«Barragem Fridão pode provocar desastre ambiental na cidade
A cidade de Amarante corre o risco de sofrer um desastre ambiental devido à elevada poluição do rio Tâmega, se a barragem de Fridão for transformada em aproveitamento reversível, ficando emparedada entre dois açudes e duas barragens, alertou hoje um especialista ambiental.
A afirmação foi feita num debate, em Amarante, por Rui Cortes, professor da Universidade de Trás-os-Montes e Alto Douro (UTAD) e especialista em estudos de impacte ambiental.
Segundo o técnico, que tem colaborado em estudos ambientais de diversas barragens - nomeadamente Alqueva, Sabor e Foz Tua - o Tâmega é porventura o curso de água, dos rios internacionais, que apresenta maior grau de poluição, devido à eutrofização (formação de algas tóxicas).
Rui Cortes sustenta ainda que se for construído um contra-embalse/açude a jusante da barragem, para permitir a recolocação da água na albufeira principal durante a noite aproveitando a energia das eólicas - a qualidade da água colocada no curso de água (caudal ecológico) será de pior qualidade.
Outro problema crucial a debater no âmbito do estudo de impacte ambiental (EIA), a cargo do consórcio que ganhar o concurso, será a profundidade a que a água será turbinada.» in http://diariodigital.sapo.pt/news.asp?id_news=329102
«Amarante, 21 Abr (Lusa) - A cidade de Amarante corre o risco de sofrer um desastre ambiental devido à elevada poluição do rio Tâmega, se a barragem de Fridão for transformada em aproveitamento reversível, ficando emparedada entre dois açudes e duas barragens, alertou hoje um especialista ambiental.
A afirmação foi feita num debate, em Amarante, por Rui Cortes, professor da Universidade de Trás-os-Montes e Alto Douro (UTAD) e especialista em estudos de impacte ambiental.
Segundo o técnico, que tem colaborado em estudos ambientais de diversas barragens - nomeadamente Alqueva, Sabor e Foz Tua - o Tâmega é porventura o curso de água, dos rios internacionais, que apresenta maior grau de poluição, devido à eutrofização (formação de algas tóxicas).
Rui Cortes sustenta ainda que se for construído um contra-embalse/açude a jusante da barragem, para permitir a recolocação da água na albufeira principal durante a noite aproveitando a energia das eólicas - a qualidade da água colocada no curso de água (caudal ecológico) será de pior qualidade.
Outro problema crucial a debater no âmbito do estudo de impacte ambiental (EIA), a cargo do consórcio que ganhar o concurso, será a profundidade a que a água será turbinada.
"Quanto mais fundo for turbinada mais poluição terá o caudal libertado. Será necessário diminuir as fontes de poluição, a montante, se não vamos ter em Amarante um desastre ambiental", avisou o professor da UTAD.
Participaram também no debate Hélder Leite, que chamou a atenção para os problemas da construção de uma linha de alta tensão de 400 KVA com 22 quilómetros de extensão, e Berta Estevinha, que considerou preocupante o aumento da eutrofização das águas do rio, devido à poluição.
A eutrofização é um problema que afeta o rio Tâmega há quase uma década, sobretudo na albufeira formada pela atual barragem do Torrão, localizada na foz do rio.
Durante o debate, o deputado municipal por Amarante, Emanuel Queirós, alertou para o perigo dos sismos induzidos, um problema que, afirmou, "está completamente desvalorizado e foi até descurado" na análise dos dez empreendimentos considerados prioritários.
Dos dez aproveitamentos selecionados pelo Governo, a barragem de Fridão é a segunda infraestrutura em potencial hidroelétrico, logo a seguir a Foz Tua, já adjudicada à EDP.
O Ministério do Ambiente anunciou que o concurso para a concessão da barragem de Fridão será lançado a 30 de Abril. JDS» in http://ww1.rtp.pt/noticias/index.php?article=341253&visual=26&tema=1
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Os Amarantinos terão que começar a tomar consciência deste problema que a Amarante de hoje enfrenta. Corremos o risco de ser a geração que teve a responsabilidade de preservar ou de acabar definitivamente, com a beleza paisagística que a natureza dotou a Cidade de Amarante, nesta sua união feliz com o Rio Tâmega. De facto, se não se criar um movimento apolitico, mas cívico, de pessoas que amam e vivem esta cidade, o futuro de Amarante e do Tâmega estará comprometido. Temo que a classe política se deixe comprar por interesses particulares e mesquinhos, em detrimento do interesse do povo amarantino. Amarante nestes últimos vinte anos tem vindo paulatinamente a perder todas as valências que faziam dela, uma Cidade muito importante ao nível do Baixo-Tâmega. Assistimos a um deslocar de serviços para o Município de Penafiel e nós a sermos remetidos para uma posição cada vez mais periférica e empobrecida. Hoje pertencemos a uma das regiões mais deprimidas do País, o Baixo Tâmega e eu enquanto docente nesta terra que amo, fico dilacerado com o partir constante dos meus alunos para o estrangeiro; não há atractividade para fixar investimento que permita que a nossa juventude tenha cá um futuro sustentado. O nosso Poder Autárquico não quer cá Industrias, pois segundo as suas iluminadas cabeças, o desenvolvimento industrial não permite o aproveitamento do nosso potencial turístico. Temos apenas uma espécie de plutocracia que alimenta alguns empregos, com estranhas alianças politicas, de forma a defender o Quintal de uns poucos privilegiados. A sociedade Amarantina, também ao nível das instituições está altamente politizada, alimentado as clientelas do poder. Enfim, vinte anos de um poder que destruiu muito e construiu e desenvolveu pouco. Se estivermos à espera que seja este poder a defender Amarante, estamos mal, muito mal; lembram-se do hospital... teremos um novo com menos valências que virá quando calhar, isto se vier, porque podem haver mais restrições orçamentais! A ENERCOM (empresa ligada ás energias renováveis), ainda recentemente deslocou as suas instalações daqui, porque parece que não houve vontade de alguns em terem cá mais investimento produtivo moderno. Acordem Amarantinos, o que está prestes a acontecer em Amarante pode comprometer o seu futuro indelevelmente! Hoje, no Dia do Planeta Terra, que seja também o dia para os Amarantinos acordarem de vinte anos de letargia... para um Amarantino verdadeiro, morrer o Rio, é morrer Amarante e o Planeta Terra fica muito mais pobre!
Helder:
ResponderEliminarEste teu alerta é, deveras, importante. E o teu sentido de oportunidade, excelente. De facto, uma notícia para um potencial "desastre ambiental em Amarante" no Dia Internacional da Terra e do Património Geológico é muito pertinente, pela absoluta contradição que encerram.
A Filosofia não pode alhear-se destes problemas. Deve reflectir sobre eles. É imperioso desenvolver uma ética ambiental: uma ecosofia, entendida como uma "hermenêutica do perigo".
Como refere Hans Kung "ciência sem sabedoria, tecnologia sem energia espiritual, indústria sem ecologia, democracia sem moral" não podem continuar. As dialécticas são desejáveis porque permitirão enfatizar o homem como um todo: um todo em si, como ser singular, em simbiose com um outro todo: o natural. As dialécticas são desejáveis em prol de um mundo natural e beneficamente humanizado.
Obrigado pelas tuas palavras, Elsa. Apesar da minha formação em Engenharia, sempre gostei da disciplina de Filosofia, porque me interpelou muitas vezes, porque me obrigava a reflectir. Adoro esse conceito de ecosofia, de facto, nunca como hoje, a importância de uma consciencialização ambiental foi tão urgente. Ouvi há uns tempos que a disciplina de Filosofia devia acabar; será que querem uma acefalia da classe jovem, precisamente aqueles que serão mais penalizados com os nossos erros ao nível ambiental? Concordo contigo, é necessário uma visão com mais sincretismo; nunca me deixei levar pela especialização radical, teremos que ver o mundo holisticamente! É urgente uma ecologia de pensamento verde, com contributos de todas as áreas do saber! Ecosofia, não conhecia o conceito, mas a ideia que lhe subjaz faz todo o sentido! Obrigado, Elsa!
ResponderEliminarBem vocês já disseram tudo.
ResponderEliminarVou pedir este tema de empréstimo ao meu irmão e a ti Helder.
Vou continuar a postar sobre a Bela Azul. Para que assim continue.
Força Amigas!
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