Escrevia: «Quem tem um coração é o Deus de um firmamento.»
Nesse mesmo ano, o Poeta veio advogar para Amarante. Abriu banca com Carlos Babo. Depressa arranjou uma boa clientela.
O povo procurava aquele jovem defensor dos caseiros rurais.
Em 1903, publicou um novo livro de versos: «Jesus e Pan», uma obra com preocupações filosóficas em que o Paganismo e o Cristianismo se confundem num mesmo credo... O Poeta é um visionário que, contudo, não se afasta da realidade. Vivia num íntimo deslumbramento e exaltação, «tocando o fundo das almas», «tocando o sonho e o nada.» E afirmava: «Sou, em futuro, o tempo que passou. Em mim, o antigo tempo, é nova idade.»
Foi neste mesmo ano 1903 que um rude golpe o atingiu cobrindo de dor e amargura toda a família - o suicídio do irmão António, em Coimbra.
Chocadíssimo com esta terrível tragédia, Pascoaes publicou, em 1904, o livro de versos magoados e inconformistas - «Para a Luz».
É um grito de dor e de revolta contra a injustiça.» in Fotobiografia "Na Sombra de Pascoaes" de Maria José Teixeira de Vasconcelos
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