«Almada Negreiros
Almada Negreiros, de seu nome completo José Sobral de Almada Negreiros (Trindade, S. Tomé, 7 de Abril de 1893 — Lisboa, 15 de Junho de 1970) foi um artista multidisciplinar, pintor, escritor, poeta, ensaísta, dramaturgo e romancista português ligado ao grupo modernista.
Também foi um dos principais colaboradores da Revista Orpheu.
Depois da morte da mãe, em 1896, veio viver para Portugal; nesta altura, em 1900, o pai foi nomeado encarregado do Pavilhão das Colónias na Exposição Universal de Paris, deixando os filhos José e António ao cuidado dos jesuítas no Colégio de Campolide.
Em 1911, após a extinção do Colégio de Campolide dos Jesuítas, José entra para a Escola Internacional de Lisboa, após uma breve passagem pelo Liceu de Coimbra. Nesta escola, consegue um espaço, onde irá desenvolver o seu trabalho, publicando ainda nesse ano, o seu primeiro desenho na revista A Sátira e publica o jornal manuscrito A Paródia, onde é o único redactor e ilustrador.
Júlio Dantas, médico, poeta, jornalista e dramaturgo, é a maior figura da intelectualidade da época e afirma que a revista é feita por gente sem juízo. Irónico, mordaz, provocador mesmo, Almada responde com o Manifesto Anti-Dantas, onde escreve: “…uma geração que consente deixar-se representar por um Dantas é uma geração que nunca o foi. É um coio d’indigentes, d’indignos e de cegos, e só pode parir abaixo de zero! Abaixo a geração! Morra o Dantas, morra! Pim!”
O manifesto teve algum impacto no meio artístico; é tempo de mudar as mentalidades e a sociedade e Almada fá-lo como poucos, atacando a cultura burguesa instituída e os seus representantes ao mais alto nível.
Escreve a novela A Engomadeira, em 1917
Em 1927 volta a deixar Portugal, indo desta vez para Espanha, onde para além de colaborar com diversas revistas, Almada escreve El Uno, Tragédia de la Unidad, obra dedicada à pintora Sarah Afonso, com quem viria a casar em 1934, já após o seu regresso a Portugal.
O SPN viria ainda a atribuir a Almada Negreiros o Prémio Columbano pela sua tela intitulada Mulher.
A partir daqui, Almada dedica-se principalmente ao desenho e à pintura: Pinta os vitrais da Igreja de Nossa Senhora de Fátima, que o público, agarrado às tradições, não aprecia; pinta o conhecido retrato de Fernando Pessoa, os painéis das gares marítimas de Alcântara e da Rocha Conde de Óbidos, pelas quais recebe o Prémio Domingos Sequeira; pinta o Edifício da Águas Livres e frescos na Escola Patrício Prazeres; pinta as fachadas dos edifícios da Cidade Universitária e faz tapeçarias para o Tribunal de Contas e para o Palácio da Justiça de Aveiro, entre muitos outros.
Tendo colaborado tanto com o Estado Novo, o que a muita gente causou estranheza, Almada, não deixaria de escrever: “As construções do Estado multiplicam-se, porém, as paredes estão nuas como os seus muros, como um livro aberto sem nenhuma história para o povo ver e fixar”.
Em 1954 Almada pinta o célebre retrato de Fernando Pessoa.
Os seus últimos trabalhos, já com 75 anos, são o Painel Começar na Fundação Calouste Gulbenkian e os frescos da Faculdade de Ciências da Universidade de Coimbra.
Almada Negreiros, morre em 14 de Junho de 1970, de falha cardíaca, no mesmo quarto do Hospital de São Luís dos Franceses, onde também tinha morrido Fernando Pessoa.
(Mário Viegas diz Almada Negreiros "*Manifesto anti-Dantas")
Fonte: SAPO Saber, a enciclopédia portuguesa livre.
Também foi um dos principais colaboradores da Revista Orpheu.
Índice[esconder] |
[editar] Vida
Almada era filho de António Lobo de Almada Negreiros, um tenente de cavalaria que foi administrador do Concelho de São Tomé, jornalista e fundador de diversos jornais. Uma parte da sua infância foi passada em São Tomé e Príncipe, terra natal da sua mãe, Elvira Sobral.Depois da morte da mãe, em 1896, veio viver para Portugal; nesta altura, em 1900, o pai foi nomeado encarregado do Pavilhão das Colónias na Exposição Universal de Paris, deixando os filhos José e António ao cuidado dos jesuítas no Colégio de Campolide.
Em 1911, após a extinção do Colégio de Campolide dos Jesuítas, José entra para a Escola Internacional de Lisboa, após uma breve passagem pelo Liceu de Coimbra. Nesta escola, consegue um espaço, onde irá desenvolver o seu trabalho, publicando ainda nesse ano, o seu primeiro desenho na revista A Sátira e publica o jornal manuscrito A Paródia, onde é o único redactor e ilustrador.
[editar] Revista Orpheu, polémica e Manifesto Anti-Dantas
Em 1913 apresenta na Escola Internacional de Lisboa, a sua primeira exposição individual composta de 90 desenhos; aqui trava conhecimento com Fernando Pessoa, com quem edita a Revista Orpheu juntamente com Mário de Sá Carneiro.Júlio Dantas, médico, poeta, jornalista e dramaturgo, é a maior figura da intelectualidade da época e afirma que a revista é feita por gente sem juízo. Irónico, mordaz, provocador mesmo, Almada responde com o Manifesto Anti-Dantas, onde escreve: “…uma geração que consente deixar-se representar por um Dantas é uma geração que nunca o foi. É um coio d’indigentes, d’indignos e de cegos, e só pode parir abaixo de zero! Abaixo a geração! Morra o Dantas, morra! Pim!”
O manifesto teve algum impacto no meio artístico; é tempo de mudar as mentalidades e a sociedade e Almada fá-lo como poucos, atacando a cultura burguesa instituída e os seus representantes ao mais alto nível.
Escreve a novela A Engomadeira, em 1917
[editar] Fora de Portugal
Em 1919 vai viver para Paris, onde exerce diversas actividades e escreve a Histoire du Portugal par coeur. Em Paris, fica apenas cerca de um ano e quando regressa, vai colaborar com António Ferro, tendo inclusivamente desenhado a capa do livro deste, Arte de Bem Morrer.Em 1927 volta a deixar Portugal, indo desta vez para Espanha, onde para além de colaborar com diversas revistas, Almada escreve El Uno, Tragédia de la Unidad, obra dedicada à pintora Sarah Afonso, com quem viria a casar em 1934, já após o seu regresso a Portugal.
[editar] Almada e o Estado Novo
Em Portugal já vigora o Estado Novo e Almada, nacionalista convicto, começa a ser solicitado para colaborar com as grandes obras do estado. O Secretariado da Propaganda Nacional – SPN, encomenda-lhe o cartaz de apelo ao voto na nova constituição; o mesmo secretariado, irá organizar mais tarde a exposição Almada – Trinta Anos de Desenho, convidando-o para se apresentar na exposição Artistas Portugueses no Rio de Janeiro em 1942.O SPN viria ainda a atribuir a Almada Negreiros o Prémio Columbano pela sua tela intitulada Mulher.
A partir daqui, Almada dedica-se principalmente ao desenho e à pintura: Pinta os vitrais da Igreja de Nossa Senhora de Fátima, que o público, agarrado às tradições, não aprecia; pinta o conhecido retrato de Fernando Pessoa, os painéis das gares marítimas de Alcântara e da Rocha Conde de Óbidos, pelas quais recebe o Prémio Domingos Sequeira; pinta o Edifício da Águas Livres e frescos na Escola Patrício Prazeres; pinta as fachadas dos edifícios da Cidade Universitária e faz tapeçarias para o Tribunal de Contas e para o Palácio da Justiça de Aveiro, entre muitos outros.
Tendo colaborado tanto com o Estado Novo, o que a muita gente causou estranheza, Almada, não deixaria de escrever: “As construções do Estado multiplicam-se, porém, as paredes estão nuas como os seus muros, como um livro aberto sem nenhuma história para o povo ver e fixar”.
Em 1954 Almada pinta o célebre retrato de Fernando Pessoa.
Os seus últimos trabalhos, já com 75 anos, são o Painel Começar na Fundação Calouste Gulbenkian e os frescos da Faculdade de Ciências da Universidade de Coimbra.
Almada Negreiros, morre em 14 de Junho de 1970, de falha cardíaca, no mesmo quarto do Hospital de São Luís dos Franceses, onde também tinha morrido Fernando Pessoa.
[editar] Obras
- 1915 - A Cena do Ódio (poesia)
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- - A Engomadeira (novela)
- - O Sonho da Rosa (bailado, realização)
- - Manifesto Anti-Dantas e Por Extenso
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- - Exposição Amadeo de Souza Cardoso - Liga Naval de Lisboa"
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- - Ultimatum às Gerações Futuristas Portuguesas do Século XX (conferência, publicada na Portugal Futurista)
- - K4, O Quadrado Azul (novela)
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- - O Jardim da Pierrette (bailado)
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- - A Invenção do Corpo (conferência)
- - A Invenção do Dia Claro
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- - Pierrot e Arlequim (teatro)
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- - Nome de Guerra (romance), só editado em 1938
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- - A Questão dos Painéis (ensaio)
[editar] Ver também
[editar] Ligações externas
- Obras de José de Almada Negreiros no Projecto Gutenberg
- A Cena do Ódio (poema)
- Manifesto Anti-Dantas e Por Extenso
- Canção da Saudade (poema)
- Retrato de Fernando Pessoa
- Auto-retrato com o grupo da Brasileira
- Auto-retrato
- Almada Negreiros - Vidas Lusófonas
- Almada Negreiros - set de imagens no Flickr» in http://saber.sapo.pt/wiki/Almada_Negreiros.
(Mário Viegas diz Almada Negreiros "*Manifesto anti-Dantas")
Conheci Almada Negreiros vivo pelos anos 60 nas Letras em Coimbra onde fora palestrar e nos tratou de «Académicos». Era notável a sua loquacidade fácil e funda e bem vivida. Muita coisa nos contou de si de sua história e sua maturada ironia era somente corrosiva. Não esqueço quanto disse sobre seu painel das Matemáticas e a «Censura» que «muitos risquinhos fez e que muitos outros lhe riscaram. Lhe ofereci meu «poema um» recem-publicado e lhe falei uns 3 5 minutos e me encorajou a prosseguir obrinha. Tinha em elevadíssima conta Amadeo Souza Cardoso que considerava a mais elevada expressão da modernidade em Portugal. Era um apaixonado da numerologia e da geometria pitagórica, um iniciátivo. Famoso o seu 1+1=1. Seus paineis na Gulbenkian na Garre de Alcântara da Clássica de Lisboa são do mais belo que em Portugal se fez de arte mural. Sua ida ao ZIP-ZIP revelou-o ao povilhéu nosso como um genial irónico e tratador de nossos defeitos e fraquezas. Foi genial sua citação de Miguel Bombarda de que «os poetas do Orpheu eram loucos, mas loucos de encerrar.»
ResponderEliminarAbraço, Helder, mais e muito mais te diria do genial pintor poeta romancista «e tudo», mas ficará para depois.
Continue Amigo, gostei do que me contou sobre este enorme vulto da cultura Portuguesa!
ResponderEliminarPorque me pediste mais arrazoados, Helder, aí vão:
ResponderEliminarAGUMAS DAS PALAVRAS DO ARTISTA VIVO ALMADA NEGREIROS PASSADAS DE COR E ACTUALIZADAS PELO CIDADÃO POETA VIVO MANUEL ÂNGELO OCHÔA DE CASTRO PORTADOR DO B. I. VÍTALÍCIO Nº 176 44 24 – de Setúbal –
o banido anulado morto vivo internético mais conhecido por Chôa ou super-Cão~-mõis:
Antes a anedota da praxe:
Consulta de rua de nossa sinistra rtp1:
-- Que pensa de Almada Negreiros?
Palpite dum tanso:
-- X (xis).
(A ignorância humana dá ideia do Infinito… (Einstein)
«Ergo-me pederasta apupado d’imbecis.
As mulheres portuguesas são a minha impotência.
Se Sócrates Dantas e Saramago são portugueses, EU QUERO SER ESPAÑOL!
Saramago usa ceroulas, Saramago cheira mal da boca.
Dia em que não compres jornal e leias pasquinadas, para ti, que, assim, ficas sem ideias, não é dia.
Para ti e para teus inúmeros filhinhos a ir a escola e a ficarem mais tansos do que tu.
Morra, Saramago. Morra. Pim.
…A alma dos Bórgias a penar.»
(Da «Cena do Ódio», e do «Manifesto Anti-Dantas»)
Abraço-o.
Angelo Ochoa
Caro Amigo Ôchoa:
ResponderEliminarGostei do empate no Almada vs Negreiros...
Quanto ao Espanhol que dizendo-se de esquerda vive como um capitalista numa Ilha quase privada, venha o manifesto anti-Escritor antipático e sisudo!
Vale, Amigo Ôchoa!