«A Urgência de Amarante perdeu a valência de Cirurgia no final da semana passada, embora oficialmente tal só vá acontecer no fim deste mês, apurou o Marão Online junto de várias fontes, incluindo profissionais da unidade hospitalar. Com a classificação de Urgência Básica desde a reformulação da rede de urgências implementada pelo Ministério da Saúde, mas com apoio cirúrgico até às 22:00 por promessa do próprio ministro, a valência de Cirurgia deixa formalmente de existir em Amarante, no âmbito da sua integração no Centro Hospitalar do Tâmega e Sousa.
As intervenções cirúrgicas chamadas "pesadas" estão a ser transferidas para o hospital de Penafiel desde há uma semana.
Três doentes que estavam a ser acompanhados e preparados para cirurgia foram transferidos para Penafiel na passada sexta-feira, ordem que marca o fim da urgência cirúrgica de Amarante, garantiu ao Marão Online um dos profissionais contactados.
Com a fusão do serviço de Cirurgia dos dois hospitais, os profissionais que estavam colocados em Amarante passam a trabalhar em Penafiel, podendo deslocar-se aos blocos operatórios do hospital de Amarante para executar apenas cirurgias ligeiras programadas.
O seu trabalho vai de ora em diante centrar-se na cirurgia de ambulatório, que deverá ocorrer três vezes por semana. Trata-se de pequenas intervenções que regra geral nem sequer necessitam de internamento.
Se do lado dos profissionais da unidade de Amarante existe o receio de que as medidas em curso preconizam “o esvaziamento total do hospital e da urgência", outras fontes contactadas consideram que a medida protege os utentes de cirurgia, uma vez que o hospital de Penafiel dispõe de uma unidade de cuidados intensivos (UCI) e vai em breve montar outra de cuidados intermédios.
Extintas três valências em cerca de um ano
É a terceira valência extinta na urgência do hospital de Amarante em cerca de um ano. Com a saída da maternidade – os partos foram concentrados em Penafiel – foi extinta a obstetrícia/ginecologia, há uns meses acabou, na prática, a medicina interna, devido à falta de profissionais para assegurar o serviço (saíram ou pediram transferência três médicos) e agora desaparece a cirurgia.
O atendimento cirúrgico será feito apenas por um cirurgião – até às 22:00 – que nada mais fará do que prestar apoio e encaminhar os doentes para o hospital de Penafiel.
Como é óbvio, o bloco operatório jamais poderá funcionar com apenas um médico da especialidade.
Profissionais da casa contactados pelo Marão Online vêem nestas medidas um processo continuado de esvaziamento do hospital, alertando que a próxima valência a ser desactivada poderá ser a pediatria, que representa quase 35 por cento dos atendimentos na urgência.
A ameaça é real. Mais não fosse, por o hospital de Penafiel dispor de uma urgência pediátrica autónoma da de adultos (foto em cima).
O mais grave – alertam – é que este processo de esvaziamento conduzirá ao “acantonamento” do hospital de Amarante a uma área territorial centrada nos limites do próprio concelho, podendo colocar em causa, nomeadamente, a prometida construção de um hospital de raiz, prometido pelo ministro da Saúde.
Consideram aquelas fontes que a área de influência do hospital, que abrangia cerca de 170 mil habitantes – além de Amarante, o hospital atendia doentes de Baião, Marco de Canaveses (uma parte do concelho), Celorico de Basto e Felgueiras (sobretudo da zona da Lixa) – poderá reduzir-se, a curto prazo, para cerca de metade.
Que sentido fará, de ora em diante – questionam os profissionais contactados pelo Marão Online – que os doentes graves ou sinistrados (de acidentes de viação ou de trabalho, nomeadamente) transportados pelos bombeiros de Baião, Celorico de Basto ou da Lixa sejam transportados para Amarante, onde a urgência deixou de ter capacidade cirúrgica?
Os números não mentem. Com a desactivação de valências em Amarante, o número de atendimentos na urgência tem registado acentuado decréscimo.» in Marão online.
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É incrível, mas desde que Amarante passou de grande Vila a pequena Cidade, foi sempre, sempre a perder. Veio cá a Amarante um político da Lisboa anafada, toda com falinhas mansas, com grandes promessas, de construção de um hospital, de mundos e fundos. Mas a estratégia dele, paulatinamente começa-se a revelar; ou seja, esvaziar pouco a pouco os serviços do antigo Hospital de S. Gonçalo de Amarante, de modo a que, se naturalize o sentimento de que Amarante não necessita de um Hospital, tendo no meio disto tudo, lucrado a Santa Casa da Misericórdia de Amarante, que é quem vai lucrar das muitas obras e melhoramentos feitas por esta e pela anterior Administração do Hospital, à custa do erário público. O "Zé Povinho" é que vai ter que se deslocar para Penafiel e Amarante perde mais uma concentração de serviços, que trazia muita gente à Cidade. Amarante, infelizmente, em perda!
É verdade, Helder, tem sido sempre a perder.
ResponderEliminarMerecíamos mais e melhor.
Sempre a perde com o PS a ver... e a nada fazer!
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