«ANABELA BORGES (excerto de um conto, a publicar na minha antologia “Até ser Primavera”, em outubro… quase pronto! , com a Pastelaria Studios Editora):
O passado? – que isto do passado não é uma tábua rasa, não é uma linha contínua, tem lisuras e arames farpados, nós, laçadas e altos e baixos, e tem cortes com abismos e buracos negros. E já passou, não nos deixemos enganar. O tempo não é um arame esticado.
Por isso é que acontece constantemente sermos sobressaltados por uma dessas irregularidades. E são coisas que, passadas, podemos não estar arrependidos de as termos feito, apenas podemos estar tocados pelas marcas que nos deixaram por serem acontecimentos marcantes – resíduos do passado.
O tempo, às vezes, pode ser cruel como um rio desvairado, que transborda, a arrastar as veias do mundo, a roupa dos afogados, os desperdícios que apanha pelo caminho; pode passar por ruas e por cima das pontes e pode entrar-te em casa.
Malogro era o som da contagem dos dias em crescendo, o revés no caminho.
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Escritora Anabela Borges [breve apresentação biobibliográfica]
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