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28/03/15

Poesia - O meu Colega e Amigo, Professor Eugénio Mourão, interpela-nos com o Poema: "Foz"


Foto: Carla Calado model


"FOZ

Não importa quanto de profundo
Um rio seja,
Porque lá no fundo,
O que vale é que à tona se reveja,
Em tudo o que sempre quis .
Aquele que se demora
A ser feliz,
É porque em vez de correr, ignora,
Ou é omisso,
Não sabe dizer a sua foz,
Apenas isso.
Quanto fica de nós
Por velejar,
À proa.
Ou por não sabermos navegar,
Ou a corrente não é boa,
Até ao mar.

Eugénio Mourão

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24/03/15

Poesia - O Meu Colega e Amigo, professor Eugénio Mourão, interpela-nos com o Poema: "Sabes..."



"SABES...

Sabes,
Havia um arco íris,
Da minha casa até à tua,
Tu deslizavas por ele até mim,
E eu abraçava-te.
Mas o sol já não gosta do chover,
E a chuva chora sozinha,
Escondida numa nuvem escura.
Sabes,
Havia um sonho,
Do teu quarto até ao meu,
E tu entravas nele,
E eu amava-te,
Mas a realidade já não gosta da ilusão,
E pôs caçadores de sonhos,
À entrada do mundo.
Sabes, 
Havia uma canção,
De uma ponta à outra do piano,
E a letra era este poema,
Que te dediquei,
Mas as teclas não deram,
Porque estava escrito em dó,
E o sol não pôde vir.
Sabes,
Havia…"

Eugénio Mourão.

https://www.facebook.com/photo.php?fbid=837493672998166&set=a.215009225246617.52914.100002126234550&type=1&theater

Poesia - No dia da Morte de Herberto Helder, nada melhor que publicar a sua excelente Poesia...




«Biografia

Herberto Helder Luís Bernardes de Oliveira nasceu a 23 de Novembro de 1930 no Funchal, ilha da Madeira, no seio de uma família de origem judaica. Em 1946, com 16 anos, viaja para Lisboa para frequentar o 6º e o 7º ano do curso liceal. Em 1948, matricula-se na Faculdade de Direito de Coimbra e, em 1949, muda para a Faculdade de Letras onde frequenta, durante três anos, o curso de Filologia Romântica, não tendo terminado o curso. Três anos mais tarde regressa a Lisboa, começando por trabalhar durante algum tempo na Caixa Geral de Depósitos e depois como angariador de publicidade, sendo que durante este tempo vive, por razões de ordem vária e pessoal, numa «casa de passe».

Em 1954, data da publicação do seu primeiro poema em Coimbra, regressa à Madeira onde trabalha como meteorologista, seguindo depois para a ilha de Porto Santo. Quando em 1955 regressa a Lisboa, frequenta o grupo do Café Gelo, de que fazem parte nomes como Mário Cesariny, Luiz Pacheco, António José Forte, João Vieira e Hélder Macedo. Durante esse período trabalha como propagandista de produtos farmacêuticos e redactor de publicidade, vivendo com rendimentos baixos. Três anos mais tarde, em 1958, publica o seu primeiro livro, O Amor em Visita. Durante os anos que se seguiram vive em França, Holanda e Bélgica, países nos quais exerce profissões pobres e marginais, tais como: operário no arrefecimento de lingotes de ferro numa forja, criado numa cervejaria, cortador de legumes numa casa de sopas, empacotador de aparas de papéis e policopista. Em Antuérpia, viveu na clandestinidade e foi guia dos marinheiros no sub mundo da prostituição.

Repatriado em 1960, torna-se encarregado das bibliotecas itinerantes da Fundação Calouste Gulbenkian, percorrendo as vilas e aldeias do Baixo Alentejo, Beira Alta e Ribatejo. Nos dois anos seguintes publica os livros A Colher na Boca, Poemacto e Lugar. Em 1963 começa a trabalhar para a Emissora Nacional com redactor de noticiário internacional, período durante o qual vive em Lisboa. Ainda nesse mesmo ano publica Os Passos em Volta e produz A máquina de emaranhar paisagens. Em 1964 trabalha nos serviços mecanográficos de uma fábrica de louça, datando desse ano a sua participação na organização da revista Poesia Experimental. Nesse ano reedita ainda Os Passos em Volta, escreve «Comunicação Académica» e publica Electronicolírica. Em 1966 participa na co-organização do segundo número da revista Poesia Experimental e no ano seguinte publica Húmus, Retrato em Movimento e Ofício Cantante. Data de 1968 a sua participação na publicação de um livro sobre o Marquês de Sade, o que o leva a ser envolvido num processo judicial no qual foi condenado. Porém, devido às repercussões deste episódio consegue obter suspensão de pena, facto este que não conseguiu evitar que fosse despedido da Rádio e da Televisão portuguesas. Refugia-se na publicidade e, posteriormente, numa editora onde desempenha o cargo de co-gerente e director literário. Ainda nesse ano publica os livros Apresentação do Rosto, que foi suspenso pela censura, O Bebedor Nocturno e ainda Kodak e Cinco Canções Lacunares.

Em 1970 viaja por Espanha, França, Bélgica, Holanda e Dinamarca, publicando nesse ano a terceira edição de Os Passos em Volta e escreve Os Brancos Arquipélagos. Em 1971 desloca-se para Angola onde trabalha como redactor numa revista. Enquanto repórter de guerra é vítima de um grave desastre tendo que ser hospitalizado durante três meses. Data ainda desse ano a publicação de Vocação Animal e a produção de Antropofagias. Regressa a Lisboa e parte de novo, desta vez para os E.U.A., em 1973, ano durante o qual publica Poesia Toda, obra que contém toda a sua produção poética, e faz uma tentativa frustrada de publicar Prosa Toda. Em 1975 passa alguns meses na França e Inglaterra, regressando posteriormente a Lisboa onde trabalha na rádio e em revistas, meios restritos de sobrevivência económica. Em 1976, Herberto Helder participa na edição e organização da revista Nova que, sendo posterior à revolução de 25 de Abril de 1974, reconhecia na Literatura portuguesa características que a aproximaram às Literaturas latino-americana, africana e espanhola, declinando uma direcção literária revolucionária cuja actividade não ultrapassou o plano teórico devido à instabilidade política portuguesa que se fazia sentir na altura. Nos anos que se seguiram publicou as obras Cobra, O Corpo, O Luxo, A Obra e Photomaton e Vox. A última referência encontrada da instabilidade biográfica de Herberto Helder referia-se ao facto de o poeta ter abandonado todas as suas anteriores actividades e de viver no mais cioso dos anonimatos.» in http://www.citi.pt/cultura/literatura/poesia/helder/biogra.html

"Sobre um Poema

Um poema cresce inseguramente 
na confusão da carne, 
sobe ainda sem palavras, só ferocidade e gosto, 
talvez como sangue 
ou sombra de sangue pelos canais do ser. 

Fora existe o mundo. Fora, a esplêndida violência 
ou os bagos de uva de onde nascem 
as raízes minúsculas do sol. 
Fora, os corpos genuínos e inalteráveis 
do nosso amor, 
os rios, a grande paz exterior das coisas, 
as folhas dormindo o silêncio, 
as sementes à beira do vento, 
- a hora teatral da posse. 
E o poema cresce tomando tudo em seu regaço. 

E já nenhum poder destrói o poema. 
Insustentável, único, 
invade as órbitas, a face amorfa das paredes, 
a miséria dos minutos, 
a força sustida das coisas, 
a redonda e livre harmonia do mundo. 

- Em baixo o instrumento perplexo ignora 
a espinha do mistério. 
- E o poema faz-se contra o tempo e a carne."

Herberto Helder


("Minha cabeça estremece" - Herberto Hélder // Rodrigo Leão)

Poesia - A Minha Colega e Amiga, Professora Anabela Borges, interpela-nos com o Poema: "Entardecer"


Fotografia aurelio MONGE
http://www.flickr.com/photos/mariesol/4498042556/in/faves-mgartstudio/


"Entardecer

Quietudes crepusculares são auguros, 
céus que se esvaem em fogo 
sobre serras serenas, 
tintas escarlate e ouro 
derramando-se sobre os telhados, 
enquanto as árvores aclamam os espantos dos dedos 
no último cântico do dia 
e os pássaros recolhem dos afazeres 
diários."

Anabela Borges

https://www.facebook.com/photo.php?fbid=511455902282122&set=a.186361621458220.43721.100002531506939&type=1&theater


23/03/15

Poesia - O MEU Colega e Amigo, Professor Eugénio Mourão, interpela-nos com o Poema: "Grito Mudo"



"GRITO MUDO

Talvez seja o que faltou,
Não por falta de grito,
Mas ter sido mal dito
Por quem o grito calou.
Talvez tenha sido assim,
Ou foi um mal entendido,
Por crer que tudo perdido,
Ou pensar não estar afim.
A vida é um triste enredo:
Há quem não saiba dar
O amor que sabe amar,
Porque recebe com medo.
Mas não importa a dor
Já que apenas com ela
É que a vida é mais bela
Quando rima com amor.
Por fim a grande lição,
Que este poema contém:
Nunca odeies quem te tem
Por tão bem no coração."

Eugénio Mourão.

https://www.facebook.com/photo.php?fbid=836854953062038&set=a.215009225246617.52914.100002126234550&type=1&theater

22/03/15

Poesia - O Meu Colega e Amigo, Professor Eugénio Mourão, interpela-nos com o Poema: "Lembras-te".



"LEMBRAS-TE?

Lembras-te
Daquela semente
Numa linda tarde de primavera
Que queria ser mulher
Mas não podia porque tinha caído num deserto?
Eu vi-a! 
Estava tão feliz porque tinha encontrado uma nuvem para crescer.
Lembras-te
Daquela emoção
Num olhar à primeira vista
Que queria ser sentimento
Mas não podia porque a luz do sol não deixava?
Eu vi-a! 
Estava tão feliz porque tinha encontrado a sombra de um coração para amar.
Lembras-te
Daquele ontem
Num tempo diferente do mundo
Que queria ser amanhã
Mas não podia porque o hoje não aceitava?
Eu vi-o!
Estava tão feliz porque já era para sempre."

Eugénio Mourão.

https://www.facebook.com/photo.php?fbid=835119803235553&set=a.215009225246617.52914.100002126234550&type=1&theater

20/03/15

Poesia - O Meu Colega e Amigo, Professor Eugénio Mourão, interpela-nos com o Poema: "Serra de Afetos"



"SERRA DE (A)FETOS

Aqui estou neste alto,
Por carreiros atropelados,
Lugar de um rosto,
Que já foi promessas de sol,
Hoje de chuva com vontade de ficar,
E eu abrigo-me sempre em ti.
O dia está a ir embora,
Estou quase a perdê-lo de vista,
Ainda envio mil recados,
Ecos que enchem o vale
De sentido,
Mas já não importam.
Se eu pudesse comungar-te seria neste poente,
Estendidos num monte de afetos,
Feitos de nós,
Sem ar e sem voz,
Envoltos em fetos,
E tirava-te a terra da boca para te beijar."

Eugénio Mourão

https://www.facebook.com/photo.php?fbid=835066749907525&set=a.215009225246617.52914.100002126234550&type=1&theater

17/03/15

Poesia - O Meu Amigo e Poeta, professor Eugénio Mourão, interpela-nos com o Poema: "Aquele longínquo aconchego..."



"AQUELE LONGÍNQUO ACONCHEGO…

Escuta, lá fora
O tempo,
São horas de nada,
Apenas o barulho da noite,
Da chuva que cai em segredo,
Sem vento,
Sem medo,
E que adormece em descontentamento.

Escuta, dentro de ti
O pensamento,
Deixa-o deslizar até ao vale,
Decora no escuro
Do teu quarto,
Aquele longínquo aconchego,
E amanhã, ao acordares,
O sol será feliz."

Eugénio Mourão.

13/03/15

Poesia - O Meu Colega e Amigo, Professor Eugénio Mourão, interpela-nos com o Poema: "Dor"



"DOR

Perguntarmos porquê,
Por tanto que nos feriu,
E que preenche o vazio,
Sem sabermos com quê!
O que dói não é a dor,
Mas o que a faz doer,
E é no ato de querer,
Um desejo com ardor.
E se ela não faz bem,
Também mal não faz,
Porque só ela desfaz,
O mal que ela contém.
A dor é coisa tão bela,
Que quando fica escuro,
Apenas se sente seguro, 
Ao adormecer com ela.
Mas pior do que doer,
A dor que já não dói,
Paixão que sempre foi,
E não deixará de ser.
O poeta não finge dor,
Apenas teme ao tê-la,
Não conseguir conte-la,
Nos olhos tanto fervor.
E a razão porque existe,
É ela que nos faz nascer,
Será a mesma ao morrer,
Dor que em nós persiste."

Eugénio Mourão

https://www.facebook.com/photo.php?fbid=829316130482587&set=a.215009225246617.52914.100002126234550&type=1&theater

04/03/15

Poesia - O Meu Colega e Amigo, Professor Eugénio Mourão, interpela-nos com o Poema: "Já viste"



"JÁ VISTE!

Já viste,
O que nos trouxe até aqui,
Nunca saberemos explicar,
Foi tudo de repente o que o destino fez connosco,
Nem sequer perguntou se queríamos,
E deixou-nos ao abandono.
Como se faz com aquilo que não nos deixa? 
Não sei.
Já viste,
Tudo aquilo que ficou por dar,
Com a dor o recebemos,
Mas a vida é mesmo assim,
Ninguém teve culpa disto,
E eu posso sempre guardar-te.
Como se faz com aquilo que não nos deixa?
Não sei."

Eugénio Mourão

24/02/15

Poesia - O Meu Colega e Amigo, Professor Eugénio Mourão interpela-nos com o Poema: "Disseram-me..."




"DISSERAM-ME…

Disseram-me,
Que o mundo era um arco íris,
E que éramos todos iguais,
Mas há cores que são mais bonitas.
Disseram-me,
Que o mundo era feito de verdade,
E que todos gritariam por ela,
Mas há quem fique em silêncio.
Disseram-me,
Que o mundo era de todos,
E que se podia ser livre em qualquer lugar,
Mas há pessoas a fugir.
Disseram-me,
Que o mundo era muito feliz,
E que todos os humanos gostariam de cá morar,
Mas há olhos que são tristes.
Disseram-me,
Que o mundo era feito de paixão,
E que o amor era para sempre,
Mas há corações que têm idade.
Disseram-me
Que o mundo era uma bola de cristal,
E que se podia fazer magia com as palavras,
Mas nem sempre resulta.
Quem me disse,
Que o mundo era tudo isto, foi Deus,
Quando a fé era criança,
Mas ainda acredito."

Eugénio Mourão.

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16/02/15

Poesia - O Meu Colega e Amigo, Professor Eugénio Mourão, interpela-nos com o Poema: "O menino da Serra (Do Marão)"


Fotografia: Eugénio Mourão


"O MENINO DA SERRA (DO MARÃO)

O menino da serra
Esconde os seus segredos sem mal
Debaixo de uma pedra,
E no xisto e chão que não medra
Desenha um coração em forma de vale.
O Menino da serra
Rouba flores do chão,
Que alimentam os sonhos das borboletas e abelhas,
E das ovelhas
Que lhe vêm comer à mão.
O menino da serra
Põe migalhas de pão no carreiro da formiga,
E antes de pernoitar
Abriga-se da chuva do mar,
E do vento que a fustiga.
O menino da serra
Já deitado sobre as raízes,
E mais perto dos céus,
Reza a Deus por si e pelos seus,
Para serem sempre felizes."

Eugénio Mourão

https://www.facebook.com/photo.php?fbid=816189368461930&set=a.215009225246617.52914.100002126234550&type=1&theater

13/02/15

Poesia - O Meu Colega e Amigo, Professor Eugénio Mourão, interpela-nos com o Poema: "Magia"


FOTO: a Modelo e Atriz Margarida Moreira 


"MAGIA

Se eu fosse um mágico, 
Terias uma linda surpresa:
Com uma varinha transformaria as pedras num tesouro,
E faria de ti uma princesa,
Num palácio de ouro,
E cada quarto seria uma flor,
E as borboletas seriam as tuas aias,
E todas as manhãs mandaria o sol ao teu quarto,
Para te acordar,
E as abelhas servirem-te o mel,
Numa sala feita de quartzo,
Da cor do céu e do mar.
E depois serias levada num coche puxado por um corcel,
A comprar todos os vestidos e saias,
De pérolas e diamantes,
E o jantar seria servido por pirilampos,
Mais brilhantes
Que a lua,
Quando à noite ilumina os campos,
E ficaria sempre à tua janela,
Seria só tua,
Para poderes sonhar com ela,
E todos os dias te daria o universo,
Mas sou um simples sonhador,
Apenas te posso dar o amor,
Na forma de um verso."

Eugénio Mourão.

12/02/15

Poesia - A minha Colega e Amiga, Professora Anabela Borges, interpela-nos com o Poema: "Celorico"




"Celorico

Rumor incessante de água, 
fumos frios avançando 
a pureza da fonte,
árvores estendendo 
braços nus às almas 
do monte,
colo onde se aninham 
sortes de bichos 
que nunca emigram.
Soltam-se 
os cânticos 
dos pássaros invernosos
lamentos
ansiosos
à manhã,
que é uma mão vazia
cheia de prenúncios de,
cedo,
cedo
cedo
se acabar o dia."

ANABELA BORGES


07/02/15

Poesia - O Meu Colega e Amigo, Professor Eugénio Mourão, interpela-nos com o Poema: "Asas de Amar"


Foto: (Tânia Pereira)


"ASAS DE AMAR

Vai, é agora,
Já abanam os teus cabelos
Ao vento,
Já sinto nas tuas asas apelos
De firmamento,
O teu desejo possuído por correntes de liberdade,
Voa,
A puberdade,
Na tua dança de pavoa,
Para perto da mira dos homens.
E sobe, sobe até ao telhado do mundo,
As tuas mãos jovens,
Em corpo fecundo,
Vai, e leva no teu anel a mensagem,
De que numa terra franca,
Há um beiral,
Sobre uma bela paisagem,
De onde partiste ao alvor,
Do teu pombal,
E ao deixares cair uma pena,
Ficou a dor,
Pomba branca,
Mulher morena."

Eugénio Mourão.

06/02/15

Poesia - A Minha Amiga e Colega, Professora Anabela Borges, de Amarante, Telões, interpela-nos com o Poema: "Inquietude"



"Inquietude

É no ser e no não ser
que me não sei saber.

Voos inquietos 
à alma-manhã
pouco treinada a sapiências
e mais vocacionada
a vertigens, 
vazios, 
quedas a pique, 
abismos, 
insolências
que não me 
as 
sei controlar."

Anabela Borges, Poetisa

10/01/15

Poesia - O Meu Colega e Amigo, Professor Eugénio Mourão, interpela-nos com o Poema: "Saudade"



"SAUDADE 

Se eu fosse um pintor,
E tivesse de desenhar a saudade,
Seria uma gaiola sem cor,
Sem grade,
E sem tranca,
Voltada a sul,
E uma bela pomba branca
Que esvoaça o céu azul,
Ao sol de primavera,
E ao entardecer,
Eu fico à espera,
Até ela descer."

Eugénio Mourão


https://www.facebook.com/photo.php?fbid=796025187145015&set=a.215009225246617.52914.100002126234550&type=1&theater

03/01/15

Poesia - O meu Colega e Amigo, Professor Eugénio Mourão, interpela-nos com o Poema: "Corre Árvore"



"CORRE ÁRVORE

Corre, árvore…
Vai dizer ao mundo a tua sorte,
A dor à noite de um monte,
E à terra presa o teu cansaço.
Corre, árvore…
Tomba ao sabor do vento norte,
E ao sol que deixa o horizonte,
A dança dos teus ramos em abraço.
Corre, árvore…
Atrás das folhas da saudade,
Que foram a sombra no caminho,
Dos homens de campo dolorido.
Corre, árvore…
Voltaram as flores da tua idade,
E à primavera de um ninho,
O desejo de um fruto proibido.
Corre, árvore...
És mulher.

Eugénio Mourão.


https://www.facebook.com/eventos.almor/photos/a.402314433255798.1073741877.208464842640759/402865919867316/?type=1&theater

31/12/14

Poesia - O Meu Colega e Amigo, Professor Eugénio Mourão, interpela-nos com o Poema: "Asas de Amar"



"ASAS DE AMAR

Vai, é agora,
Já abanam os teus cabelos
Ao vento,
Já sinto nas tuas asas apelos
De firmamento,
O teu desejo possuído por correntes de liberdade,
Voa,
A puberdade,
Na tua dança de pavoa,
Para perto da mira dos homens.
E sobe, sobe até ao telhado do mundo,
As tuas mãos jovens,
Em corpo fecundo,
Vai, e leva no teu anel a mensagem,
De que numa terra franca,
Há um beiral,
Sobre uma bela paisagem,
De onde partiste ao alvor,
Do teu pombal,
E ao deixares cair uma pena,
Ficou a dor,
Pomba branca,
Mulher morena."

Eugénio Mourão.
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