25/06/19

Linha do Tâmega - Inaugurada a 15 de janeiro de 1949, a Estação Ferroviária de Arco de Baúlhe viria a ser encerrada 41 anos depois, sendo uma antiga interface da Linha do Tâmega, que serviu a localidade de Arco de Baúlhe, no concelho de Cabeceiras de Basto.




«Carris com História

Uma viagem pela Estação Ferroviária de Arco de Baúlhe transformada em museu.

Inaugurada a 15 de janeiro de 1949, a Estação Ferroviária de Arco de Baúlhe viria a ser encerrada 41 anos depois. É uma antiga interface da Linha do Tâmega, que serviu a localidade de Arco de Baúlhe, no concelho de Cabeceiras de Basto.

A chegada do comboio permitiu uma melhor circulação de pessoas e produtos, sendo mais fácil chegar, por exemplo, às feiras de Amarante, Celorico de Basto e Fermil de Basto ou às festas da Sr.ª da Graça e de S. Gonçalo de Amarante.

A linha do Tâmega tem perto de 52 quilómetros e demorou mais de 40 anos a ser construída. A ligação entre Livração e Amarante teve início em maio de 1905 e este primeiro troço viria a ser inaugurado em 1909. Já o último troço, entre Celorico de Basto e Arco de Baúlhe, foi inaugurado 40 anos depois.

Com o passar dos anos, o pouco movimento de passageiros no troço ferroviário entre Arco de Baúlhe e Amarante levou ao encerramento do serviço em 1 de janeiro de 1990.

A Estação Ferroviária de Arco de Baúlhe está hoje transformada num Núcleo Ferroviário do Museu das Terras de Basto. Em 2000, a REFER cedeu à Câmara Municipal o espaço e os seus edifícios.

Nos vários edifícios é possível encontrar cocheiras onde se podem observar várias carruagens que foram utilizadas nestas linhas de caminho de ferro e não só.

No último salão estão as carruagens utilizadas na viagem do Rei D. Carlos e a sua mulher a Rainha D. Amélia de Orleães às Pedras Salgadas, em Junho de 1907, para a inauguração do troço ferroviário entre Vila Real e as Termas da Linha do Corgo.

Noutra cocheira, que em outros tempos servia para a manutenção das carruagens, estão expostos mais cinco veículos ferroviários.

Uma automotora a gasolina fabricada nas oficinas de Santa Apolónia ME 5 do ano de 1948.

Este veículo de via estreita é revestido exteriormente a chapa, tem um motor Chevrolet e é movido a gasolina. Dispõe de 27 lugares sentados: 11 de primeira classe e 16 de terceira classe e tem ainda 16 lugares de pé. Tem instalações sanitárias e iluminação elétrica.

Uma locomotiva a vapor alimentada a carvão MD 407 construída em 1908 na cidade de Kassel, na Alemanha, pela empresa Henschel & Sohn, e adquirida pelos Caminhos de Ferro do Estado.

Circulou na linha de Guimarães e trata-se de uma locomotiva de via estreita com um depósito de transporte de carvão. Tem capacidade para 3500 litros de água e 1300 quilos de carvão. A eliminação funciona a acetileno.

Um Furgão para transporte de correspondência e despachos (DE 506 do ano 1908), que foi construído na Bélgica pela Dyle & Bacanlouvain e, em 1908, foi comprado pela Companhia dos Caminhos de Ferro de Guimarães.

É um Furgão via estreita com revestimento em chapa e iluminação elétrica onde eram armazenadas encomendas.

Duas carruagens de terceira classe: uma do século XIX (CE 79 do Ano de 1876), que foi construída no Reino Unido na empresa Bristol Works e que, em 1890, foi reconstruída nas oficinas PPF na Boavista, no Porto.

Foi adquirida pela companhia dos Caminhos de Ferro do Porto à Póvoa de Varzim. Tem uma carruagem via estreita com revestimento em chapa, com bancos em Madeira para 40 pessoas. Inicialmente, a iluminação era feita a velas, mais tarde passou a ser elétrica.

Uma carruagem do inicio do século XX (CE 453 do ano de 1908).

É uma carruagem de passageiros que foi construída na Bélgica no Atelier de Nivelles. Foi comprada pela Linha do Vale do Vouga.

É uma carruagem via estreita com bancos em madeira e instalações sanitárias. A sua robusta estrutura, construída por um chassis resistente que suporta a caixa em madeira, faz com que esta carruagem do início do século. XX faça lembrar as usadas nos filmes sobre o Oeste americano.

Em 2008, foi apresentado um projeto para a reabilitação e recuperação do troço entre Amarante e Arco de Baúlhe, que previa a exploração ferroviária turística e o regresso de um serviço regional de passageiros, mas não foi aceite.

Em 2013, passou a integrar a Ecopista do Tâmega, uma ciclovia de 39 quilómetros, que liga Amarante a Arco de Baúlhe, e que foi construída aproveitando o canal do caminho-de-ferro da antiga Linha do Tâmega.» in https://sicnoticias.pt/pais/2019-06-24-Carris-com-Historia



(Linha do Tâmega: 20 anos sem comboio)


(A Linha do Tâmega Reportagem RTP anos 80)


(Linha do Tâmega - Livração-Amarante (cab ride) 14 Dez 2001)


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