António Cândido a voz que ecoa na serra do Marão!
Estátua de homenagem a António Cândido, no Largo Conselheiro António Cândido (Arquinho na voz corrente), na Cidade de Amarante!
«António Cândido
António Cândido Ribeiro da Costa, foi uma das maiores personalidades incontornáveis do panorama literário e político de âmbito nacional.
Nascido na freguesia de Candemil, concelho de Amarante, a 29 de Março de 1850, foi Camilo Castelo Branco, que o apelidou de a "Águia do Marão".
Com um curriculum académico, literário e político surpreendente e admirável começou o seu percurso em 1875, data em que finalizou a sua formatura e em 1878, termina o seu doutoramento.
Em 1880, foi eleito deputado por Amarante, tendo feito o juramento em 14 de Janeiro de 1880.
Foi nomeado lente catedrático da Universidade de Coimbra em 1881 e doutor nas suas faculdades de Direito e Teologia daquela instituição.
Aquando da sua vinda para a Capital, Lisboa, foi um militante activo do Partido Progressista, vindo a ser eleito deputado para a Câmara entre os anos de 1880 - 1881, 1884 - 1887 e finalmente entre 1887 - 1889.
Até a monarca, Rainha Regente de Espanha, ficou "surpresa" com o talento e oratória daquela ilustre figura amarantina, que o agraciou com a Gran Cruz de Carlos III, por diploma de 20 de Dezembro de 1890, seguindo-lhe os passos, o El-Rei D.Carlos distingiu-o com a Gran Cruz de S. Tiago pela Carta Régia de 26 de Setembro de 1900.
Em 31 de Março de 1891, atingiu um lugar de maior ênfase no "espectro" político, sendo nomeado Par do Reino e tomando a sua posse oficial na Câmara dos Pares no mês de Junho, do referido ano.
Foi também, Ministro do Reino entre 13 de Outubro de 1890 e 21 de Maio de 1891, com a direcção ministerial do General Crisóstomo de Abreu e Sousa.
Já com um extenso "palmarés" no desempenho de elevados cargos políticos foi nomeado, desta vez para Conselheiro de Estado em 13 de Março de 1902, três anos mais tarde, seria escolhido para Presidente da Câmara dos Pares, precisamente em 3 de Abril de 1905.
É lhe reconhecida, a sua ação de interventivo cidadão, zeloso dos seus direitos e deveres, também no domínio da Academia das Ciências, em que foi Vice-Presidente.
Senhor, que dispunha de uma fluência de dicção verbal, na exposição do raciocínio, invulgarmente fora do comum e com uma capacidade inata de improviso, pugnava nos seus discursos por deixar "transparecer", a diversificada cultura nas mais vastas áreas do conhecimento, que deixava as pessoas fascinadas por tão peculiar erudição.
Com uma postura reta, íntegra, não podia conceber as intrigas, as hipocrisias, acreditava que o que projetava alcançar no domínio político, deveria ser atingido por mérito próprio, pela sua força de trabalho e talento.
Alicerçou o valor nobre da sua honestidade, como "marco" orientador da sua vida partidária.
Buscava sempre, a via do diálogo, em detrimento dos sentimentos de ódio, ou vingança, que os seus adversários políticos possivelmente poderiam ter em mente.
Desempenhou variados lugares de projectão política nacional, como parlamentar na Assembleia da República, e outros diferentes cargos como jurisconsulto, político e professor.
Dono de uma mentalidade, direcionada por valores nobres e altruístas, tudo aquilo que de mau emanava da Sociedade do seu tempo, infligia-lhe um enorme desgosto, com especial relevância, para a situação precária dos estratos sociais mais baixos, desfavorecidos e desprotegidos.
Fervoroso nacionalista, descreveu de forma ímpar, os feitos dos nossos navegadores portugueses nos "Descobrimentos" que propiciaram "novos mundos ao mundo".
Mas é, na outrora Assembleia Nacional, hoje presentemente denominada de Assembleia da República, que mostra o seu valoroso poder intelectual de defesa dos seus ideais políticos.
Este activo pensador político, em finais do século XIX, participou no grupo chamado "Os Vencidos da Vida", no qual diversas figuras provenientes da literatura e da política manifestaram o seu contributo, em que passo a citar: Eça de Queirós, Guerra Junqueiro, Bernardo de Pindela, Ramalho Ortigão, Carlos Mayer, Oliveira Martins, Carlos Lobo d'Ávila e o Conde de Sabugosa.
Estas personalidades procuraram ser uma "voz" activa na Sociedade portuguesa daquela época.
Em 24 de Outubro de 1922, o pensamento delineado majestosamente, a eloquência verbal e ímpar de António Cândido, "calou-se" para sempre, sendo vítima de morte súbita, perecendo na sua residência em Candemil.
Na data de 9 de Novembro de 1922, é homenageado pela Academia das Ciências e em outra ocasião por parte do Parlamento.
Amarante, a título de homenagem e gratidão por tão ilustre figura erigiu uma estátua em bronze, da autoria do famoso escultor Henrique Moreira, no centro do Arquinho, que passaria a chamar-se Largo Conselheiro António Cândido.
António Cândido, marcou para sempre a cultura intelectual nacional e amarantina, pelo seu inestimável legado vivencial, mas também pela sua valorosa obra bibliográfica, que conserva o seu dom de palavra excecional, para a posterioridade.» in blogue http://carlosportela.no.sapo.pt/antonio.html
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Este texto retirado do Blog de Carlos Portela, um amarantino que muito se dedica a estudar a sua terra e, mais importante, a partilhar essa informação que desta forma é vastamente divulgada, faz um retrato brilhante desta singular e esplendorosa personagem da história amarantina. Além de uma inteligência acima da média, prestou enormes serviços ao então Reino de Portugal, posteriormente à República, dado que atravessou o fim do primeiro e inicio do segundo regime politico. Mas rezam as crónicas que o seu aspeto mais deslumbrante enquanto intelectual, passava pelos seus dotes de orador que encantava as multidões, prendendo a sua atenção de uma forma arrebatadora. Amarante foi, é e será uma terra de grandes vultos! Viva a Cidade e as gentes de Amarante que continuam a dar novos Mundos ao Mundo!
Mais informações sobre esta ilustre figura no site da Câmara Municipal de Amarante:
http://www.cm-amarante.pt/pageGen.asp?SYS_PAGE_ID=818827
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