Os araqueólogos que a construção do templo terá sido ordenada pelo próprio rei grego, já no fim da sua vida. A descoberta desfaz finalmente o mistério sobre se os sumérios adoravam Alexandre, o Grande.
Arqueólogos do British Museum fizeram uma descoberta impressionante na antiga cidade sumeriana de Girsu, no sul do Iraque. A equipa encontrou um templo com 4000 anos que pode ter sido dedicado a Alexandre, o Grande, e cuja construção pode ter sido ordenada pelo próprio.
Girsu, conhecida também como Tiris, floresceu entre os séculos XXVI e XXI a.C., desempenhando um papel crucial no desenvolvimento da cultura mesopotâmica inicial. O templo desenterrado indica que, durante o tempo de Alexandre, havia um conhecimento sobre a história antiga do local, e a sua descoberta pode também pôr fim à longa dúvida sobre se os sumérios faziam o culto do famoso rei grego.
Dr. Sebastien Rey, arqueólogo do British Museum, expressou surpresa ao The Telegraph: “É realmente surpreendente. Encontramos oferendas, tipos de oferendas que seriam dadas após uma batalha, figuras de soldados e cavaleiros. Há uma probabilidade – nunca saberemos com certeza – de que ele possa ter vindo aqui, quando voltou à Babilónia, pouco antes de morrer.”
A expedição encontrou uma dracma de prata cunhada pelas forças de Alexandre nos anos 330 a.C., alinhando-se com a vida do conquistador macedónio. Esta descoberta reforça a hipótese de que os gregos, possivelmente sob a influência de Alexandre, estabeleceram um templo no local antigo, deixando marcas duradouras na região, incluindo estruturas religiosas para comemorar as conquistas do líder.
No altar do templo, foram encontradas ofertas típicas dos templos gregos, incluindo terracotas de cavaleiros muito semelhantes à ‘Cavalaria Companheira’, que formava a guarda pessoal de elite do jovem conquistador, estabelecendo mais um elo direto com Alexandre, escreve o Ancient Origins.
A fascinação de Alexandre por heróis míticos, particularmente Hércules, pode tê-lo levado a buscar um equivalente sumeriano. Identificando Ningirsu, uma figura paralela a Hércules, Alexandre provavelmente sentiu uma ligação com essa divindade greco-sumeriana. Ao declarar-se Filho de Zeus no Egipto, o rei posicionou-se como irmão de Hércules e, potencialmente, de Ningirsu.
A inscrição enigmática “doador dos dois irmãos” é interpretada por Dr. Rey como uma referência a Zeus, pai de Alexandre e Hércules, como o doador dessas duas figuras icónicas.
Acredita-se que Alexandre, ao inquirir sobre o equivalente de Hércules na Mesopotâmia, pode ter sido direcionado a Girsu como lar de Ningirsu, levando-o a estabelecer um local sagrado em honra dessa conexão recém-descoberta.
O reconhecimento de Girsu como morada do deus indica uma memória cultural profunda entre a população local. O templo helenístico posterior, construído sobre o antigo local, pode ter sido estabelecido durante o retorno de Alexandre de sua campanha na Índia, pouco antes de sua morte em 323 a.C.
“Este local homenageia Zeus e dois filhos divinos. Os filhos são Heracles e Alexandre. É isso que essas descobertas sugerem,” concluiu Dr. Rey.
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