«Nas meias, sem sobranceria
A economia de um Dragão que não confundiu superioridade com altivez, foi suficiente para garantir um triunfo que assegura a presença no lote dos últimos quatro clubes em prova na Taça de Portugal, como fruto primordial de uma exibição que teve tanto de segura, como de tranquila. Bastou a inspiração magrebina de Tarik, que soube inventar o espaço privilegiado para consumar o sucesso azul e branco, para que fosse escrito um novo capítulo de sucesso na caminhada portista na competição.
Uma entrada que de gestão teve muito pouco, revelou os primeiros ensejos de um F.C. Porto com vontade de resolver de pronto uma partida com contornos decisivos. Face a um oponente que construiu o seu roteiro defensivo cimentado em linhas absolutamente recuadas, o Dragão foi compelido a procurar as aberturas que permitissem uma aproximação convincente à zona de perigo contrária.
Foi Tarik quem assumiu em pleno o papel de responsável pela teimosia azul e branca, achando-se em foco em duas ocasiões quase consecutivas. Primeiro, aos 17 minutos, surgiu em boa posição para emendar um excelente lance colectivo que havia passado pelos pés de Kazmierczak e de Mariano, chegando em perfeitas condições ao marroquino, para um remate que excedeu na altura as medidas da baliza. Mas o extremo portista não se satisfez com o desperdício inicial e passou da advertência à execução pouco depois, quando, solicitado por Mariano, foi capaz de deslindar o espaço necessário para, de um ângulo inesperado, mas invariavelmente bem sucedido, atirar a contar.
Estava lançada a liderança azul e branca, com requinte como virtude e sem sobranceria como defeito, num remate certeiro que acabaria por selar a qualificação. Mas se a virtude portista se revelava no ataque, também a defender o Dragão apresentou argumentos. Nuno foi, então, a figura em plano de destaque, já que, quando chamado a intervir, soube responder com absoluta classe e em dose dupla, evitando o sorriso irónico dos visitantes.
Após o descanso e já com intérpretes mudados, voltou a ser da formação de Jesualdo Ferreira a iniciativa junto da área contrária. Nove minutos depois do reatamento, a linha argentina do ataque portista arquitectou uma jogada de desenho perfeito, com Lucho e Mariano a servirem a sentença de Farías, que por muito pouco não aplicou a solicitação. Não chegou, neste instante, o desfecho final do duelo entre Dragões e gilistas, mas percebeu-se por inteiro que a gestão cuidada, quando feita com discernimento, pode render um desenlace de sucesso.
Antes ainda do apito final, o F.C. Porto voltou a dispor de situações privilegiadas para alargar os números da vantagem, mas nem Lisandro, nem Lucho, já em período de descontos, foram capazes de dar outra expressão à quarta vitória portista em outros tantos encontros com a formação de Barcelos, a contar para a Taça de Portugal. O triunfo, no entanto, mantém inalterado o pleno na caminhada azul e branca, que prossegue agora rumo às derradeiras etapas da competição.
Ficha de Jogo:Taça de Portugal 2007/08 – Quartos-de-final (27 de Fevereiro de 2008)
Estádio do Dragão, no Porto
Assistência: 12.117 espectadores
Árbitro: Paulo Pereira (AF Viana do Castelo)
Árbitro: Paulo Pereira (AF Viana do Castelo)
Assistentes: Henrique Parente e Tiago Leandro
4º árbitro: José Rio
F.C. PORTO: Nuno «cap.»; Bosingwa, João Paulo, Stepanov e Lino; Paulo Assunção, Kazmierczak e Mariano; Hélder Barbosa, Farías e Sektioui
F.C. PORTO: Nuno «cap.»; Bosingwa, João Paulo, Stepanov e Lino; Paulo Assunção, Kazmierczak e Mariano; Hélder Barbosa, Farías e Sektioui
Substituições: Sektioui por Lucho (46 min), Hélder Barbosa por Lisandro (57 min) e Farías por Adriano (73 min)Não utilizados: Ventura, Pedro Emanuel, Cech e Castro
Treinador: Jesualdo Ferreira
GIL VICENTE: Paulo Jorge; Paulo Arantes, Pedro Ribeiro, Diego Gaúcho e João Pedro «cap.»; Filipe Fernandes, Luís Miguel, Zongo e João Vilela; Hermes e Maciel
GIL VICENTE: Paulo Jorge; Paulo Arantes, Pedro Ribeiro, Diego Gaúcho e João Pedro «cap.»; Filipe Fernandes, Luís Miguel, Zongo e João Vilela; Hermes e Maciel
Substituições: Luís Miguel por Luís Coentrão (46 min), Zongo por Tiago André (59 min) e Luís Vilela por Bruno Filipe (71 min)Não utilizados: Hugo Marques, Valnei, Luís Manuel e Zezinho
Treinador: Paulo Alves
Ao intervalo: 1-0
Ao intervalo: 1-0
Marcadores: Sektioui (23 min)
Disciplina: Cartão amarelo para Pedro Ribeiro (80 min)» in Site F.C. do Porto.
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O Mister Jesualdo Ferreira provou mais uma vez que no futebol é preciso dar tempo ao tempo. Só que os adeptos do F.C. do Porto, de mal habituados, de tanta vitória nem sempre têm calma, nem paciência, para esperar... Aliás qualquer novo jogador que pretenda alinhar no F.C. do Porto tem que se conformar, com o facto de não ter muito tempo de aprendizagem. Ou vem com a embalagem toda, ou dificilmente terá benéces da tribuna do Dragão. Somos campeões, somos assim. Mas, no meu caso e humildemente tenho que reconhecer que, finalmente, Farías, Mariano Gonzalez e Kaz começam a dar um ar da sua graça, ao contrário de Lino e Stépanov que ainda terão que o mostrar. Demorou mais foi, e aqui deixo os meus parabéns, mormente a Mariano Gonzalez, que agora já joga à Porto. Tarik é que voltou à sua boa forma, apontando mais um excelente golo, depois da sua participação na CAN! Quanto ao Gil Vincente, fez um grande jogo, mostrando que o Mister Paulo Alves está a fazer um belíssimo trabalho ao leme da equipa e oxalá, regressem depressa ao convívio dos grandes. Viva o F.C. do Porto, viva a Taça de Portugal, viva o Gil Vicente e viva o futebol!
Imagens do único golo da partida, apontado pelo Marroquino Tarik!
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