04/03/08

Ponte Hintze Ribeiro em Entre os Rios, que liga Penafiel a Castelo de Paiva, imediatamente a seguir à confluência do Douro e Tâmega!




«Entre-os-Rios: Tragédia foi há 7 anos

O sétimo aniversário da queda da Ponte Hintze Ribeiro, que colapsou a 4 de Março de 2001, vitimando 59 pessoas, assinala-se hoje no local do acidente. Familiares já não acreditam que se faça justiça.
O colapso da ponte de Entre-os-Rios matou os 59 ocupantes de um autocarro e de três automóveis ligeiros que passavam no tabuleiro na altura do acidente. Faz hoje sete anos.

Famílias desistem de indemnizações

"Somos pessoas de bem, sabemos quando devemos parar. A nossa intenção é proteger as pessoas de um processo longo e com poucas possibilidades de sucesso, afirmou o presidente da AFVTE-R, recordando um acórdão do Tribunal de Castelo de Paiva de Outubro de 2006 que "não condenou, nem imputou culpas a ninguém pelo colapso da ponte.
Os familiares das 59 vítimas mortais da tragédia de Entre-os-Rios não acreditam numa justiça que em sete anos não conseguiu encontrar culpados pela queda da ponte. Por isso, desistiram de pedir qualquer indemnização ao Estado.
"Não vamos pedir nenhuma indemnização ao Estado. Chegamos a equacionar pedir uma indemnização simbólica, para que o tribunal dissesse que o Estado teve responsabilidades, mas concluímos que seria um caso muito longo, com poucas possibilidades de sucesso, atendendo ao passado deste processo", disse à Lusa o presidente da AFVTE-R.
Uma decisão que "tem o acordo" de todas as famílias das vítimas, sublinhou o responsável.
A Associação de Familiares das Vítimas da Tragédia de Entre-os-Rios (AFVTE-R) assinala a data com uma missa e a deposição de uma coroa de flores em memória das vítimas.
Deverá ser ainda efetuada uma visita ao futuro Centro de Acolhimento Temporário para Crianças em Risco, referiu à Lusa o presidente da associação, Horácio Moreira.
O apoio a crianças em risco é a grande aposta da AFVTE-R, uma instituição particular de solidariedade social que foi criada para defender os interesses das famílias das vítimas.
“Esperamos que as obras estejam concluídas em Julho e que as primeiras crianças possam começar a ser recebidas no centro em Setembro”, salientou o presidente da associação.
O centro, que será o maior do Vale do Sousa, está a ser construído em Oliveira do Arda, na freguesia de Raiva, onde moravam 34 das 59 vítimas mortais da tragédia ocorrida na noite de 4 de Março de 2001.

Fazer o luto

Sete anos depois da tragédia, há famílias que nunca conseguiram fazer o luto, por falta dos corpos que nunca apareceram, apesar das intensas buscas.
Estas famílias continuam a reclamar apoio psicológico para ultrapassar o luto que não puderam fazer.
“As necessidades de ajuda psicológica são mais do que evidentes. Se há pessoas que estão a pagar consultas do seu próprio bolso, é porque precisam mesmo dessa ajuda”, afirmou Horácio Moreira.
O presidente da AFVTE-R que perdeu pai e mãe no acidente, salientou que a maioria das pessoas que ainda necessitam de apoio psicológico “são familiares das vítimas cujos corpos nunca foram encontrados”.
Entretanto, o apoio psicológico que estava a ser assegurado por uma psicóloga contratada pelo Ministério da Saúde terminou em Outubro de 2007, por não ter sido renovado o contrato com aquela especialista.
“Foi uma decisão de gabinete, sem o mínimo conhecimento da situação”, denunciou Horário Moreira, recordando que “a psicóloga não foi ouvida e a associação também não, apesar de serem os que melhor conhecem a realidade”.
A este problema não é alheio o presidente da Junta de Freguesia de Raiva, António Rodrigues, onde residiam 34 das 59 vítimas do acidente.
“Isto não é justo. Há pessoas ainda com muitas dificuldades”, admitiu o autarca, salientando que essas pessoas “estão muito debilitadas e sentem grandes dificuldades para reatar o seu dia-a-dia”.
“Não estamos a pedir dinheiro, mas apenas ajuda psicológica para estas pessoas que tanto sofreram”, frisou.» in http://q3.aeiou.pt/gen.pl?p=stories&op=view&fokey=ae.stories/8635
-------------------------------------------------------------------------------
Não posso jamais esquecer esta penosa data, em que 59 pessoas de Castelo de Paiva perderam a sua vida, duma forma brutal e pior do que isso, desnecessária! Sim, porque depois do trágico acontecimento alguém do poder disse que tinham que haver culpados... já lá vão sete anos e nada! Entretanto os senhores que ficam sempre bem passeiam-se pelas empresas privadas com gordos ordenados, neste país em que se salta do público para o privado, só por casualidade, nada de negociatas implícitas, nada, é tudo gente que serve o país, não se serve dele! Como dei aulas nessa terra, Castelo de Paiva, nos anos imediatamente anteriores a essa tragédia e como gostei muito desses alunos, dessa gente e passei muitas vezes nessa ponte a abanar, aqui deixo a minha singela homenagem. O mais triste disso tudo, é que se aquele ano não tivesse sido tão chuvoso, a ponte ainda era a mesma. Mas como houve mortes por manifesta negligência no tocante à manutenção da ponte centenária, construída para o trânsito de carroças puxadas a cavalos, fizeram-se duas. Neste país é preciso morrer gente para se agir, triste sina a nossa!

A seguinte apresentação, cujas fotografias foram gentilmente cedidas pela minha colega e amiga, Anabela Magalhães, retrata a violência das cheias do ano de 2001 que, inclusive, colocaram em risco a Ponte de S.º Gonçalo. Saliente-se que o Tâmega lança toda a sua água na Ponte Hintze Ribeiro, pois a sua foz é uns metros a montante da mesma, em Entre os Rios, Penafiel:


O Tâmega furioso é uma força da natureza!


6 comentários:

  1. Do Movimento Indignação:
    Como é possivel cair uma ponte morrerem 59 pessoas e ninguem ser culpado, neste país tudo a nivel de politica, saude, justiça etc, tudo acontece.
    Não tenho a certeza do ano, mas acho que foi em 1963, caiu a cobertura da estação do cais do sodré, no mesmo dia Salazar manda a pide prender todos os responsaveis pela construção da mesma. O pais em que vivemos hoje!!!!!
    Do Movimento:
    Considerando que:

    - O sistema político em Portugal não consegue definir uma política
    social de cidadania que conduza à realização das pessoas;

    - O afastamento dos cidadãos em relação às responsabilidades políticas
    é devida aos eleitos e partidos;

    - Existe uma classe de Poder que tutela autoritariamente e contra as pessoas;

    - Há a necessidade imperiosa de sanear as instituições, eliminando do
    sistema ilegitimidades que o abuso do Poder tem permitido;

    - A denegação de direitos e garantias (Alimentação, Saúde, Habitação,
    Educação, Trabalho e Justiça) impedem a realização de pessoas de pleno
    direito;

    - Interesses interligados, interpenetram a sociedade e pelo logro e
    cansaço, esvaziam de Poder as pessoas;

    - A manipulação constante e mentira faz-nos joguete de interesses
    particulares e ocultos;

    - O descontentamento social é geral e afecta em todos os sentidos o
    tecido humano do País;

    - O sentimento dominante em Portugal é de nada ter mudado e que se age
    contra as pessoas (e não a favor) atentando continuamente contra a sua
    dignidade.

    Colocam-se aos actores do Poder, as seguintes questões:

    - Porque continuar a suportar, sustentar e pagar a incompetência,
    incapacidade e prejuízos gerais de políticas particulares?

    - Porque permite a lei não haver a responsabilização dos detentores do
    poder por prejuízo ao bem público?

    - Porque até órgãos de soberania falham na protecção e defesa das
    pessoas, abstendo-se de denunciar e intervir, justificando como não
    ingerência?

    -A evolução social do País é a actual vigência de falta de
    solidariedade e respeito entre pessoas e instituições?

    -Porque continuar com um sistema que as pessoas não querem, não
    acreditam, nem confiam?

    - Vemos, ouvimos e lemos, não podemos ignorar!
    Portugal é hoje a angústia de não se ter futuro. País dividido – nós
    e os outros. País de sonhos roubados. Amargurado, amordaçado, amarrado
    e silenciado. Fracturado.
    E agora unido – em indignação pelo cercear constante de Liberdade e
    Direitos. Para que o Poder receba, contundente, reprovação. Pela
    ofensa feita às pessoas em gozo permanente de rega-bofe, pago à custa
    de todos nós.
    Faixas pretas são descontentamento, denúncia. E luto por um País que
    não queremos. Estáticas ou em movimento – de qualquer tamanho. Nas
    roupas, janelas, varandas, viaturas, muros, etc.
    Faixas pretas, por que a confiança nas instituições, poderes e
    representantes – cujo o dever é proteger, cuidar e defender –, essa
    confiança, morreu. Não se confia em: políticos, poder, promessas,
    servidores da causa pública e que falem em nome de nós.
    Portugal não pode ser uma quinta, dividida entre famílias.
    Queremos o Portugal a que temos direito e que o Poder nos roubou. Um
    País justo, bom, solidário e protector das pessoas, que têm orgulho em
    lhe pertencer e naturalmente, amam e defendem. Queremos que Portugal
    se realize e cumpra. Ao expressar a nossa indignação, demonstramos,
    formação cívica e consciência em cumprirmos um dever básico da
    cidadania: acabar definitivamente com este sistema injusto que atenta
    contra a vivência colectiva. E entregarmos à Nação o poder legitimo,
    legal e representativo das pessoas.
    Importa pois e é urgente fazer luto por este Portugal que não é
    nosso, para que em Liberdade plena, com orgulho, convicção e emoção,
    possamos gritar:
    - Viva, Portugal!

    Movimento da Indignação

    ResponderEliminar
  2. E são promovidos Ministros a Administradores de Empresas de grandes construtoras civis... apesar da morte de 59 heróis!
    Este mivemento tem a minha total solidariedade, neste país sem memória!
    Viva Castelo de Paiva e as suas gentes!

    ResponderEliminar
  3. Com o maximo de Respeito pelas Vitimas e seus
    Familiares.Segundo pare-se a Culpa morreu solteira.Segundo eu Ouvi falar não sei se condiz com a verdade, mas falou-se de que dois
    dias antes da Ponte ter caido,O povo teria ocupado a mesma Ponte passificamente, como chamada de atenção as Autoridades conpetentes
    Pere-se que Alguem mandou a GNR ao local para
    reabertura da ponte,com identificaçao da pessoas que la se encontravam. Entam esse responssavel que deu a orden para desbloquear a Ponte deveria ser Responssablizado pelo Crime que Cometeu,Pois não houviu o Povo e não mandou avirguar as Condições da Ponte.
    Isto é a minha opinião.

    ResponderEliminar
  4. E é uma opinião muito pertinente e só é pena esse responsável que eu não conheço, nem interessa para o caso, ser responsabilizado!
    Cumprimentos,

    Helder Barros (Eternamente Grato a Castelo de Paiva e às suas gentes que tão bem me acolheram!)

    ResponderEliminar
  5. mando 1abraco grande a todos os familiares das vitimas.e 1 beijo muito grande a prof. Ariana k tbem perdeu la os pais

    ResponderEliminar