22/06/10

Fernando Tordo - Um Grande Nome da Música Portuguesa!




Fernando Tordo - "Tourada" - (1973)

Fernando Tordo - "Tourada" - (acústico)

Fernando Tordo & Raquel Tavares - "Tourada"


Fernando Tordo - "Cavalo à Solta" - (Festival RTP 1971)

Fernando Tordo - "Adeus Tristeza"

Fernando Tordo e Hélder Moutinho - "Adeus Tristeza"

Fernando Tordo - "Chegam Palavras"

Fernando Tordo - "Cantiga" - (Festival RTP 1969)

Fernando Tordo - "Canto de Passagem" - (Festival RTP 1984)

«Fernando Tordo

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Fernando Travassos Tordo (29 de Março de 1948) é um cantor e compositor português.

Índice

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[editar] Biografia

Fernando Tordo começou a cantar aos 16 anos, passou pelos Deltons e pelos Sheiks, em 1968, na sua parte final. onde substituiu Carlos Mendes.
Participou no Festival RTP da Canção de 1969 onde interpretou o tema "Cantiga". Nesse mesmo festival conheceu o poeta Ary dos Santos. Foi um dos vencedores do Prémio Casa da Imprensa como cançonetista e compositor ("pela riqueza harmónica, melódica e rítmica dos trabalhos gravados em disco").
Regressa ao {{Festival RTP da Canção]] em 1970, com "Escrevo às Cidades", e em 1971 com "Cavalo à Solta", uma das suas primeiras composições com o poeta José Carlos Ary dos Santos. Ainda em 1971 é editado o disco "Festival de Camaradagem" com Paulo de Carvalho, Fernando Tordo, Duo Orfeu e José Carlos Ary dos Santos.
Regressa ao Festival RTP da Canção, em 1972, com "Dentro da Manhã" da autoria de Yvette Centeno e José Luis Tinoco. Nesse ano é editado o seu primeiro álbum, "Tocata", com arranjos e direcção de Orquestra de Dennis Farnon. Inclui os temas "Tocata", "Dentro da Manhã", "Canto No Deserto", "Virgens Que Passsais", "Canto Franciscano", "Cavalo À Solta", "Amor Vivo", "Aconteceu Na Primavera", "Vou Inventar Uma Flor", "Sangue Das Palavras" e "Tocata".
Passa a gravar para a editora Tecla. Lança o single "Eu Não Vou Nisso"/"Invenção do Amor". Em 1973 vence o Festival RTP da Canção com a canção "Tourada".
"Portugal Ressuscitado", de Ary dos Santos e Fernando Tordo, (o célebre "Agora/ o povo unido/ nunca mais será vencido") é gravado logo a seguir ao 25 de Abril.
Vence o Prémio Casa da Imprensa de 1974 por "O Emprego"/"A Língua Portuguesa", com música e interpretação de Fernando Tordo, textos de José Carlos Ary dos Santos, orquestração de Pedro Osório e José Calvário: «O Melhor Disco Simples», pela popularidade e «as canções oriundas de um contexto especificamente português - o teatro de revista ("Uma No Cravo Outra Na Ditadura" do teatro ABC.)
Em 1975 é um dos fundadores, juntamente com outros autores, entre os quais Paulo de Carvalho e Carlos Mendes, a primeira editora discográfica independente, "Toma Lá Disco". O primeiro disco é o álbum "Feito Cá Para Nós".
Vence novamente o Festival RTP da Canção, em 1977, desta vez com "Portugal no Coração", na interpretação do grupo Os Amigos, com Paulo de Carvalho, Luísa Basto, Ana Bola, Edmundo Silva e Fernanda Piçarra. Editou nesse ano o álbum "Estamos Vivos". Em 1977 ganha novamente o "Prémio Casa da Imprensa".
Em 1980 lança o disco "Cantigas Cruzadas", o último disco com Ary dos Santos. O afastamento de Ary dos Santos, marca uma nova etapa na sua carreira, passando também a ser autor dos poemas.
Concorre ao primeiro Festival da Canção da Rádio Comercial, realizado em 1981, onde vence com "Conversa Nova". Arrecada ainda os 2º e 4º prémios do certame.
Em 1983 editou o disco "Adeus Tristeza". É distinguido com o prémio para o melhor LP de música ligeira.
Em 1984 participa novamente no Festival RTP da Canção, desta vez com "Canto de Passagem".
Reside nos Açores entre os anos 1982 e 1986. Em 1984 lança o disco "Anticiclone" com orquestrações de François Rauber (antigo colaborador de Jacques Brel) que volta a colaborar no disco "A Ilha do Canto" de 1986.
Em 1988 foi um dos vencedores do Prémio Figueira da Foz, instituídos no âmbito do Prémio Nacional da Música, destinado a financiar diversos projectos discográficos. O prémio permitiu pagar a edição de "Menino Ary dos Santos", um disco com 9 dos 27 poemas do livro "Asas" escrito por José Carlos Ary dos Santos com 15 anos de idade, numa pequena edição de 1000 exemplares, e que Fernando Tordo só conheceu, já no Faial, em 1984.
Fernando Tordo, Carlos Mendes e Paulo de Carvalho, sob a direcção de Pedro Osório, prepararam uma série de quatro espectáculos para serem apresentados no Casino do Estoril. O espectáculo apresentava uma mistura de meia centena de sucessos antigos, temas mais recentes e algumas canções inéditas. O espectáculo foi gravado num duplo álbum que, em 1990, chegou a disco de platina.
Em 1991 volta a contar com a participação de François Rauber.
Cria, escreve e apresenta em 1993 na SIC o programa “Falas tu ou falo eu”. No ano seguinte grava o CD “Só Ficou o Amor Por Ti”, nos famosos estúdios de Abbey Road (Londres).
Em 1995 lança o disco "Lisboa de Feira", tamcém gravado em Londres.
Entre Maio e Junho de 1997 grava, em Barcelona, o disco "Peninsular" com direcção e arranjos do pianista Josep Mas "Kitflus".
Produz e apresenta durante 27 dias consecutivos, no Teatro Nacional D. Maria II, o espectáculo "O calendário". O disco "Calendário" é distribuido com o Diário de Notícias. Cada mês do calendário é acompanhado por pinturas de José Manuel Castanheira. Venceu o Prémio Casa da Imprensa em 1997.
Em 1999 apresenta o programa "Clube Tordo" na CNL. Desloca-se a Timor-Leste em Novembro de 1999 com Jorge Palma e Rui Pinto de Almeida. Desta parceria, resultou uma série documental de três episódios, intitulada "Timor-Leste, a Paz e a Língua Portuguesa". Foi exibida no CNL e posteriormente na RTPi.
A convite do Instituto Camões, o artista apresentou este trabalho em Timor, em 2002, acompanhado pelo maestro João Balula Cid e seus músicos, com quem trabalha desde 2000.
Em Março de 2002 é editado "E No Entanto Ela Move-se", gravado em Barcelona, que inclui temas dedicados aos filmes "Cinema Paraiso" e "O carteiro de Pablo Neruda" e ainda homenagens a George Harrison ("Preciso De Ti") e ao povo de Timor-Leste ("O Timorense"). O disco teve distribuição da editora Universal. As letras datam quase todas do ano 2000 (com excepção de «O Timorense», escrita em Timor em dezembro de 1999). As músicas foram todas compostas em 2001, entre Janeiro e Novembro.
O seu livro "Fantásticas, Fingidas e Mentirosas", cujo título é retirado de uma estrofe d’Os Lusíadas, é editado em Novembro de 2003. O seu primeiro romance foi editado pela editora Sporpress.
"Tributo a los laureados Nobel", um disco em que música alguns dos poemas dos escritores laureados com o máximo galardão das artes e ciências, é editado em 2006 pela Factoria Autor.
Em 2008 lança o livro "Se Não Souberes Copia" e realiza uma digressão nacional com a Stardust Orchestra.
Em 2010 promove um disco com três temas do seu próximo álbum.

[editar] Discografia

[editar] Álbuns

  • Festival da Camaradagem - 1971(com Paulo de Carvalho, Duo Orfeu e José Carlos Ary dos Santos)
  • Tocata (LP, Pergola-Universal, 1972)
  • Feito Cá Para Nós (LP, TLD, 1975)
  • Estamos Vivos! (LP, TLD, 1977)
  • Fazer Futuro (LP, TLD, 1979)
  • Canta Ary
  • Cantigas Cruzadas (LP, Danova, 1980)
  • Sopa de Pedra (LP, Danova, 1982)
  • Adeus Tristeza (LP, Dacapo, 1983)
  • Anticiclone (Lp, Transmédia, 1984)
  • A Ilha do Canto (Lp, Transmédia, 1986)
  • O Menino Ary dos Santos (LP, CBS, 1988)
  • Só Nós Três (Com Carlos Mendes e Paulo de Carvalho) - 1989
  • Boa Nova - com Carlos Mendes - (LP, Tertúlia, 1992)
  • Só Ficou O amor Por Ti (CD, Movieplay, 1994)
  • Lisboa de Feira (com a National Youth Jazz Orchestra) (LP, ed.Autor, 1995)
  • Penisular (CD, 1997)
  • Calendário (CD, ed.Autor/DN, 1997)
  • E no entanto ela move-se (CD, Universal, 2002)
  • Laureados com os Prémios Nobel (2006)

[editar] Singles e Eps

  • Cantiga (EP, Decca, 1969) [Cantiga/That Day/O Pedro/Flor Magoada]
  • Escrevo Às Cidades (Single, Decca, 1970)
  • The Windmills Of Your Mind/Maré Vida (Single, Decca)
  • Bem Querer, Mal Vier/Cantiga de Chegando-se (Single, Decca)
  • Cavalo À Solta/Aconteceu na Primavera (Single, Polygram, 1971)
  • A Time Of Freedom (Single, Polygram)
  • Canto No Deserto - 1972
  • Caballo En Libertad/Canto En El Desierto (Single)
  • Dentro da Manhã/Sangue das Palavras (Single, Philips, 1972)6031013
  • Eu Não Vou Nisso/Invenção do Amor (Single, Tecla, 1973) TE 20053
  • Tourada/Carta de Longe (Single, Tecla, 1973) TE 20060
  • Cai-Cai/Dueto A Uma Voz (Single, Zip-Zip, 197) 30057
  • O Emprego/A Lingua Portuguesa (Single, Zip-Zip, 1974) 30063
  • Fado do Operário Leal/Tango Económico (Single, Zip-Zip, 197) 30068
  • O Café/Uma Rosa, Uma Estrela (Single, Orfeu, 1973/4) ksat 503
  • De Pé Na Revolução/Dia de Haver Revolução [Tordo/Carlos Mendes]
  • Maldita Carestia/O Regresso dos Patrões [Tordo/Carlos Mendes] (Single, TLD)
  • O Caso da Mãozinha Misteriosa (Tld)*Dueto A Uma Corda
  • Portugal no Coração / Cantiga de Namorar(Single, TLD, 1977) TLS 009
  • Balada Para Os Nossos Filhos - Canção do Emigrante ()TLS 014
  • Fado de Alcoentre (EP, TLD, 1978) Fado das Rabanadas/Fado de Alcoentre/Fado Espanhol/Assim, Como Quem Morre - TLD 3001
  • O Trabalho - 1976
  • Fado de Alcoentre/Assim, Como Quem Morre (Single, TLD)SN-2001
  • Carta para um amigo/Mesa para dois/canta canta cavaquinho/carta para uma amiga (TLD)
  • Festa Cá Para Nós (Single, TLD, 1978)
  • Conversa Nova/Jogo da Vida (Single, Danova, 1981) 2917
  • Adeus Tristeza/Dá Para Falar (Single, Dacapo, 1983) SPO 15001
  • Canto de Passagem/O Nome Tanto Faz (Single, Orfeu, 1984)
  • Obama/Amy Winehouse (Single, 2010)

[editar] Outras Compilações

  • O Melhor dos Melhores vol. 76 - Fernando Tordo e Carlos Mendes ()
  • Antologia (LP, Danova, 1982)
  • Os Primeiros Êxitos de Carlos Mendes e Fernando Tordo (Compilação, EMI, 1993)

[editar] Colectâneas

  • Jardim da Bicharada - Jardim da Bicharada (2007) [com Carlos Vidal]

[editar] Curiosidades

Hoje, Fernando Tordo gosta de pintar. Copia pequenas partes de quadros de Picasso, estuda até ao pormenor do segundo a vida de Amadeu de Souza Cardoso e, claro, rabisca as suas folhas brancas. Nos espectáculos de 23 e 24, no Teatro Villaret, em Lisboa, e 26, no Rivoli do Porto. «Vou fazer coisas que nunca tive oportunidade de fazer em espectáculos. Uma delas tem a ver com as canções sobre dois filmes, "O Carteiro de Pablo Neruda" e "Cinema Paraíso".
A partir de 1970 surge como compositor, tornando-se figura destacada no panorama musical nacional. Entre os seus temas mais conhecidos figuram "Cavalo à solta", "Adeus Tristeza", "Invenção do Amor", "Estrela da Tarde" e a "Tourada".
"E no entanto ela move-se" foi uma edição de autor, como, aliás, todos os seus últimos trabalhos desde há mais de dez anos, que só conseguiu ser excepção porque está a ser distribuído pela editora Universal, de Tó Zé Brito. Desde 1994 que os seus trabalhos são pagos do seu próprio bolso e nem apoio para a distribuição e para a promoção consegue das editoras. «Alguém, numa editora, chegou a dizer-me que o meu trabalho "Peninsular" era até muito comercial.
Em cerca de 38 anos de carreira, Tordo editou 28 discos, fez milhares de espectáculos, manteve-se fiel a um estilo e conseguiu sucessos que ainda hoje perduram.
Alguns dos seus temas mais conhecidos são “O café” (Tordo/Ary dos Santos), “Tourada” (Tordo/Ary dos Santos), “Cavalo à solta” (Tordo/Ary dos Santos), “Balada para nossos filhos” (Tordo/Ary dos Santos), “Estrela da tarde” (Tordo/Ary dos Santos), “Novo fado alegre” (Tordo/Ary dos Santos), “Adeus Tristeza” (Tordo), “O rato roeu a rolha” (Tordo), “Açores a cores” ” (Tordo), “O dia do mar” (Tordo), “O meu bairro” (Tordo), “Cinema Paraíso” (Tordo), “Chegam palavras” (Tordo), O homem do jazz” (Tordo) e “Em Timor” (Tordo/João Balula Cid).

[editar] Comentários

"O Festival da Canção marcou-me muito, mas foi num outro tempo, com outros autores e compositores, outra música, outros intérpretes. Participei entre 1969 e 1973, ano em que ganhei com a Tourada. Voltei depois em 1977 com Os Amigos, mas nessa altura já tinha outras características. A RTP faz parte da nossa história, como nós fazemos parte da história da RTP. Foram tempos muito importantes para os intérpretes, os autores e os compositores."

[editar] Ligações externas


"Adeus Tristeza

Na minha vida tive palmas e fracassos
Fui amargura feita notas e compassos
Aconteceu-me estar no palco atrás do pano
Tive a promessa de um contrato por um ano
A entrevista que era boa
E o meu futuro foi aquilo que se viu

Na minha vida tive beijos e empurrões
Esqueci a fome num banquete de ilusões
Não entendi a maior parte dos amores
Só percebi que alguns deixaram muitas dores
Fiz as cantigas que afinal ninguém ouviu
E o meu futuro foi aquilo que se viu

[Refrão:]
Adeus tristeza, até depois
Chamo-te triste por sentir que entre os dois
Não há mais nada pra fazer ou conversar
Chegou a hora de acabar

Na minha vida fiz viagens de ida e volta
Cantei de tudo por ser um cantor à solta
Devagarinho num couplé pra começar
Com muita força no refrão que é popular
Mas outra vez a triste sorte não sorriu
E o meu futuro foi aquilo que se viu

[Refrão]

Na minha vida fui sempre um outro qualquer
Era tão fácil, bastava apenas escolher
Escolher-me a mim, pensei que isso era vaidade
Mas já passou, não sou melhor mas sou verdade
Não ando cá para sofrer mas para viver
E o meu futuro há-de ser o que eu quiser

[Refrão]"


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