
«Tratado de engenho e seriedade
Uma segunda metade sublime do Tricampeão, com a combinação perfeita de engenho e arte, esclareceu os cépticos quanto à seriedade de uma equipa que, incontestavelmente, se superioriza a qualquer preconceito ou ideia feita. Um problema resolvido à mão cheia, sem equívocos e com toque deslumbrante de um reconhecido mágico: Ricardo Quaresma.

Se aos primeiros ensejos, perpetrados por Bruno Alves ou Quaresma ainda durante o primeiro tempo, a formulação não foi bem sucedida, já o arranque da segunda parte foi definitivamente esclarecedor. Bastaram oito minutos de prelúdios para que os comandados de Jesualdo Ferreira, que mexeu na equipa ao intervalo lançando Kaz para o lugar de Paulo Assunção, expusessem uma vez mais os seus inesgotáveis argumentos de líder.
Foi pela cabeça de Bruno Alves que começou a ser escrita a exibição de antologia da segunda metade azul e branca, com o central a responder afirmativamente à solicitação de Lino, dando expressão à supremacia que começava a fazer-se sentir e abrindo caminho à contundente vitória que se antevia.

A partida entrou, aqui, numa fase de salutar loucura concretizadora do F.C. Porto, que criou, sucessivamente e sem repouso, inúmeras oportunidades para um inevitável avolumar do resultado. O colectivo azul e branco funcionou em pleno à passagem do minuto 71, com o nº 7 dos Dragões a assumir o papel de fiel executor das ambições veladas: rematou sem temores para o fundo das redes minhotas, bisou no encontro, 27 jornadas depois de o ter feito em Braga, e atribuiu ainda mais brilho a um desempenho já de si encantador.

A batalha à margem entre Adriano e Nilson conheceu um novo capítulo benéfico para o defensor minhoto, três minutos antes de o avançado portista vencer em definitivo a guerra, depois de nova combinação exemplar entre o imparável tridente ofensivo azul e branco, com o trabalho de Quaresma, primeiro, e de Farías, depois, a redundar na justa aplicação prática de Adriano, que encostou para selar o marcador e atribuir uma ainda mais evidente supremacia à destemida exibição portista. Triunfal, certamente.
Ficou escrita a história do jogo, desenhada a hegemónica força do Dragão e finalizada a intenção de anular com classe as mais desfasadas acusações. Ainda restam dúvidas?

Liga Portuguesa 2007/08 - 28ª jornada (27 de Abril de 2008)
Estádio D. Afonso Henriques, em Guimarães
Árbitro: Paulo Costa (AF Porto)
Assistentes: João Santos e Nuno Manso
4º Árbitro: João Vilas Boas
V. GUIMARÃES: Nilson; Andrezinho, Sereno, Geromel e Momha; Flávio «cap.», Moreno, Desmarets e Alan; Ghilas e Miljan
Substituições: Miljan por Roberto (55 min), Moreno por Carlitos (61 min), Momha por Fajardo (72 min)
Não utilizados: Serginho, Radanovic, Marquinho e Paulo Henrique
Treinador: Manuel Cajuda
F.C. PORTO: Helton; Fucile, Bruno Alves «cap.», Stepanov e Lino; Paulo Assunção, Bolatti e Raul Meireles; Quaresma, Lisandro e Mariano
Substituições: Paulo Assunção por Kazmierczak (46 min), Lisandro por Adriano (63 min), Raul Meireles por Farías (69 min)
Não utilizados: Nuno, Pedro Emanuel, João Paulo e Hélder Barbosa
Treinador: Jesualdo Ferreira
Ao intervalo: 0-0
Disciplina: Cartão amarelo para Bruno Alves (90 min)
Marcadores: Bruno Alves (53 min), Quaresma (59 e 71 min), Farías (78 min) e Adriano (84 min)» in site F.C. do Porto.
Sem comentários:
Enviar um comentário