10/11/07

Política Nacional - Catalina Pestana, a mulher sem medo... da verdade!


«Catalina Pestana foi escolhida para ficar à frente da Casa Pia num momento difícil da instituição. Dois governos validaram essa escolha, o que significa que, de algum modo, passou o teste de ter o lugar apenas por compadrio político. É verdade que o critério para se estar à frente da Casa Pia, como da Santa Casa da Misericórdia, é um pouco bizarro e mal esclarecido, pois corresponde a um perfil muito sui generis de pessoas, que inclui sempre alguma relação privilegiada com a Igreja e com redes de influência entre o trabalho social, o militantismo católico, mesmo heterodoxo, e algumas maçonarias sem nome, como a que existia à volta de Maria de Lurdes Pintasilgo. São também, nos últimos anos, “lugares de mulheres”, na ideia que estas serão mais sensíveis aos problemas sociais que essas instituições defrontam. É uma mescla estranha, de que Catalina Pestana faz parte, mas isso neste caso funciona mais como território de independência.
O que Catalina Pestana tem vindo a dizer preto no branco em entrevistas públicas, a que se soma a informação que acrescentou em privado e confidencialmente aos responsáveis do MP e da Casa Pia, é que existe uma acção concertada, para proteger um grupo de poderosos envolvidos em crimes de pedofilia. Aponta o dedo a círculos do PS e da maçonaria. Concretiza as suas acusações reafirmando a sua convicção da culpabilidade de Paulo Pedroso e acusando os socialistas de terem alterado os Códigos para proteger os acusados no processo Casa Pia. Catalina Pestana não faz meias acusações, coloca nomes, circunstâncias e factos suspeitos na sua voz, na primeira pessoa.
A resposta a Catalina por parte dos visados é, para não ir mais longe, frouxa e incomodada. Por um lado, há uma clara tentativa de a desacreditar, por outro, uma ausência de acção que só dá força às suspeitas lançadas. Por exemplo, nomeia directamente Paulo Pedroso, que no passado processou muitos dos seus acusadores e jornalistas que trataram o caso, mas que agora diz ter intenção de não o fazer à sua acusadora actual. Do mesmo modo, continua sem ser esclarecida a história das alterações aos Códigos nos seus artigos mais sensíveis para o caso Casa Pia, sem se perceber o que aconteceu às actas da Comissão e quem introduziu essas alterações. Sabe-se quem diz que não foi responsável, não se sabe quem foi o responsável e parece cada vez mais que há um encobrimento sobre essa alterações.
Não me parece haver loucura especial nas palavras de Catalina Pestana e os que agora a tentam desacreditar foram alguns dos que a escolheram ou a aceitaram para as funções que exerceu. É verdade que essas palavras são diminuídas pelo clima de perseguição contra os políticos em geral para que o MP deixou descambar o processo Casa Pia cujas fragilidades são evidentes. Tanto se quis pescar de arrasto que se perdeu o foco nos primeiros peixes da rede, e há deficiências que Catalina aponta que não precisam de ser explicadas por qualquer conspiração, basta a negligência e a politização justicialista da investigação para as explicar. Mas, descontando tudo isto, alguma coisa sobra e é suficientemente grave para não ser coberta por qualquer manto de silêncio. O que Catalina Pestana diz, caso seja verdade, conduziria, em qualquer país civilizado, à queda do governo e à incriminação de todos os envolvidos naquilo que é, na verdade, o retrato de uma conspiração.» in Blog Abrupto.
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A Dra. Catalina Pestana constitui-se para mim, como uma enorme esperança, de que afinal, ainda há seres humanos pelos quais, vale a pena acreditar e que o amanhã poderá ser melhor. Enfim, que ainda existe uma réstia de esperança para a humanidade... ainda que muito ténue. Ela poderia ter seguido aquele costumo tão português, da pessoa bem colocada na vida, saindo para a sua reforma dourada. Mas não; existe algo muito grave a inquietá-la, ela sente que, por muito que a tentem silenciar e desacreditar, ainda tem uma missão por concluir. Trata-se de uma pessoa que não silenciou a sua revolta, em chás das tias e quejandos. Não, ela tem um imperativo de consciência, para revelar o que viu, o que verifica estar a ser paulatinamente encoberto e esquecido. O mais fácil para ela, seria certamente fugir, ignorar a sua consciência mais profunda e quedar-se num silêncio conivente, não levantar ondas; aposto que muitos passarões até lhe financiavam uma volta ao mundo, só para ela se esquecer, ou, simplesmente, para não falar de certas coisas... Ela não, ela quer salvaguardar os mais infortunados, os Bibis, os bodes expiatórios! Os senhores do poder, muitos, democratas de Abril, cedo se acostumaram, despudoradamente, a viver anafadamente, à custa da miséria dos mais desgraçados, a viver à grande, a serem uns senhores; quanto mais não seja senhores da podridão, pois foram imitar os piores vícios do regime ditatorial que Portugal aguentou durante 50 anos. Bem haja, Dra. Catalina Pestana, às vezes suspeitava que já não existia gente corajosa, gente frontal, gente com ideais; só vemos lambe-botas anafados e pidescos. Força Dra. Catalina Pestana, não desista de lutar por um país mais digno, nós precisamos de gente assim, para verdadeiramente honrarmos Abril, estamos fartos de tachistas de esquerda! Parabéns, Dr. Pacheco Pereira, excelente artigo, sobre uma grandiosa mulher, de grandes causas!

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