«FC Porto-Atlético Madrid, 2-0: Persistência genial
Houve talento, muito talento. O instante sublime de Falcao e os outros em que Hulk deixou o adversário desesperado, procurando incessantemente o paradeiro da bola, não deixam mentir, nem permitem outra leitura. Mas houve também equipa. Solidária, persistente, paciente, capaz de aguardar pelo momento certo para desferir o golpe fatal, que, mesmo que de forma indirecta, não deve ser dissociada da entrada em cena de Guarín. Só não houve mais golos, mas a goleada, travada por detalhes, fez-se anunciar.
O ímpeto portista era, obviamente, atacante. Assumia a iniciativa, procurava a baliza madrilena. Mas o Atlético não colaborava. A estratégia espanhola era assumida e marcadamente defensiva, deixando, em episódios sucessivos, Aguero sozinho na frente. A trama de Resino assentava, sobretudo, no desempenho de um meio-campo com acentuada propensão defensiva.
O caminho portista para as redes contrárias tornava-se, portanto, mais longo, exigindo trabalho aturado e vigilância constante à vocação contra-atacante do opositor. Obrigado a variações e a alargar o leque de soluções ofensivas, que, entre outras cambiantes, colocava Raul Meireles em zonas de finalização, o tetracampeão redescobria o seu destino, aproximando-se do golo.
Belluschi e Hulk redesenhavam o assédio, separado do êxito por questões de pormenor. Por centímetros, por um fora-de-jogo, por causa de Ujfalusi ou Pablo Ibañez. Mas o Dragão persistiria, reinventando respostas e uma delas bem que poderia ter surgido na primeira vez em que Guarín tocou na bola, ocasião que terá marcado a viragem.
Mas a chave da vitória preservara-a Falcao, guardada como um segredo na parte interior do pé direito, porção de anatomia com que surpreendeu toda a defesa madrilena num gesto ousado que se assemelha a um toque de calcanhar. Desbloqueado o jogo a um quarto de hora do final, a vantagem cresceria pouco depois, no sentido de oportunidade de Rolando, que concluiu, sem oposição, o golo que Bruno Alves fizera esbarrar no poste. O triunfo, com tendência de crescimento, já não fugia, relançando o FC Porto na UEFA Champions League.
FICHA DE JOGO
UEFA Champions League, Grupo D, 2ª jornada
30 de Setembro de 2009
Estádio do Dragão, no Porto
Assistência: 37.609 espectadores
Árbitro: Nicola Rizzoli (Itália)
Assistentes: Cristiano Copelli e Renato Faverani
4º Árbitro: Daniele Orsato
FC PORTO: Helton; Fucile, Rolando, Bruno Alves «cap» e Alvaro Pereira; Belluschi, Tomás Costa e Raul Meireles; Mariano, Falcao e Hulk
Substituições: Tomás Costa por Guarín (67m), Falcão por Farías (88m) e Mariano por Valeri (90m)
Não utilizados: Beto, Maicon, Sapunaru e Dias
Treinador: Jesualdo Ferreira
ATLÉTICO MADRID: Roberto; Ujfalusi, Pablo Ibañez, Juanito e Perea; Paulo Assunção; Jurado, Cleber Santana, e Simão; Forlán e Aguero
Substituições: Roberto por De Gea (25m), Simão por Maxi Rodriguez (70m) e Jurado por Reyes (79m)
Não utilizados: Antonio López, Pongolle, Ruben Pérez e Sergio Rodríguez
Treinador: Abel Resino
Ao intervalo: 0-0
Marcadores: Falcão (75m) e Rolando (81m)
Disciplina: cartão amarelo a Paulo Assunção (36m) e Perea (48m)» in site F.C. do Porto.
Também na Europa, já aprenderam a travar o incrível Hulk, desta maneira...
1.º Golo do F.C. do Porto, um calcanhar de Falcão, fazendo lembrar Madjer!
2.º Golo do F.C. do Porto, desenhado pelos dois centrais goleadores, Bruno Alves e Rolando!
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