
Lusa 2008-05-08
A Federação dos Professores é contra o pagamento, por parte dos docentes, de uma acção de formação voluntária sobre avaliação de desempenho promovida pelo Instituto Nacional de Administração.
De acordo com o secretário-geral da Federação Nacional dos Professores (FENPROF), Mário Nogueira, o Instituto Nacional de Administração (INA) está a promover junto das escolas nove acções de formação de dois dias, a realizar pelo próprio Instituto, procurando assim o Governo "validar um modelo de avaliação condenado pelos professores".
"Tendo o presente Governo definido como uma das metas prioritárias do seu programa a reforma da administração pública, a avaliação do desempenho individual e das organizações públicas surge como elemento essencial desse objectivo", lê-se no site do INA, instituto público que faz parte do Ministério das Finanças.

Contactado pela agência Lusa, o presidente do INA garantiu que "não há nenhuma parceria com o Ministério da Educação" e que o Instituto cobra sempre propinas pelas acções de formação que realiza, até porque "o orçamento de Estado só cobre 25% do orçamento do INA".
"Estas acções de formação são feitas por nossa iniciativa e por termos longa experiência em avaliação de desempenho na administração pública. Decidimos agora montar um programa que atendesse especificamente à realidade dos professores", explicou Rui Afonso Lucas, presidente do Instituto Nacional de Administração, em declarações à Lusa.
Mesmo a formação não sendo obrigatória, acrescentou Mário Nogueira, o "clima de intimidação" criado pelo Ministério da Educação em torno da avaliação de desempenho, dada a sua importância na progressão na carreira, propícia "a corrida" a esta acção.
"O Governo está a procurar validar um modelo condenado pelos professores e fazer negócio à custa dos docentes", acrescentou.
"O Governo pretende com esta formação atingir objectivos que são os seus. Não é interesse dos professores, mas sim do Ministério da Educação. Sendo assim não deve cobrar por esta formação", reiterou.
De acordo com Mário Nogueira, algumas das acções de formação realizam-se nas próprias escolas, local onde os professores realizam a sua inscrição.
O site do INA anuncia como objectivos da formação "analisar e discutir a avaliação do desempenho, os seus contornos, suas vantagens e dificuldades", "enquadrar a avaliação do desempenho dos docentes dentro dos contornos da presente legislação", "treinar a montagem de um sistema de avaliação do desempenho" e "analisar os vários níveis da avaliação do desempenho e o que pode diferenciar cada um desses níveis", entre outros.
Do total de nove acções de formação previstas, quatro já estão esgotadas. Em cada uma podem participar no máximo 25 professores, o que significa que só nestas quatro acções o INA arrecadou 20 mil euros. Cada acção é constituída por um total de 16 horas, dividas por dois dias.
Contactado pela agência Lusa, o Ministério da Educação não quis fazer qualquer comentário às acusações da FENPROF.» in Educare.
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E os palermas dos professores que já fazem filas para desembolsar 200euros em formação que lhes devia ser facultada pelo Ministério da Educação??!!! Onde é que já se viu semelhante história??!!
ResponderEliminarImpõem um modelo de avaliação contra o qual a maioria dos professores protesta e põem os palermas a fazerem fila para pagar a formação necessária à implementação desse mesmo sistema de avaliação... É obra. Tiro-lhes o meu chapéu... quanto aos palermas sei que os há!
Blue Escorpion, tens toda a razão!
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