«Fosso onde morreu homem continua aberto
Buraco de quatro metros onde morreu uma pessoa no sábado não foi tapado até hoje
Ontem
ANTÓNIO ORLANDO
O fosso de Vila Caiz, Amarante, onde um jovem morreu no passado sábado, continuava, ontem, quinta-feira, sem qualquer protecção. Divergências matrimoniais estarão na origem do problema. A Câmara desconhece a situação.
O fosso localizado paredes meias com uma churrasqueira é, como ficou provado com o acidente, perigoso a quem circula pelo passeio junto ao café-restaurante. São vários os factores que terão potenciado a queda do rapaz - criminosa ou acidental, as autoridades assim determinarão - e que poderão provocar outros acidentes.
O paredão que suporta a base do passeio, tem cerca de quatro metros de altura sem que existam grades de protecção; o passeio está destruído com bocados de cimento soltos; há muitos detritos (garrafas, bocados de tijolos, etc) espalhados pelo chão; à noite a luz é reduzida por causa das árvores que cortam a luminosidade da luz pública.
Quem convive diariamente com este cenário, admite nunca ter percebido o risco que representa aquele pedaço de passeio sem protecção. "Como não tinha acontecido nada até agora, nunca se reparou nisto. Às vezes, só depois das coisas acontecerem é que se toma consciência", desabafou ao JN, Assunção Cerqueira, dona do restaurante que explora o negócio em regime de aluguer do espaço, propriedade de Armando Luís Cerqueira e esposa, Isabel Pinto.
Pouco tempo depois, o casal senhorio entrou em processo de divórcio, aparentemente litigioso. Em consequência da separação matrimonial, o prédio foi retalhado. A cave e o dito fosso ficaram na posse do ex-marido, o piso do restaurante e demais espaços do prédio ficaram na posse da ex-esposa.
Armando Luís da Silva, proprietário do terreno onde se estatelou o jovem, garantiu ao JN que há cerca de dois anos tentou avançar com a construção de uma placa de cimento "mesmo sem projecto e sem licença, mas denúncias" de familiares próximos, terão motivado o embargo da obra.
"O projecto entrou, depois, na Câmara. Posteriormente foi pedido um aditamento. Para ser sincero não sei se o arquitecto já o enviou de novo para a autarquia. O que sei é que a obra está parada. Pus um arame a servir de protecção preso à parede da casa, mas tão rapidamente o ponho, como logo de seguida alguém vai lá e rebenta com ele", justifica Armando Cerqueira. O JN não conseguiu contactar com Isabel Pinto. Quanto à câmara de Amarante, uma assessora da protecção civil, após confessar o desconhecimento deste caso, prometeu ao JN, uma resposta à questão da ausência de medidas preventivas após o acidente, o que acabou por não acontecer até ao fecho desta edição.» in http://jn.sapo.pt/PaginaInicial/pais/concelho.aspx?Distrito=Porto&Concelho=Amarante&Option=Interior&content_id=1398710
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