vigorosa de Quaresma e um desenho lindo de morrer, um esquiço de obra de arte que Lucho ofereceu para Lisandro rubricar. A bola deslizou para um buraco negro.
Anfield tremeu. The Kop, a famosa bancada vulcânica, não ruiu, mas terá aberto brechas. Num minuto, dois terramotos. Os portistas mereciam festejar. A coragem revelada, o futebol de transições aceleradas podia fixar-se nos compêndios. A partida terminaria logo aí. O Liverpool jamais regressaria das cinzas.
E na segunda parte, quando o equilíbrio imperava e Jesualdo Ferreira lançava novos condimentos na fervura da ambição, Torres reapareceu no jogo. Para arrancar e marcar. Os deuses do futebol, por essa altura, já deviam coçar a barriga de tanto rir. Mas não lhes bastava. Queriam interferir ainda mais. Por que não um erro de arbitragem? Pois bem, Rosetti veria a mão de Stepanov na área de Helton, mas não seria capaz de percepcionar a falta clara sofrida pelo sérvio.
Gerrard converteu o castigo, o Liverpool suspirou de alívio. A vitória, festejada com especial fulgor, não lhe escaparia. Quase sem querer, numa canto em que Kuyt parece obstruir a saída de Helton, Crouch desviou para a rede. A farsa deste resultado estava concluída. Quem viu sabe que hoje, nas margens do rio Mersey, o futebol não terminou 4-1.
FICHA DO JOGO
UEFA Champions League (Grupo A - 5ª jornada)
Estádio Anfield Road, em Liverpool
Árbitro: Roberto Rosetti (Itália)
Assistentes: Alessandro Griselli e Paolo Calcagno
4º árbitro: Massimiliano Saccani
LIVERPOOL: Reina; Finnan, Carragher, Hyypia e Arbeloa; Mascherano, Benayoun, Gerrard «cap.» e Babel; Fernando Torres e Voronin
Substituições: Voronin por Kewell (63m), Benayoun por Crouch (71m) e Babel por Kuyt (84m)
Não utilizados: Itandje, Riise, Lucas e Sissoko
Treinador: Rafael Benitez
F.C. PORTO: Helton; Bosingwa, Stepanov, Bruno Alves e Cech; Paulo Assunção, Lucho González «cap.» e Kazmierczak; Quaresma, Lisandro Lopez e Mariano Gonzalez
Substituições: Kazmierczak por Raul Meireles (65m), Mariano Gonzalez por Sektioui (77m) e Paulo Assunção por Hélder Postiga (80m)
Não utilizados: Nuno, Pedro Emanuel, Fucile e Bolatti
Treinador: Jesualdo Ferreira
Ao intervalo: 1-1
Marcadores: Fernando Torres (19 e 77m), Lisandro Lopez (32m), Gerrard (83m) e Crouch (87m)
Disciplina: Cartão amarelo a Hyypia (37m), Paulo Assunção (48m), Stepanov (81m) e Quaresma (90m)» in site F.C. Porto.
Um minuto. Uma ligeira viagem de 60 segundos, uma poeira numa existência de sucessos. Instantes decisivos. Daqueles que marcam. Quaresma e Lisandro isolados na cara de Reina, dois golos por gritar, o infortúnio a cancelar aquilo que a crença de um Dragão poderoso podia alcançar. Estes foram os traços coloridos da noite gelada de Anfield. O que se seguiu foi a preto e branco, uma manipulação divina. Uma enorme mentira.
O Liverpool, como se esperava, forçou a entrada neste desafio. Pressentia-se nervosismo, uma estranha vontade de mostrar confiança no treinador. Anfield parecia berrar sem a convicção tradicional. De bola parada, todavia, soltou a goela. Tinham passado 19 minutos de equilíbrio, de aferições mútuas. Nada mais que isso.
À meia hora, todavia, a revolta portista. Kaz rasgou a esquerda, superou dois oponentes e cruzou. O voo perfeito da bola encontrou a testa de Lisandro. O gesto, em queda, dificílimo, resultou em golo. E que golo! O F.C. Porto estava lançado para uma aventura que seria sublime. Foram minutos diabólicos, culminados com uma arrancada vigorosa de Quaresma e um desenho lindo de morrer, um esquiço de obra de arte que Lucho ofereceu para Lisandro rubricar. A bola deslizou para um buraco negro.
Anfield tremeu. The Kop, a famosa bancada vulcânica, não ruiu, mas terá aberto brechas. Num minuto, dois terramotos. Os portistas mereciam festejar. A coragem revelada, o futebol de transições aceleradas podia fixar-se nos compêndios. A partida terminaria logo aí. O Liverpool jamais regressaria das cinzas.
E na segunda parte, quando o equilíbrio imperava e Jesualdo Ferreira lançava novos condimentos na fervura da ambição, Torres reapareceu no jogo. Para arrancar e marcar. Os deuses do futebol, por essa altura, já deviam coçar a barriga de tanto rir. Mas não lhes bastava. Queriam interferir ainda mais. Por que não um erro de arbitragem? Pois bem, Rosetti veria a mão de Stepanov na área de Helton, mas não seria capaz de percepcionar a falta clara sofrida pelo sérvio.
Gerrard converteu o castigo, o Liverpool suspirou de alívio. A vitória, festejada com especial fulgor, não lhe escaparia. Quase sem querer, numa canto em que Kuyt parece obstruir a saída de Helton, Crouch desviou para a rede. A farsa deste resultado estava concluída. Quem viu sabe que hoje, nas margens do rio Mersey, o futebol não terminou 4-1.
FICHA DO JOGO
UEFA Champions League (Grupo A - 5ª jornada)
Estádio Anfield Road, em Liverpool
Árbitro: Roberto Rosetti (Itália)
Assistentes: Alessandro Griselli e Paolo Calcagno
4º árbitro: Massimiliano Saccani
LIVERPOOL: Reina; Finnan, Carragher, Hyypia e Arbeloa; Mascherano, Benayoun, Gerrard «cap.» e Babel; Fernando Torres e Voronin
Substituições: Voronin por Kewell (63m), Benayoun por Crouch (71m) e Babel por Kuyt (84m)
Não utilizados: Itandje, Riise, Lucas e Sissoko
Treinador: Rafael Benitez
F.C. PORTO: Helton; Bosingwa, Stepanov, Bruno Alves e Cech; Paulo Assunção, Lucho González «cap.» e Kazmierczak; Quaresma, Lisandro Lopez e Mariano Gonzalez
Substituições: Kazmierczak por Raul Meireles (65m), Mariano Gonzalez por Sektioui (77m) e Paulo Assunção por Hélder Postiga (80m)
Não utilizados: Nuno, Pedro Emanuel, Fucile e Bolatti
Treinador: Jesualdo Ferreira
Ao intervalo: 1-1
Marcadores: Fernando Torres (19 e 77m), Lisandro Lopez (32m), Gerrard (83m) e Crouch (87m)
Disciplina: Cartão amarelo a Hyypia (37m), Paulo Assunção (48m), Stepanov (81m) e Quaresma (90m)» in site F.C. Porto.
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Senhor Jesualdo Ferreira, até nem é que esta derrota ponha nada em causa, mas quatro golos, não havia necessidade. Aquelas camisolas azuis e brancas não são para qualquer um. O senhor, acredito que até não seja por má fé, mas está a queimar um jogador que, pelo menos ao que parece, tem uma grande margem de progressão. Estou a falar do Sérvio Stepanov, porque das restantes aquisições nem vale a pena falar, nem Mariano Gonzalez, nem de Kaz, nem do muito falado Bolatti que nem joga, para não falar do Leandro Lima e Edgar! É triste mas parece que das contratações só se aproveita o Nuno que deveria ser o titular da Baliza, dado que Helton, tem deixado muito a desejar! Esperemos que na Luz, o senso seja maior!
Alguns momentos deste jogo de má memória para os Portistas!
Alguns momentos deste jogo de má memória para os Portistas!
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