02/05/08

Maio de 68 - 40 Anos depois!

«Maio 68: quarenta anos depois

Foi numa Europa pejada de jovens. Numa França em que os números de jovens a estudar representava 16% da população, um total de 8 milhões. Descontentes com o sistema de ensino tradicional e com uma sociedade ainda castradora, os estudantes foram o primeiro sector da sociedade a mostrar a sua insatisfação. Um movimento que se alastrou rapidamente e que, durante um mês, fez tremer o poder instituído em França.
Na Universidade de Nanterre, nos arredores de Paris, a insatisfação deflagrou com ocupações do edifício e confrontos com as autoridades. No segundo dia de Maio a Universidade de Nanterre é encerrada depois de incidentes entre a polícia e os estudantes. Um dia depois é a vez da Universidade de Sorbonne, que na altura estava ocupada por estudantes. A carga policial por parte das Companhais Republicanas de Segurança (CRS) foi forte e resultou na detenção de vários estudantes.

«É proibido proibir»

À provocação dos estudantes a polícia reagiu com repressão. A zona de Quartier Latin, onde fica a Sorbonne, foi palco das primeiras barricadas e continuou a ser um dos principais pontos de agitação. Desses confrontos resultaram centenas de feridos ao longo do mês.
Na noite de 10 para 11 de Maio acontecem os distúrbios mais violentos. Entre carros incendiados e pedras da calçada arrancadas e usadas como armas de arremesso, o confronto entre polícias e estudantes foi marcante.

Aos estudantes juntam-se os trabalhadores

Outros sectores da sociedade começam ao mesmo tempo a juntar-se à revolta. Os sindicatos apelaram à greve e os operários corresponderam a esse apelo. Reclamavam melhores horários de trabalho e salários mais justos. De 200 mil operários em greve, passou-se para 2 milhões. Até que no ponto mais alto do conflito eram cerca de 10 milhões os trabalhadores em protesto.
Os confrontos com a polícia alargaram-se para outras cidades do país. Foi na segunda metade do mês de Maio que o presidente Charles De Gaulle falou ao país, quando a actividade económica francesa já se encontrava praticamente parada. No dia 30 de Maio De Gaulle dissolve a Assembleia Nacional e ameaça usar as Forças Armadas para controlar a agitação.

A calma depois da tempestade

No final de Maio a calma começou a regressar, e os bens e serviços essenciais voltaram a estar disponíveis. Os sectores mais conservadores dão início a uma vaga de apoio ao general De Gaulle, que acaba por ganhar as eleições de Junho com larga vantagem.
Os partidos de esquerda saíram das eleições com menos força na Assembleia e sob o peso de uma derrota. A sociedade francesa tinha sido abalada por um movimento repentino que sacudiu as instituições e que serviu para repensar, nas décadas seguintes, os costumes, as ideias, o papel das minorias.

Um dos ícones do Maio de 68 vem a Portugal

Daniel Cohn-Bendit foi uma das caras e vozes mais importantes da revolta estudantil de Maio de 68. Estudante na Universidade de Nanterre, e actualmente deputado no Parlamento Europeu, Cohn-Bendit liderou grande parte das acções de revolta. No dia 12 de Junho vai estar na Fundação Mário Soares para uma conferência sobre o Maio de 68, numa altura em que se comemoram os 40 anos do movimento.» http://noticias.sapo.pt/info/artigo/817910.html
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O maio de 68, o 1.º de Maio e o 25 de Abril são acontecimentos da nossa história recente que provam à saciedade que vale a pena lutar pelos nossos ideais. Esta gente sem os meios que nós possuímos actualmente e contra grandes opressões, conseguiu revolucionar as mentalidades e empreender uma revolução sócio-cultural indelével no tempo, com consequências nos direitos sociais dos trabalhadores e estudantes. A sociedade actual, globalizada e altamente consumista tem desvanecido este ímpeto reformista e dado oportunidade de crescimento de uma contra-reforma reaccionária. Está nas nossas mãos, ou ser engolidos pela globalização e sermos levados por um torpe adormecimento anestesiante, ou lutar pelos nossos ideais e construir um amanhã melhor! Viva a juventude, abaixo o poder oligárquico instituído!


Maio de 68, imagens fantásticas dos acontecimentos, que abalaram o Mundo Ocidental!

3 comentários:

  1. Uma homenagem merecida, esta ao inconformismo, à rebeldia, à mudança.
    Em Maio de 68,enquanto a França se debatia com uma revolução socio-económico-político-cultural, vivíamos, miserável e dogmaticamente sob o Estado Novo. Mas nem todos foram subjugados. E a revolução tardou, mas chegou! Décadas de atraso e de indigência mental!

    A autonomia do pensar e do agir será sempre co-natural (essencial) aos insubmissos.
    Nós ainda não fizemos tudo... mas como tu dizias algures no blogue, é bom que os jovens mereçam a herança de serem livres e de quem lutou pela Liberdade.
    Num breviário de acção, diria que menos centros comerciais, fast-food e literatura light, seria um bom começo para despertarem de formas colectivas de alienação.

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  2. Concordo. Até porque ler um bom livro, tocar bem um instrumento musical, cantar bem, etc.; requer sempre esforço! O trabalho é o suporte da aprendizagem e da literacia. Doutra forma, seremos ileterados light!

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  3. "Décadas de atraso e de indigência mental" que se reflectem, ainda hoje, no nosso quotidiano.
    Não é assim?

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