«Crónica de um testemunho solidário:
Anda a Minha Colega e Amiga, Professora Anabela Magalhães, bastante arreliada com a avaliação de desempenho docente... e tem motivos para isso!
Pois, mas eu sei e testemunho, que foi desde o inicio contra este modelo mal parido, lançado pelo desgoverno de Sócrates, e que pelos vistos, vai ser seguido pelo governo atual, numa prova inequívoca de que os políticos portugueses, não honram a sua palavra, o que além de um péssimo exemplo para os cidadãos, deveria ser penalizado criminalmente... mas adiante!
Poucos lutaram como ela, pela criação de um modelo que não fosse este monstro burocrático, sem quotas para a excelência e fonte das diatribes dos pequenos ditadores, e fieis seguidores, em que se transformaram muitos dos dirigentes das nossas escolas... dizia o meu falecido Pai que, se quisermos conhecer um Português, é dar-lhe um cargo de poder, por mais insignificante que este seja, e observar se o indivíduo não se transforma num pavão armado, que só sabe desmandar... e de que um dos maiores defeitos de Portugal, vem desta característica nefasta dos Portugueses!
Mas a Anabela lutou sempre de forma frontal e honesta, nunca compactuou com jogos de bastidores e pagou por isso... ainda te lembras daquele artigo 102! Só que em Portugal, quem é frontal paga, apreciam-se muito é os lambe botas... lembraste do outro que dizia quem se meter com o ... paga! Era um alto dirigente político, grande exemplo de cidadania trauliteira e rasca!
Conheço o profissionalismo da Anabela e sei como isso incomodava alguns dos seus pares... alcunhas, como "Miss PowerPoint", "Professora Portátil"... até tinham piada, para quem as dizia por bem; mas para muitos, era só inveja, má formação e má fé!
Acompanhei a evolução meteórica da Anabela na sua incursão pelas novas tecnologias, desde aquela formação com o Valente... claro que te lembras!
Segui o seu blogue desde o inicio, com um Português objetivo, mas de grande nível, com uma objetividade e pertinência de temas, que levou a que entrasse de forma arrebatadora pela blogosfera; em blogues ligados à Educação e à História, sendo inúmeras vezes referenciada a nível nacional... Nacional!!!
Conhecia o seu trabalho de construção de Muros na Barca e conheço o seu trabalho de formiguinha proficiente, na construção de recursos educacionais próprios...
Mas, ainda por cima, esta colega gosta de partilhar tudo, mostra todos os seus recursos e até apareciam uns ressabiados a criticar essa tua forma de ser, de um modo rasteiro e nojento... esses tais que só criticam e nada constroem e partilham...
Sabia também que quando fosses avaliada, sim porque ela não tem medo da avaliação, a questão nunca foi essa; ias estar entre os melhores... conheço o seu desempenho em sala de aula, trabalho fora das aulas (muitas horas), conheço muitos alunos que passaram pelas tuas aulas e a forma como falam da Professora Anabela Magalhães, sim porque ela, apesar de nunca recusar turmas difíceis, por exemplo, turmas CEF, dos quais alguns colegas fogem como o Diabo da Cruz, consegue uma coisa que muitos não conseguem: ser implacável com a prossecução do seu objectivo de ensinar, mas mantendo uma ótima relação pedagógica com os seus alunos e um grande envolvimento com os professores da turma e encarregados de educação (o tal trabalho conjunto e transversal)... parece fácil, mas é muito esgotante!
Conheço o seu portefólio digital e as críticas mesquinhas que lhe faziam... os que não se quiseram atualizar, os que gostam de dar aulas lendo o book... interpretar um livro feito por outros, é muito mais cómodo do que construir recursos próprios... dá muito trabalho, não é Anabela!
E de facto, quem te conhecer deveria saber que não irias engolir esta farsa das quotas... lembras-te quando diziam que esta ADD era um novo paradigma educativo... mas depois reparte-se o bolo, para todos levarem o mesmo quinhão, mandando para as malvas todo o trabalho que foi realizado de forma séria e profissional, igualando tudo... não isso eu sei que tu não ias aguentar... a tua primeira reação conheço: risada! Eles falavam da meritocracia, numa política do mérito....
Muito mais poderia dizer sobre o teu trabalho, mas a escrita não é o meu ponto forte... é meu dever de consciência e da minha honestidade intelectual, solidarizar-me contigo, contra esta vil farsa! Quem despoletou o foguetório, vai ter muitas canas para apanhar... é que em Portugal há muito pouca gente com a tuas integridade pessoal e profissional e não estranhes, que eles achem o teu comportamento estranho, se é que me fiz entender... usa-se mais o chico espertismo e por isso estamos, como estamos... como a Grécia!
"Cântico Negro
"Vem por aqui" - dizem-me alguns com os olhos doces
Estendendo-me os braços, e seguros
De que seria bom que eu os ouvisse
Quando me dizem: "vem por aqui!"
Eu olho-os com olhos lassos,
(Há, nos olhos meus, ironias e cansaços)
E cruzo os braços,
E nunca vou por ali...
A minha glória é esta:
Criar desumanidade!
Não acompanhar ninguém.
- Que eu vivo com o mesmo sem-vontade
Com que rasguei o ventre a minha mãe
Não, não vou por aí! Só vou por onde
Me levam meus próprios passos...
Se ao que busco saber nenhum de vós responde
Por que me repetis: "vem por aqui!"?
Prefiro escorregar nos becos lamacentos,
Redemoinhar aos ventos,
Como farrapos, arrastar os pés sangrentos,
A ir por aí...
Se vim ao mundo, foi
Só para desflorar florestas virgens,
E desenhar meus próprios pés na areia inexplorada!
O mais que faço não vale nada.
Como, pois sereis vós
Que me dareis impulsos, ferramentas e coragem
Para eu derrubar os meus obstáculos?...
Corre, nas vossas veias, sangue velho dos avós,
E vós amais o que é fácil!
Eu amo o Longe e a Miragem,
Amo os abismos, as torrentes, os desertos...
Ide! Tendes estradas,
Tendes jardins, tendes canteiros,
Tendes pátria, tendes tectos,
E tendes regras, e tratados, e filósofos, e sábios...
Eu tenho a minha Loucura !
Levanto-a, como um facho, a arder na noite escura,
E sinto espuma, e sangue, e cânticos nos lábios...
Deus e o Diabo é que guiam, mais ninguém.
Todos tiveram pai, todos tiveram mãe;
Mas eu, que nunca principio nem acabo,
Nasci do amor que há entre Deus e o Diabo.
Ah, que ninguém me dê piedosas intenções!
Ninguém me peça definições!
Ninguém me diga: "vem por aqui"!
A minha vida é um vendaval que se soltou.
É uma onda que se alevantou.
É um átomo a mais que se animou...
Não sei por onde vou,
Não sei para onde vou
- Sei que não vou por aí!
José Régio"
apenas e só , lamento
ResponderEliminarE já é muito, Poeta!
ResponderEliminarvim deixar-te um abraço e mil beijos à Anabela. Ainda não o que se passou , mas ela contar-me-à.o blog já está fixe, né? isto é, desinfestado!
ResponderEliminarObrigado, Ema!
ResponderEliminarO blog já está operacional.