«A FÉ DE JACKSON MOVEU MONTANHAS
Dois golos do avançado colombiano nos últimos cinco minutos permitiram ao FC Porto empatar no terreno do Shakhtar.
Quando Luiz Adriano fez o 2-0 para o Shakhtar, aos 85 minutos, parecia haver duas certezas: a injustiça do resultado e a vitória dos ucranianos. Quando Jackson fez o 2-2, em cima do terceiro dos quatro minutos de desconto concedidos pelo árbitro, os deuses do futebol relembraram-nos que não há impossíveis e que uma equipa que mantém a sua filosofia em todas as circunstâncias está sempre perto de ser recompensada. O empate, num jogo que o FC Porto merecia vencer, permitiu aos Dragões continuar no primeiro lugar do Grupo H e manter a invencibilidade nesta época.
Lopetegui optou por colocar Marcano na posição mais defensiva do meio-campo e Aboubakar como ponta de lança, em detrimento de Jackson Martínez, que ficou no banco. Na primeira parte, ambas as equipas procuraram os espaços nas costas das defesas contrárias, mas foi o FC Porto a criar mais e melhores oportunidades. A maior de todas foi o penálti conquistado por Brahimi (tocado nas costas por Kucher), que o argelino procurou converter mas o gigante Pyatov evitou. Antes, aos 18 minutos, ficou por assinalar mais um castigo máximo favorável aos Dragões, por mão ostensiva de Rakitskiy na grande área do Shakhtar.
Para além disso, importa referir que o encontro foi alegre e aberto, com a bola a rondar ambas as áreas e Danilo a fazer o primeiro aviso (aos 13 minutos) e Tello o último (aos 43) da etapa inaugural, ambos em remates cruzados. Ficará ainda na memória de quem assistiu ao jogo o momento "cabine telefónica" de Brahimi, ao passar por dois adversários num espaço de um ou dois metros quadrados. Uma delícia para quem gosta verdadeiramente de futebol.
O golo do Shakhtar, no arranque da etapa complementar, foi cruel. Óliver perdeu a bola em zona proibida, Kucher (curiosamente o autor da grande penalidade portista) roubou-a e ofereceu o 1-0 a Alex Teixeira. A matreira equipa do Shakhtar reposicionou-se imediatamente em campo, baixando linhas e passando a arriscar menos de zero. Os espaços junto à área ucraniana terminaram e o controlo do encontro foi oferecido ao FC Porto.
Quintero e Jackson Martínez entraram em campo aos 65 minutos, para aumentar a criatividade e poder ofensivo dos Dragões, e, em boa verdade, o futebol dos Dragões nunca se descaracterizou: a equipa tentou sempre trocar a bola e construir verdadeiras ocasiões de remate, ao invés de atirar bolas para a área contrária. No entanto, apesar da boa entrada em jogo de Quintero, algo falhou sempre no momento da definição Quando não falhou, como ao minuto 83, estava lá Pyatov para negar o golo ao suplente Adrián.
O azar do jogo foi todo do FC Porto, que viu uma agressão a Martins Indi ignorada e uma tocha atirada para o relvado interromper um ataque; na resposta, o Shakthar fez o 2-0 e o jogo parecia sentenciado. Não foi assim e quem menos arriscou e jogou não levou o prémio. Primeiro, Jackson converteu um penálti por mais uma mão na bola do Shaktar na sua grande área; depois, Tello rompeu pela enésima vez na área adversária e serviu desta vez na perfeição o colombiano, para o terceiro golo na edição deste ano da Champions. A festa final justifica-se pela recuperação épica, mas o resultado certo seria a vitória azul e branca.» in http://www.fcporto.pt/pt/noticias/Pages/2014%20-%202015/a-fe-de-jackson-moveu-montanhas-9-30-2014.aspx
2014.09.30 (19h45) - Shakhtar 2-2 FC Porto (Group H)