02/03/08

Boavista F.C. 0 vs F.C. Porto 0 - Grande jogo de futebol, apesar do nulo!





«Insistir para renovar expectativas

Ainda os primeiros cânticos dos milhares de adeptos portistas presentes na bancada ecoavam pelo recinto de jogo e já os Bicampeões Nacionais, como que impulsionados por estes, mostravam o vigor e a ambição que quase sempre se fez notar, com absoluta primazia na recta final do encontro, onde pouco, muito pouco faltou para a consumação do triunfo azul e branco. Fica, no entanto, marcadamente vincada a promissora imagem de um Dragão desejoso do próximo desafio.
A avassaladora entrada do F.C. Porto poderia ter definido a história desta partida ainda nos primeiros instantes de disputa. Bastaram dois minutos para que o Dragão revelasse intenções, evidentes em tudo o resto, como Fucile fez questão de mostrar, num remate com destino feliz traçado, retido no derradeiro instante pela defensiva contrária.
Estavam dadas as indicações para o que a renovada formação de Jesualdo Ferreira pretendia retirar do duelo do Bessa. À agitação inicial seguiu-se um natural período de acalmia, que deu tempo e espaço aos portistas para desenharem a primor os seus desígnios. -lo Kazmierczak, por duas vezes quase consecutivas, com ameaçadores remates junto da zona de perigo boavisteira. -lo também, pouco depois, Lucho, igualmente em dose dupla, servindo magistralmente Farías e Adriano, ambos ligeiramente atrasados na atribuição da sentença devida para tão apetecível solicitação.
O ritmo da contenda voltou a subir e a resposta dada pelo conjunto azul e branco revelava vontade indómita de sucesso, num terreno há cinco partidas marcado pelo domínio dos anfitriões, mas onde Cech quase desmontou a estatística, em cima do intervalo, quando dividiu com Adriano um livre directo que, por puro capricho, não deu em golo.
À semelhança do que havia acontecido na etapa inicial, a entrada portista na segunda metade do encontro foi robusta, de iniciativa evidente e sem delegar competências a terceiros. Mariano, Fucile ou Adriano foram donos de oportunidades ofensivas privilegiadas para os Dragões, anunciando a vaga final de insistência azul e branca, que, de seguida, quase sufocou a garantia caseira.
Quaresma resolveu então pegar na batuta e assumiu o papel de principal regente da verdadeira avalanche ofensiva do F.C. Porto, especialmente sentida após a expulsão de Diakité. Primeiro através de um lance de magia individual, invariavelmente travado em falta, depois com um remate pleno de inspiração, que pecou o êxito por centímetros. Pelo meio, houve ainda tempo para um golo anulado a Stepanov, por alegado fora-de-jogo, cantado a plenos pulmões pelos milhares nas bancadas.
Estava guardado para o fim o instante definidor do que havia acontecido no terreno de jogo: o nº 7 azul e branco encontrou o caminho do sucesso, através de um pontapé de deslumbre, numa rota obstinadamente desviada que esbarrou na trave da baliza contrária, impedindo a justa expressão prática para a teimosia portista. Ainda assim, desenganem-se os cépticos: o Dragão sai do Bessa com mais do que um ponto conquistado. Leva, e em dose redobrada, ambição e expectativas desmedidas para o horizonte que se avizinha.

Ficha de Jogo:
Liga Portuguesa 2007/08 - 21ª jornada (1 de Março de 2008)
Estádio do Bessa, no Porto
Árbitro: Duarte Gomes (AF Lisboa)
Assistentes: Bertino Miranda e Pedro Garcia 4º Árbitro: Vasco Santos

BOAVISTA FC: Peter Jehle; Gilberto, Marcelão «cap.», Moisés e Brayan Angulo; Diakité, Jorge Ribeiro e Fleurival; Zé Kalanga, Mateus e Laionel
Substituições: Laionel por Hussaine (68 min), Zé Kalanga por Luís Loureiro (68 min) e Jorge Ribeiro por Bruno Pinheiro (88 min)
Não utilizados: Carlos, Fary, Ivan e Obi
Treinador: Jaime Pacheco

F.C. PORTO: Helton; Fucile, Stepanov, João Paulo e Cech; Paulo Assunção, Kaz e Lucho «cap.»; Mariano, Farías e Adriano
Substituições: Lucho por Quaresma (46 min), Farías por Sektioui (71 min), Paulo Assunção por Raul Meireles (78 min)
Não utilizados: Nuno, Bruno Alves, Lino e Hélder Barbosa
Treinador: Jesualdo Ferreira

Ao intervalo: 0-0

Disciplina: Cartão amarelo para Adriano (10 min), Diakité (26 e 76 min), Luís Loureiro (82 min), Raul Meireles (86 min), Tarik (90 min) e Hussaine (90 min). Cartão vermelho para Diakité (76 min).

Algumas imagens deste espectacular jogo de futebol no duelo nortenho!
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O F.C. do Porto provou no Bessa que merece bem continuar a ser Campeão Nacional de Futebol. De facto, uma equipa desfalcada de sete dos seus habituais titulares e manifestar um domínio tão grande, é de exaltar. O F.C. do Porto a jogar com uma equipa que joga à imagem do seu treinador, o grande Dragão, Jaime Pacheco, senão estivesse a jogar com toda a aplicação, por certo, sairia derrotado, como na época anterior. Mas foi o azar que não quis que o F.C. do Porto vencesse, no entanto, nada a dizer quanto à atitude de todos os atletas, mormente os menos utilizados. Mariano Gonzalez foi o melhor jogador em campo, fazendo a melhor exibição de sempre ao serviço do F.C. do Porto, bem secundado por Helton (brilhante), Fucile, João Paulo (brilhante), Stépanov, Cech, Paulo Assunção (brilhante), Lucho, Adriano, Farías, Quaresma (brilhante), Kaz, Tarik e Raúl Meireles. O Mago Ricardo Quaresma, qual cigano à solta, em apenas meia hora de jogo, espalhou magia no relvado do Bessa, seja bem retornado "Harry Potter"! Vamos ver se o Tango Argentino se vai jogar na próxima Quarta-feira, num jogo decisivo, a contar para a Liga dos Campeões!

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