«Dezasseis crianças de escola do Marco de Canaveses não vão às aulas há oito dias
Dezasseis crianças de Penha Longa, Marco de Canaveses, não vão à escola há oito dias, porque os pais recusam a transferência para outro estabelecimento, a três quilómetros, disse hoje à Lusa uma encarregada de educação.
Segundo Elisa Gonçalves, a tutela da EB1 S. Sebastião, Penha Longa, determinou, na semana passada, que as 16 crianças da turma do terceiro ano deviam ser transferidas para a escola de Piares, na mesma freguesia.
Em protesto pela situação, os referidos pais fecharam hoje de manhã os portões da EB1 S. Sebastião com cadeado, o que obrigou à intervenção da GNR para reabrir a escola.
Durante a manhã, os encarregados da educação mantiveram-se à entrada do estabelecimento, protesto que pretendem prosseguir se as suas pretensões não forem atendidas.
Elisa Gonçalves explicou à Lusa que ordem de transferência para Piares foi tomada depois de os pais protestarem contra a decisão da escola de colocar aquela turma do terceiro ano "a ter aulas num átrio sem condições".
"Aquele espaço não tem condições, não tem luz natural e tem correntes de ar", criticou.
Segundo foi explicado por aquela encarregada de educação, o problema acontece porque a escola tem apenas três salas de aulas, para quatro turmas.
Face à atitude dos pais, a direcção do agrupamento escolar determinou que a turma do terceiro ano fosse transferida para a escola de Piares, onde há uma sala disponível, decisão que os encarregados de educação também se recusam a aceitar, devido à distância e aos custos.
Aquela mãe diz não perceber porque tem de ser a turma do terceiro ano e não outra a ser transferida, sugerindo que o problema poderia ser solucionado com a fixação de horários duplos que evitariam a mudança de escola.
Contudo esta solução também não é acolhida pela tutela do Ministério da Educação, como explicou hoje à Lusa Goreti Monteiro, vereadora na Câmara do Marco de Canaveses.
De acordo com a autarca, em termos pedagógicos e segundo a legislação, por estarem em causa turmas com poucos alunos, não se justifica a introdução de horários duplos. Acresce que, observou, não haveria consenso entre os pais para a eventual adopção dos horários duplos.
Goreti Monteiro assinala que este problema tem a ver com a fixação das turmas e dos horários e que, por isso, não depende da tutela da câmara.
No entanto, manifestou preocupação com o impasse, sobretudo o facto de estarem a ser marcadas faltas aos 16 alunos que estão a faltar às aulas.
A Lusa tentou hoje, sem sucesso, ouvir a direcção do Agrupamento de Escolas de Sande, do qual depende a EB1 de S. Sebastião.
Lusa/SOL» in http://sol.sapo.pt/inicio/Sociedade/Interior.aspx?content_id=88209
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