07/07/13

Amarante Literatura - ANABELA BORGES (excerto de um conto, a publicar na minha antologia “Até ser Primavera”, em outubro… quase pronto! , com a Pastelaria Studios Editora)



«ANABELA BORGES (excerto de um conto, a publicar na minha antologia “Até ser Primavera”, em outubro… quase pronto! , com a Pastelaria Studios Editora):

O passado? – que isto do passado não é uma tábua rasa, não é uma linha contínua, tem lisuras e arames farpados, nós, laçadas e altos e baixos, e tem cortes com abismos e buracos negros. E já passou, não nos deixemos enganar. O tempo não é um arame esticado. 

Por isso é que acontece constantemente sermos sobressaltados por uma dessas irregularidades. E são coisas que, passadas, podemos não estar arrependidos de as termos feito, apenas podemos estar tocados pelas marcas que nos deixaram por serem acontecimentos marcantes – resíduos do passado. 

O tempo, às vezes, pode ser cruel como um rio desvairado, que transborda, a arrastar as veias do mundo, a roupa dos afogados, os desperdícios que apanha pelo caminho; pode passar por ruas e por cima das pontes e pode entrar-te em casa. 

Malogro era o som da contagem dos dias em crescendo, o revés no caminho.

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Escritora Anabela Borges [breve apresentação biobibliográfica]

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