«Notícia de Marta Neves e Paulo Felizes
A tragédia voltou a abater-se sobre o ciclismo nacional. Bruno Neves, corredor profissional da equipa poveira LA-MSS, morreu ontem à tarde, pouco depois de ter sofrido uma queda, quando estavam decorridos os primeiros quilómetros de uma prova velocipédica a contar para a Taça de Portugal de elites, o Grande Prémio de Amarante.
Bruno Neves, que era o líder da Taça de Portugal, caiu quando o pelotão seguia na Estrada Nacional 15, na zona de S. Gens, a caminho do Alto da Lixa, pouco depois da partida da prova. O corredor pedalava na cauda do pelotão e, juntamente com outros dois ciclistas, não evitou a queda. Neves bateu com a cabeça no asfalto e, apesar de levar capacete - o uso é obrigatório nas provas velocipédicas -, sofreu danos fatais, devido ao forte impacto.
O ciclista foi de imediato assistido no local pela equipa médica da prova e seguiu na ambulância da caravana (dos Bombeiros Voluntários de Amarante), para o Hospital Padre Américo, em Panafiel. No entanto, Bruno Neves não resistiu aos ferimentos e terá morrido ainda na ambulância.
Quando a caravana recebeu a notícia da morte do corredor (ocorrida por volta das 15.30 horas), a corrida foi cancelada.
Companheiros choraram
Marco Chagas, vencedor da Volta a Portugal por quatro vezes, e conhecido comentador de ciclismo da RTP, acompanhava a prova e revelou que "todos elementos da caravana ficaram chocados quando surgiu a notícia da morte de Bruno Neves".
"Foi uma queda como muitas no ciclismo. A rádio-volta informou que um ciclista tinha sido transportado ao hospital e depois passei pelo carro do Manuel Zeferino, director-desportivo da LA-MSS e verifiquei que ele estava muito perturbado", contou Marco Chagas à Antena 1. "Foi aí que soubemos da morte do Bruno Neves. Os corredores da LA pararam todos e a organização informou que a prova ficava cancelada", referiu.
Ao conhecerem a trágica notícia, muitos corredores, principalmente os da LA-MSS não contiveram as lágrimas. Bruno Neves era uma das figuras mais simpáticas e solidárias do pelotão.
O infortúnio de Zeferino
O ambiente no Hospital Padre Américo, em Penafiel, para onde acorreram os familiares mais chegados de Bruno Neves, era de profunda consternação. Os familiares recusaram qualquer contacto com a comunicação social. Por tal motivo, à hora do fecho desta edição do JN, não eram conhecidos pormenores sobre o funeral de Bruno Neves.
Em termos oficiais, a Câmara Municipal de Oliveira de Azeméis, de onde Bruno Neves era natural e onde residia, decretou luto concelhio.
Para Manuel Zeferino, director desportivo da LA-MSS, esta é mais uma tragédia ligada à carreira no mundo das bicicletas. O mais bem sucedido técnico de ciclismo português (ganhou uma Volta a Portugal como corredor, em 1981, e quatro como director desportivo) perdeu um irmão, José Zeferino, numa situação idêntica à de Bruno Neves, numa Volta ao Algarve (1982), e também chorou a morte de um dos corredores mais emblemáticos que já dirigiu, Manuel Abreu, em Fevereiro de 1997, também em cima de uma bicicleta, mas durante um treino.
O Grande Prémio Município de Amarante, um tributo à memória do médico José Barreiro de Magalhães, cumpria a sétima edição e era a terceira prova da Taça de Portugal. Bruno Neves morreu com a camisola de líder vestida.» in http://jn.sapo.pt/2008/05/12/desporto/queda_fatal_bruno_neves.html
Tributo a um grande atleta e acima de tudo ao ser humano!
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Como praticante de desporto amador, o ciclismo é de entre as actividades desportivas a que mais aprecio a seguir ao futebol. Adoro praticar ciclismo, devagarinho que a idade já não permite grandes aventuras e gosto muito de assistir a provas de ciclismo profissionais, quer via TV, ou, preferencialmente, in loco. Foi muito triste a morte deste promissor atleta, já com créditos firmadas, mas com uma enorme margem de progressão, mas principalmente, foi uma morte de um ser humano, ao que dizem, grandioso. E logo na clássica de Amarante, com o nome de Barreiro de Magalhães, personagem de Figueiró Amarante, que foi durante muitos anos o médico das Voltas a Portugal, com uma vida dedicada à medicina desportiva, designadamente ao ciclismo. E ironia do destino, o Bruno neves foi morrer praticamente junto à Freguesia em que nasceu o memorável Dr. Barreiro de Magalhães. Que descansem em paz e que Deus os recolha para a corrida eterna!
Mais informação sobre o Dr. José Barreiro de Magalhães, um ilustre Amarantino e um homem indelevelmente ligado ao Ciclismo Português, no seguinte link:
http://veloluso.blogspot.com/2008/05/ii-etapa-62.html
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