15/04/08

Taça de Portugal - Setúbal 0 vs F.C. do Porto 3 - Estamos na Final da Taça de Portugal!

«E agora, valeu?

Autoritária e determinada, executada num processo de asfixia a dois tempos, a exibição portista produziu o temível efeito de vulgarizar a equipa que aterrorizara a Liga e a sua Taça. A contar para a outra, a de Portugal, a imparável locomotiva azul traçou, com pormenores de pura classe e requinte, o percurso final em direcção ao Jamor, vergando Setúbal ao peso de uma goleada, num género de suplemento decidido, apesar de dispensável, à vitória conseguida três dias antes. Como se dúvidas restassem. Os milhares de adeptos que embarcaram na aventura emprestaram o colorido merecido a um futebol arrasador.
O ataque, imutável fórmula de abordagem do campeão, não gerou, no entanto, resultados imediatos. Foram precisos dez minutos de discussão de cada palmo, de cada porção de terreno, antes do ziguezagueado de Bosingwa e os passes de ruptura de Lucho desenharem os primeiros traços de desequilíbrio, indícios indeléveis de um punhado de preparativos com pretensões mais vastas do que a mera expressão de uma ameaça.
A seguir ao período de encaixe e estudo, que chegou a ser confundido com sinais de uma equilibrada divisão de território e domínio, o meio-campo portista desfez as aparências e assumiu integralmente a condução do jogo, inserindo coordenadas, rota e destino.
Em ensaios sucessivos, a que soube acrescentar variantes de imprevisibilidade em dose dupla, a equipa demolidora interpretou a primeira aproximação ao êxito aos 35 minutos, no preciso instante em que um defesa setubalense negou, na vez de Eduardo, o balanço das redes a remate de Lucho.
Da farta e curiosa inversão de papéis nasceu o primeiro golo, com Jorginho a marcar na própria baliza, antecipando o gesto de Lisandro, disposto a juntar a emenda apropriada ao canto cobrado por Raul Meireles. Com Eduardo novamente por terra, o dobrar da vantagem esbarrou, quase de imediato, nas pernas de um aglomerado sadino, que, pouco depois do recomeço, se revelaria insuficiente para negar o golo que Lucho tanto fazia por merecer.
À terceira, outra vez assistido por Tarik, o argentino marcou. E à quarta também, já na execução de um remate escrupulosamente colocado, que condenava ao fracasso o voo de um dos mais queridos heróis de Setúbal, simplesmente porque o trajecto conferido à bola não reconhecia defesa possível.
Com meia-hora para jogar, a eliminatória estava sentenciada e em aberto restavam por apurar apenas os contornos da goleada, que ficou a dever novos golos ao campeão, mesmo que a anos-luz de poder oferecer resistência à caminhada insuperável e imaculada para final. Não há registo de qualquer golo nos cinco jogos que fizeram o trajecto para o Jamor.

FICHA DE JOGO

Taça de Portugal, meias-finais
Estádio do Bonfim, em Setúbal
15 de Abril de 2008

Árbitro: Pedro Proença (Lisboa)
Assistentes: Tiago Trigo e André Campos
4º árbitro: José Gomes

V. SETÚBAL: Eduardo; Janício, Auri, Robson e Jorginho; Elias, Sandro, Ricardo Chaves e Bruno Gama; Leandro e Cláudio Pitbull
Substituições: Ricardo Chaves por Filipe Gonçalves (58m); Leandro por Bruno Severino (58m); Bruno Gama por Paulinho (72m)
Não utilizados: Milojevic, Hugo, Bruno Ribeiro e Adalto
Treinador: Carlos Carvalhal

F.C. PORTO: Nuno; Bosingwa, Pedro Emanuel «cap», Bruno Alves e Fucile; Lucho, Paulo Assunção e Raul Meireles; Tarik, Lisandro e Quaresma
Substituições: Tarik por Farías (75m); Quaresma por Mariano (79m); Paulo Assunção por João Paulo (82m)
Não utilizados: Ventura, Lino, Kazmierczak e Adriano
Treinador: Jesualdo Ferreira

Ao intervalo: 0-1
Marcadores: Jorginho (autogolo, 37m), Lucho (51m e 60m)
Disciplina: cartão amarelo a Paulo Assunção (8m), Sandro (21m), Jorginho (36m), Quaresma (49m), Elias (67m), Pedro Emanuel (90m)» in site F.C. do Porto.
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O F.C. do Porto foi a Setúbal dar uma demonstração cabal das suas capacidade futebolística. Comandado por Lucho, El Comandante, autêntico patrão da equipa, com uma classe incomensurável, mais uma defesa intransponível, com destaque para Bruno Alves e Bosingwa que também auxiliaram e de que maneira a linha ofensiva, o F.C. Porto fez o que nenhuma equipa havia realizado em Setúbal: foi esmagador. O resultado só peca por escasso. Excelentes exibições individuais de todos os jogadores, apenas com Nuno a ter pouco trabalho, pois a defesa e o meio campo, com Raul Meireles e Paulo Assunção em grande, a bloquearem o ataque Setubalense. No ataque, destaque para Lisandro e tarik, com Quaresma, embora esforçado, muito complicativo; há dias assim! Agora umas coisas, completamente à parte do jogo propriamente dito. Os senhores locutores da estação que transmitiu o jogo em directo, foram dum anti-portismo a todos os níveis de lamentar. Passaram o jogo a dizer que o Setúbal é que jogou mal, nunca deram mérito à vitória do F.C. do Porto. É que até aquele momento, nenhuma equipa tinha jogado assim contra o Setúbal, o F.C. do Porto massacrou. Mas, nada de dar mérito ao F.C. Porto; imaginem só se fosse ao contrário... Esses senhores têm que perceber que o futebol é um jogo de acção-reacção, normalmente uma equipa joga o que a outra permite e há acções que anulam a reacção, foi o que se passou... Depois, queriam o Paulo Assunção expulso logo no inicio do jogo, mas quando um jogador do Benfica partiu a perna a Anderson e nem amarelo levou, passou incólume ao vosso comentário; enfim critérios... Vocês só não entendem que as nossas vitórias contra a macrocefalia Lisboeta, contra tudo e contra todos, só nos dão mais força! Mas a um jornalista digno, pede-se isenção, já nos basta ser a região mais deprimida economicamente do país, onde todo o investimento se centra na Capital do Regime! Sejam desportistas, a nossa vantagem no campeonato devia merecer o vosso respeito, não as vossas frustrações, estamos fartos de ressabiados! Quanto ao Setúbal é uma grande equipa que eu respeito muito e só teve o azar de apanhar o F.C. do Porto em grande! O Expresso começou o dia por dar a notícia falsa de que o Sr. Pinto da Costa tivera um enfarte... fartos estamos nós de vós, oh mouros! Depois, soube-se que o Sr. Filipe Vieira agrediu um jornalista da RTP, na semana passada, mas, misteriosamente, a notícia foi ocultada pelos sulistas; volta D. Afonso Henriques, vem correr com estes mouros! Agora estamos na final e vamos ter 8 milhões contra nós, imprensa sulista incluída, mas isso já faz parte do cenário do Regime Salazarento que é o Jamor... Um abraço de amizade para o meu amigo Ângelo Ochôa, grande Setubalense, um Clube que também a mim me diz muito e ao F.C. do Porto!

Imagens de mais uma espectacular vitória do F.C. do Porto que continua imparável!

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