05/03/08

F.C. Porto 1 vs Shalk 04 0 (1-4 após g.p.) - Bravos Dragões!



«Adeus e até já
Precoce, imerecido, o adeus é também fingido e particularmente indiferente aos mais elementares princípios de justiça que ficou por fazer ao campeão português, o melhor, o mais dotado dos opositores e, seguramente, o mais apto de três horas e meia de futebol que ficou a dever um desfecho doce ao F.C. Porto, superior até em inferioridade numérica e apenas batido da marca de grande penalidade, pequena porção de relvado para onde o Schalke procurou conduzir o desenlace na incapacidade de se distinguir e distanciar em toda a extensão do terreno. Talvez por isso e por muito mais, o adeus não represente propriamente uma despedida, mas um simples até já.
Fulgurante, por vezes até asfixiante, a entrada portista justificava a geração da vantagem em pouco mais de uma dezena de minutos e um punhado de ensaios, que teve num cabeceamento de Sektioui o melhor exemplo e desempenho. Em poucos segundos, Neuer, o elemento-chave da eliminatória, negou o golo por duas vezes. Primeiro, numa saída arrojada e feliz a um remate cruzado de Lisandro, depois de assistido por Lucho, e, logo a seguir, no encontro inesperado com a bola, na sequência de um cruzamento de Bosingwa a que o marroquino parecia ter correspondido na perfeição.
A resposta ardente à derrota sofrida na Alemanha foi processada com inevitáveis oscilações de ritmo, especialmente marcadas pelos limites da natureza humana de uma máquina que depressa comprimira o opositor, arrumando-o em metade do espaço disponível. Algumas premeditadas, outras induzidas pela atitude dominadora e acelerada de um Dragão apressado, as mudanças de velocidade revelaram as melhores soluções na versão mais célere do assédio, condenado a obedecer às delongas de métodos alternativos.
A reentrada recuperaria o ritmo inicial, a cadência que melhor servia o campeão português e que mais o aproximava do golo, conforme Sektioui e Neuer fariam questão de voltar a provar. Outra vez de cabeça, depois de servido por Lucho, na sequência de um livre inteligentemente cobrado por Quaresma. Com uma defesa frequente no andebol e absolutamente rara nos relvados, o alemão interrompeu o esboço de uma comemoração adiada.
Foram precisos 86 minutos de tentativas e espera paciente para o golo acontecer, já para lá da expulsão de Fucile, que acrescentou a inferioridade numérica à desvantagem no marcador. E porque falar em golo é o mesmo que falar em Lisandro, fica fácil de atribuir a autoria do remate indefensável, desferido à meia-volta e ainda de fora da área.
Ao prolongamento foram dadas oportunidades mais do que suficientes para não acontecer e a decisão na marca de grandes penalidades poderia ter sido evitada ainda na primeira metade do tempo extra, quando Quaresma adivinhou o que ia na cabeça do adversário e se antecipou à defesa adversária. O problema foi Neuer, para não variar, o mesmo protagonista dos penaltis, matéria em que só permitiu o golo a Lucho numa especialidade, que, no entanto, esteve longe de assumir a condição de tira-teimas e apagar a inegável superioridade portista na soma dos 210 minutos de futebol jogado entre Gelsenkirchen e o Dragão, cujo público presenciou o décimo jogo do F.C. Porto em casa sem sofrer golos, totalizando 973 minutos de inviolabilidade de uma sequência iniciada há quatro meses, com a vitória sobre o Marselha, também em encontro da UEFA Champions League.

FICHA DE JOGO

UEFA Champions League, 1/8 final, 2ª mão
Estádio do Dragão, no Porto
5 de Março de 2008
Assistência: 45.316 espectadores

Árbitro: Howard Webb (Inglaterra)
Árbitros assistentes: Darren Cann e Michael Mullarkey
4º Árbitro: Robert Styles

F.C. PORTO: Helton; Bosingwa, Pedro Emanuel «cap», Bruno Alves e Fucile; Lucho, Paulo Assunção, Raul Meireles; Sektioui, Lisandro e Quaresma
Substituições: Bosingwa por Mariano (54m); Sektioui por Farías (58m); Raul Meireles por Cech (98m)
Não utilizados: Nuno, João Paulo, Kazmierczak e Adriano
Treinador: Jesualdo Ferreira

SCHALKE 04: Neuer; Rafinha, Bordon «cap», Krstajic e Westermann; Jones, Grossmuller, Ernst e Kobiashvili; Halil Altintop e Kuranyi
Substituições: Kuranyi por Asamoah (78m); Grossmuleer por Rakitic (111m); Bordon por Howedes (114m)
Não utilizados: Schober, Varela, Lovenkrands e Vicente Sánchez
Treinador: Mirko Slomka

Ao intervalo: 0-0
Marcadores: Lisandro (86m)
Penalties: Lucho; Rafinha, Rakitic, Altintop e Jones
Disciplina: cartão amarelo a Kuranyi (33m), Jones (57m), Westermann (65m), Lucho (114m), Kobiashvili (116m); cartão vermelho a Fucile (82m)» in site F.C. Porto.


Imagens do fantástico jogo do Dragão que merecia melhor sorte para os Dragões!

Imagens do festival Ricardo Quaresma, na Alemanha!
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O F.C. do Porto foi hoje eliminado da Liga dos Campeões Europeus, mas caiu com muita honra e bravura! Bravos atletas do F.C. do Porto que tudo fizeram para vencer. Perderam no desempate por grandes penalidades, mas saíram com muita dignidade. Há derrotas que soam a vitórias... Parabéns F.C. do Porto, até quando perdemos somos grandes! Eu tenho muito orgulho nesta equipa!

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