
Porto, 13 Mai (Lusa) - O Governo Civil e a Câmara do Porto assinalam quarta-feira o cinquentenário da histórica passagem do general Humberto Delgado pelo Porto durante a campanha eleitoral para a Presidência da República de 1958.
A visita de Humberto Delgado ao Porto, que congregou muitas dezenas de milhar de cidadãos nas ruas da cidade, foi um momento culminante da campanha eleitoral presidencial de 1958.
A recepção apoteótica reservada ao general pela população portuense fez tremer o regime de Salazar e desencadeou uma onda de repressão, assim como uma série de manobras que viriam a culminar com uma "gigantesca fraude eleitoral", que levou o almirante Américo Thomaz à presidência, que exerceria até ao final do regime, a 25 de Abril de 1974.

Às 11:30 no Palacete Balsemão, na Praça Carlos Alberto, será efectuado o lançamento oficial do livro "Humberto Delgado - Biografia do General sem Medo", de Francisco Delgado Rosa, neto do general.

A obra será apresentada por Artur Santos Silva, presidente do BPI, estando presentes na mesa o ministro dos Assuntos Parlamentares, Augusto Santos Silva, a governadora civil do Porto, Isabel Oneto, o presidente da Câmara do Porto, Rui Rio, e a presidente da Fundação Humberto Delgado, Iva Delgado.
Uma hora mais tarde, às 12:30, será inaugurada, na Praça Carlos Alberto, uma estátua do general Humberto Delgado, da autoria do escultor José Rodrigues.

Segue-se uma actuação pela Tuna Académica e um concerto pela Orquestra de Metais da ESMAE.
Ainda integrado nestas comemorações, será lançado a 20 de Junho próximo o DVD "o meu coração ficará no Porto", sobre a visita do general á cidade.» in http://ww1.rtp.pt/noticias/index.php?article=345722&visual=26&tema=1
«Humberto Delgado
«Obviamente, demito-o»
(Humberto Delgado)

Frequentou o Colégio Militar, cujo curso concluiu em 1922. Em 1925 entrou na Escola Prática de Artilharia, de Vendas Novas. Participou no movimento militar de 28 de Maio de 1926, que derrubou a República liberal e implantou em Portugal a Ditadura Militar que, poucos anos mais tarde, em 1933, iria dar lugar ao Estado Novo liderado por Salazar. Durante muitos anos apoiou as posições oficiais do regime salazarista, particularmente o seu anticomunismo. A sua atitude política favorável ao regime e as qualificações técnicas obtidas nos Estados Unidos levam-no a ascender rapidamente na escala hierárquica (será o general mais jovem da Força Aérea, ascendendo a este posto com apenas 47 anos) e a ocupar posições de destaque.
Foi procurador da Câmara Corporativa entre 1951 e 1952. Representou Portugal nos acordos secretos com o Governo Inglês sobre a instalação das Bases Aliadas nos Açores. Apesar de ser originalmente conotado com as franjas ultras do regime (ultra apoiante ao regime, conservador), a partir da década de 1950 e após ter sido preterido por Salazar para um importante cargo que ambicionava (Salazar procurou compensá-lo nomeando-o Chefe da Missão Militar Portuguesa a Washington, de 1952 a 1957), passou a defender o ideal democrático e participou activamente na oposição.

Nas eleições presidenciais de 1958 acabou por ser derrotado graças à gigantesca fraude eleitoral montada pelo regime.
Em 1959, na sequência da derrota, vítima de represálias por parte da polícia política, pede asilo político na Embaixada do Brasil, seguindo depois para o exílio na Argélia.
Convencido de que o regime não poderá ser derrubado pelos meios pacíficos procura atrair as chefias militares para um golpe de Estado. Este golpe foi por fim executado em 1962 e planeou tomar de assalto o quartel de Beja e outras posições estratégicas e importantes de Portugal. A revolta fracassou.

Em 1990 foi nomeado Marechal da Força Aérea. O seu corpo está, agora, no Panteão Nacional.
Ver também
Oposição à ditadura portuguesa
Revolução dos Cravos
Eleições presidenciais de Portugal
Ligações externas
O Wikiquote tem uma coleção de citações de ou sobre: Humberto Delgado.Humberto Delgado nas Vidas Lusófonas
Bibliografia
ALVES, Jorge Fernandes. O furacão «Delgado» e a ressaca eleitoral de 1958 no Porto. Porto, Centro Leonardo Coimbra da Faculdade de Letras da Universidade do Porto, 1999. ISBN 972-8444-03-6.
DELGADO, Iva; PACHECO, Carlos; FARIA, Telmo (coordenação). ROSAS, Fernando (prefácio). Humberto Delgado e as eleições de 58. Lisboa, Vega, 1998. ISBN 972-699-637-6.
DELGADO, Humberto. DELGADO, Iva; FIGUEIREDO, António de (compilação e apresentação). Memórias de Humberto Delgado. Lisboa, Publicações Dom Quixote, 1991. ISBN 972-20-0924-9.
MÚRIAS, Manuel Beça. Obviamente demito-o: retrato de Delgado nas palavras dos companheiros de luta. S.l., António dos Reis, s.d.
PINHEIRO, Patrícia McGowan. Misérias do exílio: os últimos meses de Humberto Delgado. Lisboa, Contra-Regra, 1998. ISBN 978-972-916-616-7. Edição electrónica» in Wikipédia.
Um pouco das estórias da História deste Grande General da liberdade a que legou a sua vida e o Coração à Invicta Cidade do Porto, a minha Cidade!
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Mais informações sobre esta extraordinária personagem no seguinte site:
http://www.vidaslusofonas.pt/humberto_delgado.htm
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