qual lençol,
o rio deslizando.
The white Chagall:
MA JOIE.
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Gotas de água
por escorridos vidros;
a rubro raiado poente.
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Semblantes sumidos
sob chapéus-de-chuva.
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Repetidamente
a paragem do eléctrico,
imagem mesma
repassada,
sonho nada.
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Madame Maar,
olhos tortos
esgotando-se;
sons prolongando-se;
um rosto maior
do que um livro;
uma torneira ininterrupta.
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P’lo tempo revolvido no olvido,
contarei as loucuras possíveis,
os enredos, p’los teus dedos, sim,
p’los teus dedos lã.
Ficaremos os dois, os sons, os ossos,
em arco abrindo-se-nos os braços.
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Ah,
teu devastado olhar
fixa o demorado mar,
revolto o vento.
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Os jogos infinitos,
borboletas adejando
vãs tonturas.
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Teia de aranha
na parede esburacada,
um canto, desperdícios,
uma aldeia em Trás-os-Montes.
As bicicletas não andam.
A humildade é um verme familiar.
Com cerveja e fadiga ideamos vadiar.
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Sombra intocada
num papel
sem nada,
bermas à luz falsa,
as costelas partidas,
publicação a se7e cores.
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Nem o abandono inútil,
os pés adormecidos ao peso,
a desolação imensamente plana,
a apatia sem nenhuma saída,
o travesseiro dos bons dias
muito obrigados,
os dedos na queda,
os tectos para o pavor;
as crianças não têm culpa
d’entrementes cabecearem tontos sonos.
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A periferia dos tubos,
e um peixe.
Os círculos fechados,
o ateado cristal.
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Para a mulher povo, que não é notícia,
queria uma canção com as mãos dadas.
Quem me cerrou numa esfera de azedeza?
Deixassem-me ignorante, saberia uma canção,
sem nome uma canção, braços, ancinhos,
arados em riste.
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Acontece-me ficar sentado a tarde toda,
a refazer os gestos gastos.
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Páscoa
a morrer flores,
ecoando vãos por grandes casas.
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Mulher,
levei toda a manhã
a sonhar tua viagem.
...Parte de um trabalho com cerca de 50 aninhos de duração, Amigo!
ResponderEliminar...Não esqueço que o saudoso João Vilaret, que disse tão bem como poucos (ou nenhuns) poesia, lembrou um dia dito de um poeta de traquejo e nome: Escreve mil vezes teu poema...(Goethe diriaa: faz de tua dor o poema...)… -- Pois não é para gabar-me -- porque pura verdadinha, meu livro leva -- só de 98 (data em que passou para a Internet) a esta parte -- umas boas dez mil leituras... Trabalho diário, amigo, trabalho diário... E não é pelo público reconhecimento que tal digo, mas porque «para Deus trabalhamos» nós poetas (como os pedreiros dos pináculos das medievais catedrais). E porque o patrão é Deus, salário há, que baste.
Abraço, amigo, e até outra, que será... SEMPRE!!!
Bem Haja, Amigo, Poeta Humanista, Ângelo Ôchoa!
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