«Educação: Fenprof congratula-se com possibilidade de escolas com problemas poderem propor contratação técnicos
Lisboa, 26 Mar (Lusa) - O secretário-geral da Fenprof, Mário Nogueira, congratulou-se hoje com a possibilidade de as escolas com problemas de indisciplina poderem propor contratações de técnicos, apesar de considerar que a medida deveria ter sido encarada como prioritária "há muito tempo".
O secretário de Estado da Educação, Valter Lemos, anunciou terça-feira que as escolas com problemas graves de indisciplina podem apresentar ao Ministério da Educação uma proposta de contratação de técnicos como psicólogos e mediadores de conflitos.
Em declarações à agência Lusa, Mário Nogueira disse que a Fenprof saúda esta "medida que pode ajudar", mas lamentou que esta só seja tomada depois de "as coisas acontecerem".
"Infelizmente é necessário que as coisas aconteçam para sejam tomadas medidas. Nós saudamos a medida mas vamos esperar para ver se as escolas vão ter possibilidades de propor e se o Ministério tem a preocupação de autorizar", afirmou.
O secretário-geral da Fenprof lembrou que há muitas escolas preocupadas com o problema da indisciplina e que apresentaram muitos projectos para tentar resolver a situação que foram depois inviabilizados pelo Ministério da Educação, porque implicavam o reforço de recursos humanos.
Mário Nogueira lembrou que o ano passado, o Ministério da Educação (ME) retirou muitos profissionais e desmantelou serviços de psicologia e orientação muito importantes para as escolas."Muitas escolas perderam este serviço e os professores, alguns há décadas neste serviço, foram obrigados a voltar à docência", contou, acrescentando contudo que a Fenprof e alguns representantes de escolas reuniram-se algumas vezes com o ME para expor o problema e o Ministério foi sensível à situação.
Na opinião de Mário Nogueira, a medida agora apresentada é importante mas há outras também a ter em conta, como a redução do número de alunos por turma e a formação de professores na área da indisciplina.
"A indisciplina nas escolas é um problema grave e os professores estão a perder autoridade nas salas de aula", frisou.
Mário Nogueira adiantou ainda à Lusa que vai tornar hoje públicas 12 medidas sobre a indisciplina, sobre os projectos que as escolas venham a apresentar para resolver o problema e o reforço de outros profissionais nas escolas.
O secretário de Estado da Educação afirmou terça-feira que "se uma escola tiver um grande problema de indisciplina generalizada pode apresentar à Direcção Regional de Educação uma proposta para a contratação de técnicos como psicólogos e mediadores de conflitos".
Valter Lemos ressalvou que a possibilidade de contratação destes profissionais é reservada, sobretudo, aos 35 agrupamentos de escolas identificadas como "Territórios Educativos de Intervenção Prioritária", mas poderá igualmente ser utilizada por outros estabelecimentos de ensino, desde que estes fundamentem o seu pedido, invocando a existência de "um problema específico" de violência e indisciplina.
Recentemente, uma professora da Escola Carolina Michaëlis, no Porto, foi vítima de uma cena de violência física e verbal por parte de uma aluna, depois de lhe retirar o telemóvel, cujo uso é proibido durante as aulas.
DD/JPB
Lusa/Fim» http://noticias.sapo.pt/lusa/artigo/e81cbc975b126b0b5198ea.html
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Finalmente o Ministério da Educação Português dá mostras de reagir ao que se passa no terreno, nas Escolas Portuguesas, e espero que abandone o seu discurso autista de que tudo são rosas, de que nada é preciso fazer. É que como o primeiro Ministro veio hoje decretar o fim da crise, só se for para ele que em boa verdade nunca a sentiu, caímos no risco de nada se fazer até às próximas eleições legislativas. Claro que faltam técnicos nas Escolas, Psicólogos, Assistentes Sociais, Terapeutas diversos, mas não é para fazer só trabalho burocrático; é preciso trabalhar com as famílias e com as crianças. Descobriram agora a pólvora, os problemas vêm do meio à Escola; isso para quem tutela a Educação deveria ser evidente, a Escola é um reflexo do meio em que está inserida. Não podem é fazer o que têm feito, que é desinvestir na Escola Publica, menos pessoal auxiliar, menos professores para muito mais trabalho, aumento exponencial de trabalho burocrático do pessoal docente, diminuir o apoio a alunos com dificuldades de aprendizagem e depois quererem um mar de rosas, com muito sucesso educativo, ao nível dos países mais avançados da Europa. Nós socialmente estamos na cauda da Europa, logo temos muito mais problemas sócio-económicos que se reflectem necessariamente, na Escola, parece-me evidente. Só acordaram porque uns miúdos filmaram um vídeo e o colocaram em rede, online. Senão, tudo como dantes no Quartel de Abrantes! Acordem Senhores da Tutela, casos desses são às resmas; apesar do final da crise ter sido hoje ufanamente decretado, há muita miséria no País real. Comecem por restituir a imagem do Professor que denegriram até a limites bem perigosos e façam parte da solução: disponibilizem todos os recursos humanos e físicos necessários a combater dificuldades em meios escolares mais críticos. Pobre do País que não investe na instrução e na Educação real da sua juventude; não ao País das maravilhas do Eng. Sócrates no qual foi decretada o fim da crise virtual, mas não a real!
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