06/03/08

Educação em Portugal - Eles são capazes de tudo!


«A Escola Secundária de Ourém e a Escola Básica 2,3 D. Afonso IV receberam, esta quarta-feira, a visita de dois agentes da PSP.
«Vieram vestidos à civil, sem farda, e disseram que queriam saber quantos professores iriam à manifestação [de sábado, em Lisboa]», contou ao SOL um elemento do conselho executivo da Escola Secundária de Ourém.
Perante a estranheza dos docentes daquela escola, os dois polícias justificaram o pedido de informação «com a necessidade de controlar o trânsito».
A justificação não convence, porém, Mário Nogueira, líder da Federação Nacional de Professores (Fenprof), que classifica o sucedido como «muito estranho e pidesco».
Nogueira lembra, aliás, que esta quinta-feira a Fenprof esteve «numa reunião com a PSP para resolver questões relacionadas com o trânsito».
Mário Nogueira garante ainda que «a Fenprof não tem conhecimento de que situações dessas se tenham passado noutros pontos do país». Para Nogueira a estranheza é tanto maior quanto «é a primeira vez que uma cena dessas acontece numa manifestação nossa».
O subcomissário Soares, do Comando Distrital de Santarém, assegura que as instruções dadas aos policiais não foram no sentido de os agentes se deslocarem pessoalmente às escolas para pedir informações.
«O que pode ter acontecido é alguém ter deturpado as ordens dadas», acrescenta o oficial responsável pelas relações públicas, que considera «estranho» o episódio e garante que «essa não é a forma de actuar do Comando».

«Transtornos de trânsito» por causa
de dois autocarros

João Paulo Videira, coordenador de Santarém do SPGL (Sindicato dos Professores da Grande Lisboa), também não compreende a deslocação dos agentes às escolas, «até porque há apenas duas escolas em Ourém, que correspondem a apenas dois autocarros, pelo que os transtornos de trânsito não devem ser grandes».
Videira diz que «se se tratar de uma questão logística, tudo bem… se as motivações forem outras já é mais complicado». O sindicalista desvaloriza, porém, o significado desta situação: «Também não podemos pensar que temos sempre o diabo atrás da porta».

Visita de polícias
ignora instruções do MAI

O episódio de Ourém vem relembrar o sucedido na Covilhã, em Outubro, quando agentes da GNR visitaram um sindicato para recolher informações sobre uma manifestação contra o primeiro-ministro José Sócrates.
Na sequência de um inquérito ao sucedido a Inspecção-Geral da Administração Interna (IGAI) elaborou um relatório com instruções claras, no sentido de evitar que «procedimentos de colheita de informação policial para efeitos de garantir a ordem e a tranquilidade do exercício dos direitos envolvidos» criem «situações e dubiedades constitucionalmente intoleráveis».
Nesse relatório, o IGAI determina que «sempre que as forças de segurança careçam de dados para adoptar as medidas preventivas (…) devem solicitá-los, directamente, à autoridade administrativa competente para a recepção do aviso prévio da manifestação».
«As diligências promovidas pela polícia devem ser levadas a cabo em condições que tornem claro que o seu objectivo é, apenas, assegurar os direitos de manifestantes e de quaisquer pessoas e bens», pode ler-se num despacho do ministro da Administração Interna, Rui Pereira, sobre o mesmo assunto.» in http://sol.sapo.pt/PaginaInicial/Sociedade/Interior.aspx?content_id=83811
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Algum Sociólogo, Historiador ou Politólogo me poderá dizer que espécie de protofascismo é este? É que isto de termos um governo que se diz de esquerda, que tem tiques e derivas totalitárias muito perigosas... não sei não, isto pode dar para o torto!

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